O povo brasileiro vem conferindo que, protestos e greves em todo o País durante a Copa do Mundo, aterrorizam o Planalto e podem prejudicar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. O medo como arma de campanha sempre foi tido e havido como o último dos recursos a que se apela quando todos os demais não surtiram efeito, no objetivo de aliciar a preferência dos eleitores a favor de um candidato contra seu adversário. O Partido dos Trabalhadores decidiu reverter essa lógica e colocou no ar, de saída, um “provocador” onde a mensagem do medo é abertamente lançada para angariar votos de indecisos e incautos, bradada aos quatro ventos, do tipo: “Não podemos deixar que os fantasmas do passado voltem”, enquanto imagens de brasileiros empregados e desempregados, pedintes e estudantes são sobrepostas, com ameaça subliminar de um retrocesso caso a presidente não vença as próximas eleições.
Ninguém duvida que a oposição naturalmente reagiu taxando de tática do desespero. Sabe-se que a presidente vem despencando nas pesquisas de popularidade, parece acreditar no vale-tudo. E, nesse ambiente, em que o debate deveria caminhar, para o bem do País, para o campo das mudanças estruturais tão almejadas pela sociedade desce ao nível da baixaria pura e simples. E mais, o recurso, mais deplorável, é de eficácia duvidosa. É bom não esquecer que a difamação da política afeta o eleitor, que confere à notícia a seriedade necessária.
Na verdade, o governo respirou aliviado no final da última quinzena quando fez um balanço das greves e manifestações do dia. Ao contrário da ameaça de centrais sindicais e movimentos populares de colocarem milhões de manifestantes nas ruas e paralisarem centenas de categorias pelo País, os protestos ficaram aquém da expectativa. A barganha às vésperas da Copa do Mundo, que misturou de velhas demandas a mobilizações oportunistas, parece não ter conquistado ainda o apoio necessário para inundar as ruas, como seus líderes desejavam. A grande certeza é de que a gestão de Dilma perdeu o controle e a influência exercida desde o governo Lula sobre os movimentos sociais, como os por moradia e de trabalhadores, historicamente ligados ao PT.
Há, também, aqueles que por outro viés, se apresentam como “verdadeiros democratas”, se acham donos da verdade e “viajam na maionese” achando que se deve aturar uma dinastia de lulopetistas por todo o sempre. E tentam todo tipo de invencionices para a sociedade brasileira alegando que, essa sociedade, está ansiosa por um novo golpe que repita o de 1964. Que estamos saudosos das marchazinhas por Deus, Família e Liberdade, recheadas de dondocas vazias, de qualquer espírito democrático e de solidariedade social. Nada querem ceder ou repartir. O imaginário pobre desses inocentes é achar que as pessoas são estúpidas. Eles precisam aprender que o tecido do qual são feitos a dignidade e a determinação dos que pensam diferente deles resiste mais ao tempo. Quem pensa diferente é um parceiro e não um inimigo.
O que estamos vendo é um Brasil que vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais confusa. Contrariando a estratégia eleitoral que levou o PT ao poder com Lula em 2002. A campanha da presidente Dilma tenta disseminar o pânico para estancar a queda da popularidade. Não deve ser esquecida que, a história ensina, porém, que a perigosa tática costuma fracassar quando o eleitor anseia por mudança, como agora. Mais intenso fica com o recrudescimento das manifestações.
O governo da presidente passa por um momento delicado, ou seja, dificuldade de gerenciamento. As pesquisas têm mostrado a grande dificuldade que Dilma está encontrando para subir nas pesquisas e que os seus oponentes mais competitivos subiram mais que ela pelos critérios do Ibope. É legítimo as pessoas pensarem em mudança. Devemos colocar as coisas nas suas devidas dimensões. Afinal, podemos apostar que no próximo Natal não vai haver neve.
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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
Dr. Sergio.
ResponderExcluirCom todo o respeito que o senhor merece:na condição de médico e professor, o senhor é um poeta!.
Alguém na sua casa,no trabalho ou mesmo na rua, que leu hoje o seu "artigo", instantaneamente, conferiu que ele esta possuído de grandes preconceitos, a começar pelo # slogan.
Tenha dó dos pacientes leitores do Espaço Aberto.
Quem pretende se apresentar para o CONJUNTO da sociedade como um inteligente 'articulista" - como parece ser a sua orgulhosa pretensão - não pode escrever como se fosse um pueril exercício ginasiano; para cunhar a devida credibilidade, a boa pena há de ser ser sempre plural...
O senhor deveria em primeiríssimo lugar, estar despossuído de preconceitos ideológicos, partidários, posições e expressões maniqueístas e bipolares e outras 'pichações' contidas no texto.
Certamente o senhor dirá que tem o penhor e a rara centelha intelectual para produzir uma arquitetura de raciocínio capaz de transcender a culminância que tentou expressar e ainda não conseguiu; mas não esqueça de lembrar que a dialética é uma 'prisão' que ensina aos humildes e despretensiosos que, os píncaros, ou seja, a última escala daquilo que é conhecido por inteligência,é o teto que esbarra na primeira camada da ignorância.
O senhor,é claro, não esta descredenciado para expressar livremente o seu desconforto ideológico com os opressores malvados e desajustados 'lulopetistas'do seu imaginário, como se referiu aos milhões de eleitores brasileiros que, democraticamente, sentem-se contemplados com esta orientação política; mas procure entender que, 100% destes, dispensam esta linha menor, depreciativa e nada sutil de escárnio que domina o texto, por ser desrespeitoso à todos supor que, Vossa Excelência, é uma ilha de inteligência, enquanto essa massa humana de eleitores que o senhor parece não gostar não passa de um oceano de idiotas.
Confesso que, somente li o seu artigo - quase automaticamente - por estar publicado no blog do Paulo,que é tratado como de 'direita' pela 'esquerda' e vice versa, dai a admiração de centenas de internautas pela pagina.
Vou continuar lendo o que senhor escreve por aqui, automaticamente, mas, por favor: seja menos prolixo,menos confuso,menos superficialmente contraditório e menos preconceituoso, já que, aquilo que parece politicamente correto para alguns, pode ser exatamente o contrário para os outros...
Muita saúde,em todos os níveis e sentidos, Doutor Barra, e Salve o Leão Azul!. Um abraço
Zôlho di Çartre
Depois de ler o comentário de 12:59 chega-se a conclusão de que o articulista tem razão: "viajam na maionese".
ResponderExcluirFalta pouco pra vcs serem expulsos do Poder. E sairão pelo voto, como já foi feito aqui neste Estado.
É esperar para ver!
Sem ter tempo,nem pretender entrar profundamente no mérito da questão,entendo que a critica do internauta Çartre'(?),não foi desrespeitosa e,apesar de ácida, e dos exageros e provocações,tratou ele sobre algo sério.Na condição de professora de sociologia do direito na UFPA,todos os semestres,sem exceção,tenho procurado mostrar nas classes para meus alunos que,são muitos os que se aventuram ao posto de formadores de opinião na internet,sendo bem poucos os que possuem o talento necessário para fugir da pasteurização.Na minha opinião,por ser 100% saudável,caberia ao ótimo Blog Espaço Aberto, expressar uma resposta mais orientadora, para inclinar e fazer decrescer - especialmente em sala de aula - a fraca inclinação das novas gerações para o enfrentamento de debates sobre temas polêmicos e importantes da atualidade,como é o caso.Desculpem a intromissão.
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