terça-feira, 28 de maio de 2013

"Solo de Marajó" em cartaz até 26 de junho

Depois dos ótimos resultados da circulação que fez pelas cidades marajoaras de Muaná, Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari e Ponta de Pedras, durante os meses de abril e maio, quando foi assistido por mais de mil espectadores, o espetáculo teatral Solo de Marajó, do grupo Usina Contemporânea de Teatro e Tá Produções, reestreou em Belém no dia 21 deste mês, às 20h, no Salão das Artes do Museu Histórico do Pará, sediado no Palácio Lauro Sodré, na Cidade Velha. A temporada de seis semanas prossegue sempre às terças e quartas, 20h, com entrada gratuita, até 26 de junho. O evento é uma parceria do Usina com o próprio Museu, e conta com apoio do Centro de Danças Ana Unger.
Em “Solo de Marajó”, Claudio Barros narra sozinho oito histórias tiradas do romance Marajó, o segundo escrito pelo romancista marajoara Dalcídio Jurandir. Usando apenas os recursos de corpo e voz sobre o palco vazio, o experiente ator paraense controi em cena um universo poético para expressar o drama do homem amazônico, refletido de forma tão profunda na extensa obra do autor.
A experiência recente de levar as narrativas de Dalcídio para mostrar ao próprio povo que a inspirou, no Marajó, revelou-se surpreendente para os criadores do Usina, pelo nível de identificação que despertou nos espectadores em relação ao espetáculo. Além do público comum, as plateias do Solo em terras marajoaras estiveram repletas de estudantes e professores de literatura, que enriqueciam o debate proposto pelos artistas logo após cada apresentação.
Nesta reestreia em Belém (“Solo de Marajó” ainda não foi apresentado na capital este ano) o espetáculo vem aquecido pelo intenso contato com o público e pelos constantes ensaios que ator e diretor realizaram durante a circulação, sempre com o objetivo de tornar a atuação cada vez mais viva no corpo do ator. As oito narrativas de “Solo de Marajó”, escolhidas por ator e diretor em parceria com o dramaturgo Carlos Correia Santos, possuem autonomia dramatúrgica e não procuram dar conta da fábula do romance. Juntas, as histórias controem uma panorama da vida no Marajó ao misturarem no mesmo universo poético temas como infância, paixão e saudade, com dramas amazônicos tais como exploração de crianças, violência contra a mulher, adultério e morte.
Durante a criação do espetáculo, o ator utilizou como matéria prima experiências de vida e referências pessoais para compor sua atuação, construindo uma partitura de ações físicas que remete a sua própria memória enquanto narra as histórias contadas no romance por Dalcídio.
 Com este “Solo de Marajó”e também “Parésqui”, o outro espetáculo de repertório do Usina no qual as atrizes Valéria Andrade e Nani Tavares imitam gesto e fala para narrar histórias de vida de uma família de ribeirinhos que mora na Ilha do Combu, o grupo Usina Contemporânea acredita estar construíndo uma poética cênica amazônica, que parte da pesquisa sobre o ator como narrador.
Para o futuro, o grupo planeja realizar um terceiro exercício cênico, a partir de narrativas míticas de povos indígenas que habitam a Amazônia. E ainda realizar uma segunda circulação de “Solo de Marajó” que alcance outros municípios marajoaras. “Solo de Marajó” conta, ainda, com produção executiva de Sandra Condurú, assistência de direção de Fátima Nunes, iluminação de Iara Regina de Souza, fotografias de JM Condurú Neto e projeto gráfico de Alan Moraes e Paula Henderson.

SERVIÇO
* Espetáculo “Solo de Marajó”, realização do grupo Usina Contemporânea de Teatro e Tá Produções, com atuação de Claudio Barros, direção de Alberto Silva Neto e dramaturgia de Carlos Correia Santos.
* De 21 de maio a 26 de junho, no Museu Histórico do Pará (MHEP) Palácio Lauro Sodré – Cidade Velha. Terças e quartas, sempre às 20h, com entrada gratuita.
* Duração 55 minutos.
* Apoio cultural: Centro de Danças Ana Unger.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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