Fora de brincadeira, mas é de envergonhar, é de
estarrecer, é de causar repugnância a manifestação de médicos brasileiros
contra os estrangeiros – sobretudo cubanos – que têm chegado ao país para atuar
como contratados pelo Programa Mais Médicos.
O que sobressai dessas manifestações não é propriamente a
crítica – sempre legítima, quando fundamentada, quando calcada em argumentos
passíveis de alimentar bons debates, boas discussões.
Sobressai, isso sim, o preconceito, sobretudo o ideológico.
Sobressai a agressividade pura, completa e desprovida de
sentido.
Sobressai a raiva - incontida, incontrolável - de
profissionais de quem se espera sempre que tenham controle sobre suas emoções,
para que possam atender, inclusive, quem esteja sob intenso descontrole
emocional.
Odiemos a ditadura cubana. Ela é horrorosa.
Odiemos o cerceamento às liberdades em Cuba. Isto é um
nojo.
Odiemos o trucidamento, pela ditadura cubana, de valores
que são caros às democracias.
Mas não odiemos profissionais cubanos que vêm ao Brasil
com o intuito de ajudar, meus caros.
Não odiemos homens e mulheres que, tendo enfrentado tantas
agruras em seu país, ainda se dispõem a vir ao Brasil para ajudar os outros.
O Programa Mais Médicos tem defeitos?
É claro que sim.
Pode esconder propósitos políticos e, pior do que isso,
eleitoreiros?
É claro que sim.
As críticas – as legítimas, fique bem claro – dos profissionais
da medicina no Brasil são, muitas delas, pertinentes.
É evidente que sim.
Mas uma coisa é a crítica.
Uma coisa é reparar os defeitos, saná-los, aperfeiçoar o
programa.
Outra coisa é agir
como agiram os médicos do Ceará.
Outra coisa é expender juízos como os que foram expostos,
em rede social, por uma profissional de Imprensa que protagonizou um show
– tétrico, deplorável, entristecedor e, last but not least, criminoso – de
preconceito e, com o perdão da palavra, de imbecilidade.
Uma pena, sinceramente, que o debate sobre esse assunto,
em muitas esferas, já tenha resvalado para a sarjeta.
Uma pena.
E quando o governo federal quis expulsar daqui um jornalista estrangeiro, porque havia falado mal do Lula?
ResponderExcluirConcordo plenamente com o teor da postagem.
ResponderExcluirE faço uma pergunta : por que esses médicos, cearenses, paraenses, paulistas, de todos os rincões brasileiros NÃO FICAM INDIGNADOS com o que vimos na TV esta semana(SBT), onde médicos de Araruama-RJ vão ao hospital somente bater o ponto? Ganham R$ 15 mil ou mais e não trabalham nos hospitais, apenas assinam o ponto e vão à suas clínicas particulares.
É contra esses colegas sem-vergonhas que os médicos - e a população - precisam protestar. É de ser observado que as vagas que agora serão ocupadas por estrangeiros FORAM ofertadas aos brasileiros, que as refugaram.
Pesquisas mostraram que 54% dos estudantes de medicina pagam entre R$ 4.000,00 e R$ 7.000,00 mensais, de mensalidade, o que mostra que fazem parte de uma elite econômica, que, salvo raras exceções, não se dispõe a ir ao interior praticar uma medicina social, uma medicina pública com exclusividade. Querem permanecer nos grandes centros e clinicar em suas luxuosas clínicas.
Tudo isso, claro, sem abrir mão daqueles R$ 15.000,00 ou mais que ganham assinando o ponto nos postos médicos da rede pública, com uma vasta maioria não trabalhando para justificar tais proventos.
Caro Prefeito Zenaldo : quer arrumar uma boa parte da combalida saúde pública em Belém ? Contrate médicos(brasileiros ou estrangeiros) por um salário adequado e exija dedicação exclusiva. Horário de 8-12h e das 14-18h para os atendimentos em postos de saúde. E monte uma escala dos plantões, etc. mas sempre exigindo exclusividade e fiel cumprimento de horário.
O cidadão atendido corretamente no Posto de Saúde não demandará uma ida a um Hospital ou ao Pronto Socorro. É vergonhoso vermos pessoas aguardando horas e horas em um hospital para tratarem de uma simples gripe ou dor de garganta, mazelas que poderiam ser combatidas já nos Postos de Saúde ou com os Médicos de Família.
Kenneth Fleming
Até a diretoria do bicola tá pensando em acionar socorro de fora.
ResponderExcluirApavorados com a performance horrenda do time e o esvaziamento da torcida bicolina, a diretoria tá consultando quanto custa a IMPORTAÇÃO DE TORCEDORES CUBANOS!!!!
Afeeeeeee!!!!!!
O que os médicos brasileiros são contra é o exercício da medicina aqui, por estrangeiros, sem revalidação do diploma, coisa que a medida provisória dispensou.
ResponderExcluirQuem daí gostaria de ser atendido por médico que não se sabe se tem condições de exercer a medicina nas normas do país que vai trabalhar?
Além disso, o que está em jogo são os 510 milhões de contrato com a organização estrangeira que vai receber o dinheiro para Cuba.
Agora ruim é ver que também tem brasileiro governista fomentando raiva contra brasileiro não governista. Ambos estão errados!
O governo quer dizer que agora somos preconceituosos. É uma forma de se defender atacando.
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