Puna-se a patifaria. Ou nos aproveitemos todos dela.

Olhem só.

É do Stanislaw, o impagável Stanislaw Ponte Preta, aquela velha máxima, aquela imutável sentença segundo a qual “ou restaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos”.

Pois é.

Da mesma forma, ou minimize-se – não é nem acabar, mas minimizar, atenuar, reduzir - a bagunça no futebol brasileiro ou então chamemos o Esquerdinha que ele emprestará algum sentido lúdico ao caos.
Esquerdinha é apelo singelo de Romildo Fonseca da Silva, o protagonista de patifaria que emoldura uma das cenas mais caricatas, mais bizarras, mais ridículas do futebol brasileiro.

Para os leitores que ainda não sabem o que aconteceu, vejam a história completa clicando aqui e observem o vídeo acima.

Estamos, como se vê, diante de um episódio gravíssimo que não pode ficar sem uma reprimenda das mais severas por parte da Justiça Desportiva.

A reprimenda, meus caros, deveria implicar uma pena duríssima a personagens como esse aí, pelo perigo, pelos danos que condutas do gênero representam e para impedir que o ridículo, o bizarro sejam aproveitados como uma espécie de álibi para minimizar a patifaria como essa que se vê acima.

Porque é impressionante como neste Brasil, de valores morais elásticos e de princípios éticos os mais flexíveis e resilientes possíveis, a patifaria é tomada, não raro, como uma mera transgressão, uma piadinha de salão igual àquela que o heróico Delúbio Soares – um dos ases do mensalão – vaticinou.

Muitos acham que Esquerdinha deveria ser perdoado, porque fez o que fez por “amor ao clube”.

Ohhhhhh!

Mas que coisa mais enternecedora!

Mas que coisa, igualmente, mais patifa!

Porque se o amor e a paixão que temos pelo clube para o qual a gente torce justificarem patifarias inocentes, digamos assim, sabe-se lá a quantas não irá a bagunça, não é?

Ou restaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos.

Ou puna-se a patifaria ou nos aproveitemos todos dela.