segunda-feira, 14 de julho de 2014
A pátria indescartável
Do jornalista Nélio Palheta (que mandou também a foto), por e-mail, sob o título acima:
Segunda, quarta e sexta são dias de coletar o lixo, descartar inservíveis. Mas, não... , amanhã não vou te descartar, oh Pátria amada, Brasil!
Vou jogar no lixo, sim, todas as mágoas frustrações, perpetradas nos estádios; amanhã vou me desfazer da fantasia que a pátria de chuteiras me fez vestir. Tua vontade frustrada, Pátria Amada Gentil!
O futebol pode ter esmaecido o verde e o amarelo da bandeira de plástico - mera alegoria -, mas não destruiu o verde amarelo do meu coração. Assim como dos demais filhos teus.
O futebol empanou o brilho de algo que o país inteiro almejou como axioma de um Brasil mais feliz, cheio de conquistas permanentes em todos os quadrantes, e não apenas empapado das alegrias restritas às linhas dos gramados ou à mesa do bar _ celebrações efêmeras, por si só descartaveis.
Não, deitada em berço esplêndido e repleta de felicidade é o que mereces em brados retumbantes. Algo como o tri e o penta indeléveis.
O Brasil que eu quero não é esse descartável nas segundas-feiras, depois de um domingo ou uma Copa de frustrações, e sim aquele pelo qual não só 11 lutam, mas aquele de conquistas e lutas cotidianas de 200 milhões de brasileiros.
Com ou sem chuteiras.
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