quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Professores mantêm greve que já dura 52 dias

Do Amazônia

Os trabalhadores em educação pública, em especial os professores, decidiram manter a greve que atinge a rede pública de ensino há 52 dias. A deliberação ocorreu ontem por cerca de 800 professores, que na mesma ocasião votaram pela desocupação do prédio da Assembleia Legislativa do Estado (Alepa), onde se mantiveram durante oito dias consecutivos. A assembleia rejeitou as novas propostas apresentadas ontem pela manhã pelo desembargador Ricardo Nunes, do Tribunal de Justiça do Estado, durante reunião de conciliação entre o governo e professores. As propostas apresentam a quitação do retroativo do piso (principal entrave da negociação) ainda em 2014, a suspensão do desconto dos dias parados e de qualquer outra penalidade à categoria, vinculada à volta imediata ao trabalho.
O encontro foi iniciativa do desembargador e contou com a participação do procurador-geral do Estado, Caio Trindade, e dos advogados do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), Walmir Brelaz e Sofia Nogueira.
Na escadaria da Alepa, os professores rejeitaram essa proposta e votaram uma agenda da greve com a realização, hoje, de piquetes pulverizados nas escolas para chamar os professores para a próxima assembleia geral, que acontece amanhã, às 15h, em local fechado que será definido pelo comando de greve. Neste mesmo dia, às 9h, a categoria faz ato em frente ao Tribunal de Justiça do Estado, no Souza, em busca de nova proposta de conciliação. Além disso, dia 20 deste mês participam da paralisação dos servidores públicos do Estado.
Segundo a assessoria de comunicação do governo do Estado, após inúmeras rodadas de negociações, não houve acordo, com os professores votando pela continuidade da greve. O governo mantém a convocação dos estudantes para voltarem às salas para o prosseguimento do ano letivo, uma vez que conta com reforço de 210 professores temporários contratados. Além disso, mantém o corte do ponto dos professores que continuarem em greve desde segunda-feira, 11.
TJE - Segundo o adogado Walmir Brelaz, ontem pela manhã, ele foi ao TJE para saber do resultado da petição protocolada na tarde de segunda, 11, em nome do Sintepp. No documento, o Sindicato requer ao desembargador Ricardo Nunes que ele determine ao Estado o fim do corte nos pontos dos grevistas e a contratação de professores temporários. Ao chegar ao Tribunal, Brelaz soube que o procurador-geral, Caio Trindade, também estava no prédio. Em seguida, ambos foram chamados pelo desembargador Ricardo Nunes que, propôs uma nova reunião de conciliação.
Brelaz informou que o desembargador não analisou o pedido protocolado pelo Sintepp.’’Ao saber, ontem, que os representantes de ambas as partes se encontravam no Judiciário, ele decidiu reunir conosco de novo’’, disse o representante dos trabalhadores. De acordo com o advogado, o desembargador registrou em ata as seguintes proposições: se for comprovado que o Estado não avançará no limite prudencial do orçamento com o pagamento de pessoal, considerando a LRF, o governo pagará as parcelas do retroativo do piso do magistério, independente do acréscimo real da receita estadual, conforme proposta anterior, além de se comprometer em quitar o débito até o fim de 2014, de suspender o corte de ponto e a contratação de professores temporários, porém, esses últimos dois pontos estão vinculados à volta imediata ao trabalho.
Governo e Sintepp aceitaram as novas condições no prédio do TJE, mas os professores não. A greve na rede estadual de ensino continua até as novas deliberações da categoria coordenada pelo Sintepp.

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