terça-feira, 11 de junho de 2013

Por estes dias

Por ANA DINIZ, em seu blog Na rede

Inflação
Saiu na “Folha de São Paulo” do dia 2 de junho passado:
Pesquisas reservadas entregues ao Palácio do Planalto mostraram que a maior ameaça aos planos de reeleição da presidente Dilma Rousseff vem do risco de descontrole da inflação, informação que reforçou a decisão da petista de priorizar o combate à alta de preços neste ano. Segundo a Folha apurou, sondagens feitas em abril registraram uma queda de até dez pontos na popularidade de Dilma num momento em que o avanço dos preços caiu na boca da população, com a inflação elevada sendo simbolizada pelo tomate mais caro nos supermercados. A presidente, que já se mostrava preocupada com o tema depois das críticas da oposição ao risco de descontrole inflacionário no país, decidiu mudar o tom de seus discursos contra o perigo da alta de preços. Em março, ela havia afirmado que não concordava com medidas econômicas anti-inflacionárias que "matavam o doente".
São os ibopes da vida que nos governam?

Crescimento
O governo vem rodando bolsinhas várias para estimular o consumo e melhorar os números da economia. A lógica é que números melhores atraem dinheiro. O problema é que a economia aparenta crescer, mas o castelo é de areia. Toda riqueza verdadeira é aquela que não estava lá, antes: minérios, frutos, grãos, enfim, a produção da terra. O resto é transformação e circulação. Castelos de areia, todos sabem, a maré alta leva de roldão. Estamos no limiar da maré alta: as bolsinhas espalham dinheiro mas não há produção suficiente para atender à demanda. O preço sobe, lógico. E decrescemos, porque os investidores não dão passo em falso. Ouvem os especialistas.
O Planalto sabe disso. E por causa disso que acaba de trair os índios. Estes são a parcela mais frágil da população. E o sacrifício começa sempre pelos mais fracos...
Crise europeia
Portugal decidiu reabilitar os judeus sefaradim que, há trezentos anos, foram de lá expulsos ou obrigados a se converterem ao catolicismo, sob pena de morte. Está oferecendo cidadania aos descendentes deles. É mais um passo na política contra a crise: netos de portugueses não precisam mais se naturalizar e os vistos de residência são rápidos, agora – desde que se monte uma empresa com trinta empregados, se transfira um milhão de euros em conta bancária de lá ou se compre um imóvel de 500 mil euros. Portugal é um país pobre; seu PIB de 2012 foi equivalente ao do Estado de São Paulo. Sua economia vem encolhendo: o PIB é negativo há dois anos. No entanto, a qualidade de vida continua muito melhor por lá do que por aqui: dividido pela população, o PIB português resulta em 43,5 mil reais por ano, e o de São Paulo, em 11,1 mil.
Portugal não roda bolsinha para atrair investidores. Negocia a grife Europa.

Até que enfim!
Connie Evans, uma das maiores autoridades mundiais em genética médica, trabalhando em associação com um pesquisador norte americano, está conseguindo transformar a tortura da mamografia num simples exame de sangue. Ela descobriu o que é que desencadeia o câncer no seio. Vai ser possível, daqui a mais alguns anos, detectar a alteração celular que se transformaria em tumor com o tempo - atirar no lixo todos os mamógrafos. Gratidão eterna à doutora Connie. Para ela, o prêmio Nobel ainda é pouco.

Em compensação...
... na África, pesquisadores anunciam um exame para prevenir o câncer do útero, em substituição ao Papanicolau. Baratinho, baratinho: põe vinagre no útero da mulher e olha o resultado. O vinagre funciona como um contraste e mostra as lesões.
Ninguém disse o que a mulher vai sentir na hora do exame. Parece que, como sempre, não tem importância.

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