terça-feira, 8 de outubro de 2013

Articuladores da Rede optam por partidos de tendências opostas

Deputados que articulavam a criação da Rede Sustentabilidade se filiaram a partidos tanto de tendência governista quanto de oposição. Pouco antes do fim do prazo de troca partidária, no último sábado (5), os parlamentares ligados à ex-senadora Marina Silva também tiveram que definir seu destino político para disputar as eleições de 2014.
Diante da negativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de aprovar o registro da Rede Sustentabilidade, a maioria deles seguiu a escolha de Marina e se filiou ao PSB, que acaba de se afastar da base governista. São os casos dos deputados Alfredo Sirkis (RJ), que deixa o PV, e Walter Feldman (SP), que saiu do PSDB.
A ideia, segundo Feldman, é manter firme a articulação em torno da Rede Sustentabilidade. "Vou seguir e acompanhar a Marina Silva. Nós falamos com vários ministros (do TSE) antes do julgamento e os mais abertos manifestaram falhas no sistema e pretendem modificar o modelo de captação de adesões no sistema dos cartórios. Infelizmente, a Rede foi vítima desse modelo, que eles reconhecem como equivocado, injusto e com muitas falhas", afirmou.
Contexto estadual
O contexto político estadual também pesou no destino dos parlamentares ligados à Rede. No Rio de Janeiro, o deputado Miro Teixeira trocou o PDT pelo novato Pros, de tendência governista. Já o deputado Domingos Dutra, do Maranhão, saiu do PT e se filiou ao também novato Solidariedade (SDD), que deve fazer oposição ao governo federal.
Dutra, no entanto, disse que vai manter seu apoio a Dilma Rousseff. "Como, no Maranhão, tenho uma guerra ferrenha com a oligarquia Sarney, se eu fosse para um partido como o PSB, eu correria um sério risco de perder o mandato. Por isso, eu tive que optar por um partido novo e optei pelo Solidariedade. A conversa que eu tive é que, primeiro, o Paulinho da Força Sindical é oposição ao governo e vai se alinhar com o Aécio. Mas, pelo menos no meu caso, ele me deixou livre para a gente fazer a opção desejada no plano federal, uma vez que eu passei 33 anos no PT e estou apoiando o governo Dilma", disse.
O deputado disse que não participou das negociações de Marina com o PSB e acrescentou que ainda não sabe se, agora no SDD, vai manter as articulações para a criação da Rede Sustentabilidade. "A situação está em aberto", afirmou Dutra. O deputado fez críticas à atual organização partidária do País: "Infelizmente, ainda se vive em um país de democracia frágil e com estruturas partidárias débeis. Os partidos são um ajuntamento de pessoas e estão cheios de parlamentares insatisfeitos".
Apesar de ter apoiado explicitamente a criação da Rede Sustentabilidade, o deputado Reguffe, do Distrito Federal, permanece no PDT.

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