segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um esforço gigante para preservar a memória do futebol


Paraense é fissurado por futebol. É fato. Se não o fosse, Remo e Paysandu talvez não passassem de meras lembranças, diante das performances vexatórias nos últimos anos.
Fissurado por futebol, o paraense ainda não se deu conta de sua enorme relevância cultural e da quase nenhuma preocupação em preservar sua memória histórica. É outro fato.
O jornalista Ferreira da Costa, que se encaminha para os 50 anos de atuação na área esportiva - sempre e somente na área esportiva - tem revelado, há quase três décadas, uma aguçada capacidade de perceber que o futebol, mais do que despertar paixões, é uma fonte inesgotável de histórias que ajudam a identificar o paraense como apaixonado por seus clubes e pelo futebol de um modo geral.
Ferreira impôs o trabalho - quase uma missão - de sistematizar, de forma tenaz, persistente, paciente e metódica, histórias e fatos relacionados ao futebol paraense que, de outra forma, ficariam sujeitos à memória oral, que é preciosa, mas acaba se esvaindo pelo ralo dos tempos e das vidas que, natural e inexoravelmente, vão se consumindo.
O livro Gigantes do Futebol Paraense, já anunciado como o primeiro de uma série, é um repositório de personagens que estão na memória de qualquer pessoa que acompanha futebol no Pará e precisavam ter seus nomes incluídos em galerias que se apresentam como o canal para imortalizar os talentos que os tornaram eternos nas lembranças do torcedor.
Aqui vão contadas as história de um China, maior craque da Tuna; de Quarentinha, maior craque do Papão; de Alcino, maior ídolo do Clube do Remo, com a relação de seus gols sendo desvendada; e de Marituba, maior craque do União Esportiva, que jogou por um quarto de século", diz Ferreira, na apresentação do livro, referindo-se especialmente aos quatro jogadores caricaturados na capa por J. Bosco.
No livro, as novas gerações poderão conhecer ainda as histórias de Cuca - o belterrense que fez história no São Francisco de Santarém e foi um dos maiores laterais do Remo; de Aderson, o volante que trocou o futebol pela medicina e foi parar no Flamengo; de Guimarães, o Cerebral, um dos maiores que já passaram pelo Paysandu; de Jango, o Cegonha, autor de uma façanha até hoje não superada no futebol paraense; de João Tavares - o "zagueiro que não tinha medo de cara feia -, que o poster viu jogar pela primeira vez na década de 70, no estádio Elinaldo Barbosa, em Santarém, juntamente com Bené, o Tanque da Curuzu, também biografado do livro; e muitos, muitos outros.
Ninguém se agaste porque outros trocentos gigantes estão fora da obra. Ferreira, na mesma apresentação, antecipa-se aos questionamentos que por certo serão feitos, de que "Beltrano não jogou nada e está no livro".
"Sustento essas indicações e escolha do cem primeiros nomes pelas observações que fiz durante mais de 40 anos de pesquisas, que me possibilitaram lançar até aqui 16 livros, que resgaram a história do futebol do Pará", diz o jornalista.
Gigantes do Futebol Paraense é obra que não pode faltar em sua estante, por sua relevância história e por revelar-se como um esforço gigante de preservá-la.
O livro começa a chegar às bancas de revista de Belém e de outras cidades do Estado, ao preço de R$ 25,00.

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