Jeannot Jansen: não terá sido melhor ele dizer "não sei" do que mentir que sabe - e isso em plena OAB-PA? (Foto de Carlos Sodré/Agência Pará) |
Não devem responder a qualquer coisa afeta às suas respectivas áreas de gestão de forma automática, igual à professora que indaga ao aluno quanto é 8 x 7 e ele, no ato, diz que é 56.
As respostas para questões intricadas sobre segurança pública, entre outros temas, não devem cingir-se a certos formalismos de aparência, que podem aparentar tudo, até um certo preparo da autoridade, mas correm o risco de traí-las no diagnóstico preciso que, espera-se, devem ter dos fatos.
É nesse contexto que advogados - muitos deles - meio insatisfeitos com a postura do general Jeannot Jansen, secretário de Segurança, deveriam encarar sua postura - serena, lúcida e racional - ao retirar-se de reunião na OAB-PA, na última segunda-feira, após confessar que não se sentia preparado, inteiramente informado sobre questões relativas ao assassinato de advogados paraenses desde 2011.
Só porque o general é secretário de Estado de Segurança Pública, ele deveria ter todas as respostas prontas para tudo?
Só porque comanda o setor da Segurança Pública, deve contemplar todas as expectativas de cidadãos - independentemente de serem advogados ou não - que se veem todo dia, o dia todo acuados nesta cidade e neste Estado cada vez mais violentos?
Só porque é o secretário de Segurança, deveria o secretário, no recinto de entidade que merece respeito como a OAB-PA, desrespeitá-la com demagogias e proselitismos que não cabem - ou pelo menos não deveriam caber - no figurino de nenhuma autoridade, sobretudo as de primeiro escalão estadual?
Só porque é secretário de Segurança, deveria o general Jeannot Jansen responder a "assuntos extremamente delicados", a exemplo dos que se relacionam às ameaças e execuções de advogados, como se respondesse automaticamente a perguntas sobre tabuada?
É evidente que não.
A sociedade deplora as ameaças e mortes de advogados, que ocorrem de forma crescente no Pará, sobretudo a partir do ano de 2011?
É evidente que sim.
A sociedade deplora e sente repulsa pelo assassinato de que foi vítima Jackson Souza da Silva, presidente da Subseção da OAB de Parauapebas, executado em Manaus na semana passada?
É evidente que sim?
Queremos todos segurança para advogados, jornalistas, médicos, feirantes, donas de casa, enfim, para todo mundo?
É claro que sim.
Devemos manter o Poder Público sob pressão para que contemple nossas expectativas?
Mil vezes, sim.
Mas é mil vezes melhor - ou menos pior - termos autoridades que saibam dizer "não" ou "não sei" em certas ocasiões do que as termos permanentemente dispostas à demagogia barata, que é tão perniciosa quanto a demagogia cara.
Ou não?
Além de autoridades do 1º, 2º e demais escalões, bom seria se os "nossos" políticos eleitos, reeleitos e também os derrotados, tivessem vergonha na cara e deixassem de ser demagogos e mentirosos.
ResponderExcluirAlguns advogados paraenses estão sendo mortos. Deve ser investigado e reprimido. Ponto. Mas como seria possível evitar o crime contra um advogado paraense em Manaus? Ou no Iraque? A solução? A Segup colocar 2 policiais para fazer a segurança dos advogados paraenses, inclusive fora do Estado? Não sejamos ingênuos, a morte dos advogados no sul do Pará pode estar relacionada, aí entra inteligência e investigação, não segurança, em sentido estrito.
ResponderExcluirbrasileiro gosta de bla bla bla e, principalmente, de hipocrisia!!
ResponderExcluirEntão caro blogueiro, o general, secretário de segurança pública, deveria não ter ido para a reunião e solicitado outra data para tomar pé da situação e ter respostas precisas para elucidar a matança de advogados. Sair da sala como saiu foi uma vergonha.
ResponderExcluirCom todo o respeito, esse texto em relação ao general, sem querer adjetivá-lo, merece as seguintes observações: 1. É desnecessário dizer que é um verdadeiro absurdo nomear alguém para área de segurança Pública sem conhecimento de causa; 2. Se retirar do local sem ao menos dizer que o caso seria apurado, foge à qualquer crivo do senso comum; 3. Que a Diretoria da OAB/PA é simpatizante do PT, isso todo mundo sabe,e sempre criticará o atual governo do Estado; 4. É lamentável que o senhor Governador, aconselhado sabe-se lá por quem ?, nomeia alguém com o objetivo de usar "mão de ferro" na segurança pública. Só rindo dessa expressão "mão de ferro". Isso é ridículo; 5. A segurança pública precisa é de cada vez mais de transparência e ações integradas, com a participação de todos, sem autoritarismo e sim com ações de Inteligência e policiamento comunitário. 6. Essa postura do General representa um retrocesso no caminho da segurança pública, pois precisa-se, sim, ampliar as discussões sobre os variados temas da área.Nesse sentido, o silêncio, de quem deveria apresentar soluções e caminhos, deve ser criticado, não de forma pejorativa, mas com o objetivo de esclarecer que os dirigentes precisam conhecer melhor as áreas onde atuam;e 7. Se a fórmula utilizada pelo Governador Jatene (nomear um General) fosse garantia de sucesso, a Polícia de Nova York teria um chefe formado em West Point. Não é o que ocorre!
ResponderExcluirFinalmente, resta-nos, como simples coadjuvantes desse cenário chamado "Governo do Pará", torcer e rezar por esse general, ciente de que as evidências apontam para um futuro sombrio no enfrentamento da violência em nosso Estado.
A postagem mudou minha opinião. De fato, o Sec de Segurança teria que dizer qualquer coisa, enchendo linguiça? Aliás, em assunto assim "tão delicado", onde o serviço de inteligência deve fazer-se da forma mais discreta possível, por que expor as medidas a serem tomadas e avisar o "inimigo", prevenindo-o?
ResponderExcluirNa verdade a segurança pública, está um descalabro, estou a cerca de três dias, percorrendo várias delegacias de policia,tentando fazer um simples boletim de ocorrencia, e não consigo, uma vez que o sistema, sempre está fora do ar. Um absurdo.
ResponderExcluirNunca vi um sindicato tão prepotente. Tanto alarde de um crime ocorrido no estado do Amazonas. Tenho a certeza que os sindicalizados sabem que a policia do Pará só pode cooperar com a investigação que é de competência da polícia do AM. Eles sabem, mas não perdem a oportunidade de aparecer, mesmo que seja em cima do tumulo do colega. Querem rigor nas investigações, mas não investigam os seus. Façam me o favor .
ResponderExcluirOs advogados são gente igual a todo mundo e estão sujeitos a tudo nesta vida. A OAB não está acima de todo mundo.
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