quarta-feira, 19 de junho de 2013

Mostremos o Brasil a esses senhores. E senhoras.

Gilberto Carvalho: mostremos o Brasil a esse nefelibata que precisa descer à terra. E ser apresentado o Brasil.
Impressionante, meus caros.
Mais do que impressionante, é quase inacreditável.
Uma semana depois de brotar, em São Paulo, a onda de manifestações de rua que se espraia por todo o país, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, diz que o governo ainda está procurando entender o sentido das manifestações.
Pronto.
O doutor Gilberto Carvalho fez o que alguém precisava fazer: declarou, reconheceu, admitiu, confessou o divórcio entre o governo e a sociedade.
Entre os poderes públicos e a publicação.
Entre o Estado e enormes contingentes para os quais deveria prover necessidades básicas, mas se exime de fazê-lo.
O único jeito de fazer com que o ministro Gilberto Carvalho entenda essas manifestações é trazê-lo às ruas.
O único jeito de fazer com que o ministro Gilberto Carvalho conheça o Brasil é trazê-lo ao Brasil, é apresentá-lo solenemente ao país.
O único jeito de fazer com que o ministro Gilberto Carvalho desça ao rés do chão é arrancá-lo do recesso de seu gabinete.
O único jeito de fazer com que o ministro Gilberto Carvalho ouça as ruas é resgatá-lo das nuvens, onde excerce as suas nefelibatices às expensas do dinheiro público.
O único jeito de fazer com que o ministro Gilberto Carvalho saiba usar a régua e o compasso para desenhar o Brasil é tomá-lo pelas mãos e conduzi-lo, como aquelas crianças inocentes, desamparadas, pelos tortuosos caminhos em que a classe política atirou o Brasil.
Aliás, tomemos pelas mãos a presidente Dilma Rousseff.
Tomemos pela mão o governadores Geraldo Alckmin, Sergio Cabral, o prefeito paulistano Fernando Haddad e outros tantos.
Tomemos pelas mãos Renan Calheiros, Henrique Eduardo Alves e outros tantos.
Tomemos pela mão o governador Simão Jatene e o prefeito Zenaldo Coutinho.
Tomemos todos eles pelas mãos para mostrá-los um Brasil que, sim, está mudando.
Um Brasil que se cansou de ficar calado, esfolado, humilhado, alvo de deboches e desprezos vis.
Um Brasil que está deixando de lado as bandeiras partidárias para desfraldar a bandeira da repulsa à corrupção, ao transporte porco, à saúde que mata, à educação que deseduca, à violência que nos põem trancados dentro de nossas casas, enquanto os bandidos ficam à solta.
Mostremos o Brasil de uma idosa de 82 anos, que engrossou a manifestação em São Paulo e levava uma placa dizendo assim: “82 anos, não vim para brincar, vim manifestar”.
Mostremos a esses senhores, e senhoras, o Brasil nas ruas. Ou o Brasil das ruas.
Em paz.
Civilizadamente.
Educadamente.
Mas firmemente.
Como deve ser.

5 comentários:

  1. Seria isso mesmo se este fosse um governo de ranfastideos(aquela ave pesada e desajeitada eu deixou o pais- isso atraves de seus intelecutais- quebrado,com juros extratosfericos;inflação nas alturas; com apagão eletrico; com a malha rodoviaria quebrada e etc etc). pensa que o povo não tem cerebro.

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  2. Pelas mãos não, pelas orelhas!
    Políticos profissa é uma praga!
    Indignação total!

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  3. Quanta falta nos faz o saudoso Dias Gomes, autor de "O bem amado" e a Sucupira do prefeito Odorico Paraguassú!
    Nosso país se transformou numa enorme Sucupira, reparem!
    O autor teria intermináveis causos e casos para um "remake" da novela, bem atualizado.
    Essas manifestações da juventude, acordando a nação serviriam de excelente pano de fundo, hein?!!
    Ah se a "Grobo" tivesse coragem...

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  4. É...e tem cumpanheru se contorcendo e ainda teimando em comparar.
    Não adianta, a manifestação é apartidária, ainda bem, pois são todos iguais.

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  5. Francisco Sidou19/6/13 14:27

    Parece que os senhores feudais encastelados no poder ( partidos, gabinetes e baronato da mídia) desconhecem a pedagogia do som que vem dos estádios e das ruas. Dizia o mestre Nelson Rodrigues: " O aplauso corrompe. Só a vaia consagra". Ou: " O uivo dos estádios é mais consagrador que o aplauso das macacas de auditório". Nelson parece tão atual que, relendo-o, tem-se a sensação de que ele está mais vivo do que nunca.

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