quinta-feira, 12 de março de 2015

Agredir direitos ou preservar a vida: o que vale mais?

Ônibus em Belém: motoristas queimam paradas e desrespeitam os
usuários. Mas também não estariam preservando a vida deles?
O medo, o pavor, a insegurança já se incluíram, infelizmente, na rotina dos moradores da Grande Belém.
Leitor aqui do Espaço Aberto conta ao repórter conta que motoristas de ônibus estão cada vez mais queimando as paradas. Ignoram, simplesmente, as pessoas que estão ali à espera de um coletivo.
Se já faziam isso antes, costumeiramente, para atender à cupidez dos patrões, que só tinham olhos para as planilhas com os horários de cada circuito que os rodoviários faziam, agora, cerca de uns dois anos pra cá, os motoristas vêm ignorando os passageiros todas as vezes em que desconfiam do perigo de assaltos.
Os motoristas afrontam os direitos dos usuários, quando os deixam a ver navios, ou melhor, quando os deixam a ver ônibus nas paradas, por vislumbrarem alguma possibilidade de que ali estejam assaltantes prontos para dar o bote?
Sim, afrontam os direitos dos usuários.
Mas quando fazem o que têm feito para evitar que os coletivos que dirigem sejam assaltados, os motoristas, de alguma forma, não estão preservando a integridade física dos passageiros que conduzem?
Sim, é claro que estão preservando a vida deles próprios e a dos passageiros.
Eis aí um dilema que, como todo dilema, é difícil de indicar o que é certo e o que é errado, o que é tolerável legalmente e o que não é.
Mas o certo é que não haveria dilemas como esse se a população, sobretudo os milhares de usuários de transportes coletivos na Grande Belém, dispusessem da mínima segurança.

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