O tuano Simão Jatene e a petista Ana Júlia Carepa na inauguração da Santa Casa: maturidade contrastante com a espetacularização oposicionista (foto de Antonio Silva, da Agência Pará) |
Oposição é bom e todo mundo gosta.
Fazer oposição é que dá sentido à democracia.
Sem divergência, o sentido plural da democracia fenece sob voluntarismos e caciquismos que, no Brasil, já proliferaram mais que chuchu na serra e tantos que contribuíram para desfigurar os partidos como instâncias legítimas de representação política.
Pois é.
Mas há oposição e oposição.
Há divergências e divergências.
Uma coisa é usar a divergência e a oposição para interessar a sociedade e convidá-la a conhecer visões distintas sobre temas que lhe são essenciais.
Outra coisa é tentar usar a espetacularização para ridicularizar adversários, sem atentar-se para o fato de que, em verdade, quem espetaculariza é que corre o risco de cair no ridículo.
Vejam agora.
Nesta semana, dois episódios simbólicos ofereceram a dimensão de a quantas anda a política paraense. E permitiram vislumbrar-ser o cenário que se avizinha para as eleições do ano que vem.
Na última segunda feira, PT e PSDB - e logo eles, acreditem - deram uma demonstração de maturidade política durante a inauguração da nova Santa Casa.
Maturidade do atual governador tucano Simão Jatene, que convidou a ex-governadora Ana Júlia Carepa - responsável por parte da obra - para participar da inauguração.
Maturidade da ex-governadora Ana Júlia Carepa, que aceitou o convite para participar do evento.
Jatene, inclusive, fez questão de destacar que o gesto de convidar Ana Júlia foi, da parte dele, um símbolo de que não apenas é possível como é necessário dar maior qualidade à política e aos políticos, em consonância com que a população demonstrou nos últimos meses nos movimentos de rua.
Um dia depois da inauguração, na terça-feira, e na contramão do que aconteceu durante a inauguração da Santa Casa, o PMDB transforma o plenário da Assembleia Legislativa do Pará em picadeiro de circo.
Primeiro, a deputada Simone Morgado subiu à tribuna para cantar trechos da música "Apesar de Você", do Chico Buarque, para o governador.
Depois, para encerrar o espetáculo, deputados peemedebistas comemoram a inauguração da Santa Casa com um bolo servido no plenário.
E aí?
E aí que esse espetáculo foi ter tresandado (ui!) a certos cheiros e soado a certos tons, mas tudo ficou por aí mesmo. De prático mesmo, de concreto, sobrou a espetacularização.
É que, como já dito, a oposição não é apenas salutar, mas necessária no processo democrático.
Convém, todavia, conferir qualidade ao discurso.
Os gestos do PMDB são engraçadinhos, fazem todo mundo rir, caem no gosto popular do paraense para a galhofa, mas não se prestam a um partido que, sendo a terceira força política no Estado, quer disputar no próximo ano a chefia do Executivo estadual.
Na terça-feira a bancada do PMDB na Assembléia agiu usando de práticas da Velha República, do tempo das "pegadinhas" entre grupos políticos, desrespeitando a própria Assembleia Legislativa.
Num momento em que a sociedade inteira cobra cada vez maior postura dos políticos, aqueles que parecem surdos surdo às manifestações do povo brasileiro precisam, como se dizia, tomar tenência.
Porque quem não ouve a voz das ruas não está pronto para governar.
Ou está?
Já tinha protestado no Blog do Parsifal sobre esta molecagem feita por estes moleques eleitos com o nosso voto.
ResponderExcluirSabe o que é?
ResponderExcluirFalta de ter o que mostrar!
O último governo do PMDB no Pará terminou com calote nos salários dos servidores e o Pará sem crédito até para um cafezinho. Lembram? A dobradinha Jáder & Carlos Santos!
E eles adoram dar bolo...
Espere começar a campanha eleitoral e vai ver como acaba tudo, maturidade; respeito; educação.
ResponderExcluirE começará o UFC/MMA, ou melhor, o VALE-TUDO-SEM-REGRAS.
Dedo no olho, chute no saco, intrigas, mentiras, textos apócrifos e toda sorte (ou seria azar?)de baixarias.
De todos os lados, bem entendido.
A Dilma mesma disse: em política a gente faz o diabo.
Credo; tô fora.
Cortesia e reconhecimento. É assim que caminha a boa política. É preciso que os partidários entendam que a maioria dos que compõem a sociedade querem ver obras que o beneficiem e não uma luta insana. Até porque todos nós passamos e, os líderes partidários precisam ter isso em mente. "Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada...E tudo passa... talvez você passe por aqui... talvez você passe pela vida".
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