Até agora, todos queremos saber, mas não conseguimos, quantas carteiras, afinal de contas, foram compradas durante o megaesquema fraudulento que a polícia e o Ministério Público, por determinação da Justiça, desmontaram no ano passado.
Na última segunda-feira, o Espaço Aberto mostrou que seria indispensável o Detran do Pará revelar, pelo menos estimadamente, quantas pessoas foram beneficiárias das carteiras emitidas fraudulentamente, quantos "motoristas" (com mil aspas) molharam o pé da planta para receber a sua carteira de habilitação.
E mais: o blog chamou atenção para o perigo público - realmente, factual, objetivo, concreto -, para os riscos que representam centenas de elementos ao volante de caminhões e carros de passeio, bem como na direção de motos, mas que na prática continuam "desabilitados" para dirigir veículos, eis que as carteiras obtidas o foram por meio de propinas pagas a servidores do Detran e a funcionários de autoescolas.
Pois é.
O Detran, a polícia e o Ministério Público têm dito que os propineiros, aqueles que subornaram servidores públicos e de empresas privadas, serão responsabilizados criminalmente e terão as carteiras cassadas.
Ótimo.
Muito bacana.
Assim é que deve ser mesmo.
Em conversas com o poster, no entanto, há quem diga que é "difícil identificar quem pagou propina".
Hehehe.
Isso só pode ser brincadeira.
Ou só pode ser uma tentativa de fazer com que pela primeira vez, na história da corrupção, exista um corrupto sem corruptor.
Não dá para engolir, sinceramente, a dificuldade apontada.
Porque se as investigações já descobriram até mesmo o quantum da propina - que chegavam a R$ 4 mil, segundo se diz -, como então não será possível identificar os detentores das carteiras compradas?
E no caso dos que forem identificados, por que não divulgar seus nomes?
Eles não serão tão partícipes da corrupção quanto os que receberam suas propinas?
Melhor grafar assim: motori$ta$...
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