Nos bastidores dos tucanos, a greve dos professores estaduais, que já emplaca quase 50 dias, é tratada entre a realidade dos números minguantes e as exigências políticas crescentes.
Em termos de números minguantes, interlocutores do governo do Estado têm insistido com os mediadores de um suposto acordo que neste momento, em que os ânimos se acirram a um ponto perigoso, não há como fugir do óbvio: o pagamento do retroativo só ocorrerá se a arrecadação do Estado crescer.
Hehehe.
Se os professores estivessem em momento mais, digamos assim, propício para relaxamentos, eles diriam que essa condição, mal comparadamente, é como se alguém se manifestasse disposto a dar um carro de luxo de presente a um amigo, desde que ele, o alguém, levasse primeiro a bolada de R$ 80 milhões na Mega-Sena, cujo sorteio, aliás, apontou ontem apenas um ganhador, do interior de São Paulo.
Em curtíssimas palavras: os professores já emitiram sinais de que uma proposta nesses termos - paga-se o retroativo a 2011, mas se a arrecadação subir - equivale a dizer o seguinte: não vamos pagar.
Porque sabem todos que a arrecadação não vai subir. Pelo menos até onde a vista alcança, não. Ao contrário, a tendência é continuar em queda, sobretudo a relativa ao Fundo de Participação dos Estados (FPE).
E quanto às exigências políticas crescentes?
Quanto a isso, os bastidores tucanos fervem. Há quem não suporte mais ver o nome do partido e do governo sendo enxovalhado como algoz de professores grevistas, que já levaram até spray de pimenta da puliça.
Igualzinho ao ocorreu no governo Ana Júlia (PT).
Igualzinho.
Mas quem ainda se lembra disso, né?
A Ana Júlia lembra, com certeza. Ela sabe que a força da categoria atinge o estado inteiro. Gozado é o seguinte: quando nós, simples mortais, devemos ao governo, em algum momento temos que pagar com juros e correção. Quando o governo nos deve (veja os precatórios), empurra com a barriga, e quem está no governo acha que está tudo certo, né?
ResponderExcluirCom don'Ana foi diferente.
ResponderExcluirO spray de pimenta era paraguaio, igual as obras R$1,99 que ela fez.
E olha que ela alardeava que tinha "o meeeeeeeeu amigo Lula" ao seu ladinho.
Deu no que deu; escândalos seguidos.
Infelizmente, nada de novo no front político paraense.
Considere curtido o seu comentário anônimo de 08:13. Rsss
ResponderExcluirO problema não é financeiro, o governo tem dinheiro. O nó está num orçamento sem-vergonha e burocrático, que serve de escudo para o governo negar todo e qualquer pretenção de reajuste acima do minguada reposição inflacionária. Daí mais um calote.
ResponderExcluirBacana o post, mas que tal fazer um sobre a greve (simultânea) de funcionários dos bombeiros, professores, policiais e detran. Isso também aconteceu no governo Ana Júlia? Uma pena o blog estar cada vez mais tendencioso, diminuir as críticas diretas ao prefeito como fazia com o Duciomar e elencar muito pouco sobre a pauta do que vem fazendo ou não o governo do Estado.
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