Ana Júlia engrossa o coro em favor da candidatura própria

Ana Júlia Carepa: "Sair em uma chapa única no primeiro turno fragiliza a oposição"

Não se enganem. Não duvidem.

A ex-governadora Ana Júlia Carepa, primeira mulher a governar o Pará e uma das principais lideranças do partido no Estado, apoia integralmente, em gênero, número e grau, o lançamento de uma candidatura própria do PT, pelo menos no primeiro turno, para disputar o governo do Pará nas eleições de outubro.

A ausência de Ana Júlia da reunião ocorrida na última segunda-feira à noite, em que uma frente de tendências do PT, encabeçada pela Democracia Socialista (DS), lançou a pré-candidatura do deputado federal Cláudio Puty ao governo do Estado, deu a impressão de que ele estaria, digamos assim, meio esquiva em relação aos movimentos de companheiros avessos à proposta de aliança com o PMDB logo no primeiro turno.

Além disso, declarações exclusivas do deputado federal Zé Geraldo ao Espaço Aberto, atribuindo o lançamento do nome de Puty – integrante da DS - a uma suposta impossibilidade de que ele venha a se reeleger, eis que Ana Júlia, também da Democracia Socialista, concorrerá a um mandato na Câmara dos Deputados, contribuíram para fortalecer em alguns segmentos a impressão de que Ana Júlia seria voz dissonante em relação à frente.

Mas não. Ontem de manhã, o poster, através do Twitter (ao lado) provocou Ana Júlia, que atualmente é diretora da BrasilCap.

"Você apoia a frente em apoio à pré-candidatura do @claudioputy ao governo? Acha que é viável?", perguntou o blog.

A resposta veio um pouco depois:  "Resposta + completa vc encontra em artigo meu de NOV/2013. Publicado tbm no @OLiberal", disse Ana Júlia.

O artigo, intitulado A alternativa ao imobilismo do PSDB é o PT também foi publicado no blog de Ana Júlia no dia 9 de novembro do ano passado. Lá pelas tantas, diz ela:

O Partido dos Trabalhadores é um ator político de grande envergadura no Pará, onde o centro da ação política é se somar ao projeto de reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Diante de uma tarefa consensual, muitos caminhos se abrem. 

Muitos acham que é preciso replicar aqui a chapa nacional PT-PMDB só que reconfigurada, onde caberia ao partido do vice-presidente Michel Temer a cabeça da chapa e ao PT a vaga do senado. O nome do ex-prefeito de Ananindeua Helder Barbalho emerge como a indicação óbvia do PMDB.

Nós estamos convictos de que o Pará precisa mudar de rumo e que precisamos agregar as forças políticas que nacionalmente sustentam o governo Dilma, mas cremos que isso possa se dar sem que necessariamente tenhamos que abrir mão de apresentar um nome próprio no primeiro turno. O PT dispõe de vários bons nomes entre suas lideranças, como o ex-deputado Paulo Rocha e dos deputados Zé Geraldo, Beto Faro ou Cláudio Puty.

Eu mesma coloquei meu nome à disposição do partido, por considerar que o projeto que iniciei precisa ser continuado e seu legado carece de ser defendido, quantificado e resgatado, para remover de uma vez por todas as nodoas que foram adensadas sobre nossa imagem a partir de uma campanha vil e sem escrúpulos.

Em minha opinião sair em uma chapa única desde o primeiro turno fragiliza a oposição, colocando todos os adversários “em um único cesto” onde podemos ser cercados pelo poder do dinheiro que a máquina saberá mover no momento adequado. Portanto, considero que a tática da chapa única limitará nosso poder de ataque e fará crescer o argumento situacionista, antecipando desde o começo todos os argumentos. Além disso, esvaziará a base militante do PT, gerando uma emboscada para nós mesmo, que pode levar a uma vitória tucana no primeiro turno.

Tem mais.

Já está no blog de Ana Júlia, sob o título Agora é oficial: Puty é pré-candidato ao governo, a reprodução de matéria (vejam na imagem abaixo) que saiu no do próprio Puty, informando sobre o lançamento da frente.

Não se enganem. Não duvidem.

A ex-governadora Ana Júlia Carepa continua a favor da candidatura própria.