Neste momento, em que Belém está na mídia nacional - infelizmente - como referência negativa no setor de Saúde, não deixa de ser uma boa notícia.
Aliás, uma ótima notícia.
Uma forte mobilização que ocorreu até o início da madrugada desta quarta-feira (18) aumentou o índice per capita de repasse em saúde para serviços de média e alta complexidade previstos no Orçamento da União de 2014 ao Pará. A peça orçamentária foi aprovada pelo plenário do Congresso Nacional nesta madrugada. Os mesmos valores definidos para 2013 foram mantidos para 2014, beneficiando o Estado.
A proposta inicial do relatório setorial da saúde destinava ao Pará R$ 96,26 per capita para serviços em alta e média complexidade (MAC). O valor seria cerca de 65% menor que o previsto para 2013, que foi de R$158,82. Quando a tabela foi divulgada, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), coordenador da bancada do Pará, iniciou um processo de articulação junto ao presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador Lobão Filho (PMDB-MA) e com o relator geral do orçamento, deputado federal Miguel Corrêa (PT-MG).
“Mostramos o possível equívoco e o quanto o Pará seria prejudicado. Não poderíamos permitir isso e logo numa área tão carente e que tem recebido esforço e investimento do governador Simão Jatene. Acompanhamos o debate e felizmente conseguimos evitar que o Pará tivesse essa queda no índice, contando com uma discussão séria e suprapartidária, com o apoio de todos os parlamentares”, comemorou Flexa Ribeiro.
Assim, com o adendo de plenário e acordo de lideranças, foi feita modificação na tabela. O Pará então deixou a última posição, onde estaria com R$96,26 para a 17ª posição, com o índice per capita de R$158,82. “Era uma clara distorção que tinha que ser evitada. Infelizmente não é o valor ideal, mas é muito acima do patamar que foi colocado pela tabela encaminhada pelo executivo ao Congresso Nacional”, destacou Flexa Ribeiro.
O senador paraense destacou ainda que foi o relator setorial da saúde para o orçamento de 2013, onde aumentou o índice do Pará, assim como também ocorreu para o orçamento de 2011, quando também foi designado pelo partido para a mesma função. “Temos que todos os anos ter esse acompanhamento permanente. É preciso tratar de forma desigual os desiguais, conforme está previsto na nossa Constituição Federal. Portanto, nosso esforço foi sempre em aumentar o valor ao Pará e não poderíamos deixar que ocorresse essa queda, como não ocorreu”, disse.
O índice em reais definido na tabela do orçamento significa o repasse per capita que deve ser feito pela União aos Estados para cobrir despesas com procedimentos de média e alta complexidade hospitalar e ambulatorial. Entre esses tipos de serviços estão, por exemplo, procedimentos de diagnose e terapias, como tomografia, estudo hemodinâmico, quimioterapia, radioterapia, ressonância magnética e terapia renal substitutiva. Entre os procedimentos hospitalares estão transplantes, gastroplastias, cirurgia cardíaca, entre outras.
Veja abaixo como ficou a tabela aprovado no orçamento para repasse em serviços de média e alta complexidade.
UF
|
Valor per capita em r$
|
AC
|
206,87
|
RR
|
199,29
|
RS
|
198,91
|
PE
|
193,46
|
TO
|
183,45
|
ES
|
183,21
|
MS
|
180,99
|
SE
|
180,04
|
PR
|
177,20
|
MG
|
177,00
|
RJ
|
174,29
|
DF
|
171,68
|
SP
|
171,28
|
RO
|
166,24
|
SC
|
164,27
|
PI
|
160,32
|
PA
|
158,82
|
AP
|
157,80
|
BA
|
157,76
|
RN
|
153,77
|
AL
|
152,69
|
MT
|
146,33
|
MA
|
144,45
|
GO
|
143,26
|
PB
|
140,83
|
AM
|
140,37
|
CE
|
136,20
|
Pena que, infelizmente, a maior parte fica para os vampiros, tubarões e assemelhados que povoam o submundo das licitações e dos desvios.
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