Mas que coisa, hein?
Está tendo uma repercussão de dimensões virais,
aí pela internet, essa questão aí, que caiu
numa prova de filosofia em escola pública de Taguatinga, no Distrito
Federal.
É mais quem debate sobre o fato de o professor
da disciplina, Antonio Kubitschek, ter se referido à funkeira Valesca Popozuda como uma
“grande pensadora contemporânea”.
Vários filósofos, vários pensadores já foram
ouvidos. E foi – tem sido - muito divertido flagrá-los divagar sobre o nada. Com
todo o respeito, mas é isto mesmo: tentar compreender as motivações que levaram
um professor a propor uma questão como essa é tentar compreender o nada. Fora de
brincadeira: o nada.
Porque, ao que tudo indica, o professor estava
pouco interessado em auscultar, em perscrutar (toma-te!) as cogitações
filosóficas de sua galera sobre a música, independentemente da qualidade da
composição.
Estava, parece, pouco interessado em aparelhar mentalmente os alunos para os exercícios filosóficos, que exigem, digamos assim, certa musculatura mental. Ou vivacidade mental, se quiserem.
Da mesma forma, nada está a comprovar que o
professor, como ele chegou a dizer, pretendia mostrar o papel da Imprensa para fixar os valores da sociedade.
Hehehe.
Isso é uma piada. Das mais engraçadas, vale dizer.
Isso é conversa fiada, meus caros. Na há nada de
filosofia nisso.
O professor, observem vocês mesmos na questão,
estava querendo apenas saber se os alunos sabiam, de cor e salteado, a música
cantada por Valesca Popozuda.
Olhem só.
A questão está formulada neste espírito e
procurando alcançar este objetivo. Tipo assim:
No
Hino Nacional Brasileiro, quem ouviu do povo heroico o brando retumbante?
a)
As margens plácidas
b)
As margens revoltas
c)
As ondas da pororoca em São Domingos do Capim
d)
As maresias quando enchem os canais de Belém
Ou então assim:
Segundo
Geraldo Vandré, quem sabe faz hora, não espera:
a)
Acontecer
b)
Retroceder
c)
Avançar
d) Dar um beijinho no ombro
Era só uma resposta no mesmo estilos dessas aí que o professor queria, meus caros.
Agora, digam aí: se uma questão como essa fosse
formulada aqui no blog, vocês iam pensar que o poster estava sóbrio ou
bêbado?
Sabe-se lá.
Mas como foi um professor de filosofia quem a
formulou, o país inteiro tenta compreender as suas motivações. Motivações de ordem filosófica, vale dizer.
Mas, pelo visto, não houve motivação alguma em
fazer isso.
Porque, vocês haverão de convir, ninguém é
obrigado a saber de cor o Hino Nacional, né? Devemos, por imposições cívicas, sabê-lo; mas não somos obrigados.
Ninguém é obrigado, da mesma forma, a conhecer os
versos da música do Vandré.
E ninguém é obrigado, muito menos, a saber a
letra da música da Popozuda.
O poster, por exemplo, jamais tinha ouvido ou
lido a letra dessa música até ontem, ao deparar-se com essa polêmica viral na internet.
Agora, saber por que o professor está tão
interessado em testar se seus alunos sabem a música da Popozuda, aí,
sinceramente, já é um caso para uma especulação filosófica.
Sem dúvida que é.
Com não tenham dúvida de que se ele pretendeu notoriedade, conquistou-a.
À custa dos seus alunos.
E à custa da filosofia, ora se não.
Conquistou de forma brilhante. Mostrou que na aldeia global (mcluhan), estamos nos tornando "ingnorantes". E, o pior, a mídia embarca no sensacionalismo. O professor marcou o tento com os profissionais que fazem a mídia nesse país que, creio, nem os jornalistas sabem a letra completa do hino nacional. É como diz a minha filha de 6 anos, que estuda à tarde: "a globo tirou a Tv Globinho pensando que nos somos adultos" (numa alusão a troca da grade de programação da manhã). Velhos tempos quando a babá dessas crianças (pobre e ricas) era a Xuxa.
ResponderExcluirTriste e lamentável sob todos os aspectos.
ResponderExcluiro Coral da USP de São Paulo, Na recepção aos novos calouros,cantou Beijinho no Ombro, inclusive com três integrantes do Coral dançando ao estilo da Valesca.
ResponderExcluirAqui está a entrevista do professor para quem quiser ficar melhor informado.
ResponderExcluirhttp://socialistamorena.cartacapital.com.br/