O discurso do governador Simão Jatene na Assembleia Legislativa, logo após ser reempossado para o terceiro mandato conquistado por voto direto e em processo democrático -um feito inédito na história política do Pará - foi cheio recados, alguns nas entrelinhas, outros mais objetivos. Um deles ficou evidente: para corresponder à confiança dos paraenses, o governador se disse disposto a fazer o que tem de ser feito, inclusive passar a tesoura nos gastos públicos.
Jatene deixou transparecer que mesmo ele, um político experiente, dificilmente conseguirá sarar completamente as cicatrizes que ficaram da campanha, que o próprio governador classificou como "das mais duras de que participei, direta ou indiretamente".
Nas entrelinhas, por exemplo, foram expostos os ressentimentos decorrentes dos ataques a familiares seus, notadamente à sua filha, Izabela, acusada durante a campanha de conduta eticamente suspeita junto à Secretaria da Fazenda, e a seu filho, Alberto Jatene, acusado de receber favorecimentos em seus postos de gasolina. "Sou grato também a familiares e amigos, que compartilharam tempos bons e ruins, no governo e, notadamente, na campanha. Ainda, infelizmente, marcada por vilanias que só o amor desconstrói", desabafou o governador.
Jatene também não deixou de fustigar seu adversário Helder Barbalho (PMDB), que se apresentou na campanha como uma alternativa nova para comandar os destinos do Estado. "É oportuno invocar aqui essa questão do 'novo', porque foi uma das palavras mais usadas no embate eleitoral. Nem sempre com propriedade, mas muito usada - e até abusada. Ser novo não é ser 'de novo'. Ser novo é ser melhor. É ser maior. É ser crível. É ser confiável para se manter confiante. É ressuscitar a inquietude sem abrir mão da temperança. Retemperar o recomeço. E esse eu entendo ter sido talvez o maior recado das urnas, e que nos cabe, a todos, colocar em prática em nossas atividades cotidianas", lembrou o governador.
Nas entrelinhas - ou nem tanto -, Jatene também tocou no tema corrupção, fartamente abordado na última campanha eleitoral. Ele mencionou "a nefasta aptidão daqueles que desejam apenas se servir do público" e se reportou ao cenário nacional. "Neste Brasil em crise moral, em que se confunde contramão com via de mão dupla, a manifestação popular impõe um novo comportamento: é preciso perseguir permanentemente o objetivo de aproximar a ética da política", arrematou.
Ao final do discurso, Jatene foi enfático. Ressaltando que "o pós-eleição é o momento de exercitar não os nossos quereres, mas os nossos deveres", o governador avisou: "E para servir bem, mais e melhor precisamos estar dispostos a cortar na própria carne, reduzindo despesas, enxugando a máquina pública e buscando, por outro lado, aumentar a nossa disponibilidade de recursos e melhorar a qualidade do gasto público."
E parece que a tesoura já começou a funcionar antes mesmo de inaugurar-se o terceiro mandato, com a reforma administrativa que deve geral uma redução de despesas anual da ordem de R$ 15,6 milhões, segundo as estimativas do governo.
Para ler a íntegra do discurso, clique aqui.
E parece que a tesoura já começou a funcionar antes mesmo de inaugurar-se o terceiro mandato, com a reforma administrativa que deve geral uma redução de despesas anual da ordem de R$ 15,6 milhões, segundo as estimativas do governo.
Para ler a íntegra do discurso, clique aqui.
Nada sobre cheque-moradia.
ResponderExcluirTomara que a austeridade seja para todos, inclusive para o gobierno.
Tomara.
Austeridade agora? E antes?
ResponderExcluirausteriadade?? kkkkk só rindo do jatene
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