Infelizmente, é isso.
É exatamente assim, meus caros.
Essa conversa do trade – essa entidade fantasmagórica, tipo assim um jurídico em todas as organizações -, de
que precisa de incentivos para o
turismo, de que é preciso infraestrutura para convencer o
turista a vir para o Estado e não sei mais o quê, essa conversa toda, portanto,
não passa muitas vezes de papo furado.
Furadíssimo.
Sim, o Poder Público é useiro e vezeiro, em
grande e boa parte, de usar mais o verbo do que a verba, mais o discurso do que
a medida concreta para melhorar o setor de turismo.
Mas a iniciativa privada, muitas vezes, é que
precisa fazer a sua parte. E deve fazê-lo em sintonia com o bom senso e com a
realidade. Do contrário, teremos coisas esdrúxulas.
Coisas esdrúxulas como a que acaba de acontecer
com um leitor do blog.
Escutem só.
Há 20 anos que o cara não ia a Salinas.
Resolveu programar uma viagem pra lá durante a
Páscoa, em abril.
Incumbiu a filha de contactar com o Hotel Privê
do Atalaia.
Preço da diária de casal para o período da
Páscoa: R$ 750,00. Portanto, R$ 3 mil para quatro dias.
Ele, o leitor do blog, ficou assustado.
Assustadíssimo.
Resolveu, então, dar uma olhada nos preços de
hotéis em São Luís (MA), para onde já viajara em outras ocasiões.
Preço de um pacote para casal por quatro dias,
no período da Páscoa: R$ 1.160,00.
Onde? No Hotel Luzeiros,
essa maravilha que aparece aí.
Um hotel padrão Fifa. Ou melhor, padrão cinco
estrelas.
Até champanhe é servido no café da manhã.
Até champanhe.
Um luxo só.
Resultado: o caro já comprou, pra ele a esposa,
a passagem para São Luís. Pela GOL, ida e volta, vai pagar R$ 440,00 – o casal,
fique bem claro. Com mais os R$ 1.160,00 pelos quatro dias num hotel cinco
estrelas, o valor total dos 4 dias de lazer, em padrão de luxo, vai sair por R$
1.600,00.
Isso é a metade, praticamente, dos R$ 3 mil que
ele pagaria pelos mesmos quatro dias no Privê do Atalaia, a apenas 210 quilômetros
aqui de Belém.
E aí?
O que o trade
tem a dizer sobre coisas assim?
A "tradição" aqui é explorar e sugar logo na primeira picada!
ResponderExcluirTurismo no Pará é sinônimo de exploração.
O trade é macumonado com o estado que vende gato por lebre.
ResponderExcluirMeus parentes, que são do sul do país, resolveram conhecer o nosso Pará. Eu, um bairrista de primeira, fiz uma agenda que além de Salinas e Mosqueiro, incluía o Marajó. As belezas naturais foram a minha salvação. As pousadas e hotéis a desgraça anunciada. Eles conhecem Bora Bora (na Polinésia Francesa) e amam de paixão mas, têm certeza que se o Marajó não fosse no Pará e nem no Brasil, seria um sucesso de tudo, inclusive de turismo.
Aí eu chorei!
Se os preços são estes, é porque tem demanda disposta a pagar.
ResponderExcluir"É a economia estúpido"
Não foi revogada ainda a lei da oferta e da procura.
Tem otário que paga. Esse é o problema!
ResponderExcluirComo disseram acima, a lei de oferta e procura não foi revogada.
Experimente a balsa para o Marajó, desconforto africano por preço belga.Depois peça uma dose de batata fritas na Pousada dos Guarás (Salvaterra): R$20,00!!! Mas como os históricos da Paratur viajam mais pro exterior, não sabem o tamanho do gato que vendem por lebre. Que trade que nada, com raríssimas exceções é tudo mal feito mesmo. Uma pena, pois é um potencial (como tantos outros) mal aproveitado do nosso Pará. Um transfer de Aeroporto Santarém pra Alter do Chão a R$150,00 é dose!
ResponderExcluirÉ muito mais barato ir a Fortaleza, São Luís, Natal e por ai vai do que ir a Salinas. Tenho parentes de Manaus que quando saem de férias escolhem esses lugares que, além da praia, têm outros atrativos (muito mais!) que Salinas e até mesmo Belém. Quem sabe se o atual prefeito prolongar a orla até a Universidade.... (só fizeram 1KM) assim sim teríamos um diferencial para se contrapor aos de outras capitais. Mas duvido que isso ocorra.
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