Em Belém, um show de irresignação e de civilidade

17 de junho de 2013.
Essa, meu caro, não será mais, daqui por diante, apenas um data que logo estará perdida nos desvãos dos tempos.
Não.
17 de junho de 2013 entrará para a história como a data em que Belém foi às ruas para protagonizar uma das maiores e ordeiras manifestações de protesto em seus quase 400 anos de existência.
Por mais de 4 horas, 20 mil pessoas saíram do bairro de São Brás em direção ao Entroncamento.
Contra o que protestavam os manifestantes?
Contra o que quisessem.
Protestavam contra a corrupção e os corruptos.
A precariedade, ou melhor, o caos no transporte coletivo.
A injustiça em reajustar-se o preço de tarifas de um serviço porco, péssimo como são os ônibus que circulam na cidade.
O atraso nas obras do BRT, esse mondrongo que um gestor como Duciomar Costa plantou no meio de Belém, ele que também já inscreveu seu nome como o pior prefeito da história da cidade.
Protestos exigindo mais investimentos em áreas como a saúde - que mata, em vez de salvar - e a educação, de escolas quase caindo na cabeça dos alunos.
Os protestos foram feitos pacificamente.
Policiais militares apenas acompanharam.
E se mantiveram contidos, ainda que vigilantes e em alerta. Como deve ser.
Leiam as manifestações acima.
Elas estão no Twitter, onde a tag #ProtestaBelem ficou nos TTs (trend topics) como um dos assuntos mais comentados em todo o país, por mais de 10 horas.
Belém, meus caros, ofereceu ao país um show de irresignação.
Um show de civilidade.
De consciência dos seus próprios direitos.
De tolerância democrática.
De ordem.
E de paz.
Viva Belém.
Belém que nos deu orgulho de ser paraenses e de viver nesta terra tão prazerosa, mas tão maltratada.
E para melhorar Belém que manifestações como essas devem ser feitas.
E para melhorar o Pará.