Olhem só.
Reforma tributária impondo prejuízos a alguns e deixando outros tantos no bem-bom é refresco, meus caros.
É refresco!
Ou por outro dizer: tentativas de fazer reforma tributária são momentos especiais em que, em vez de buscar-se o desequilíbrio, decreta-se, isso sim, um equilíbrio fictício que provoca mais desequilíbrios do que aqueles que a pretensa reforma pretendiam eliminar.
Esse projeto que impõe alíquotas diferenciadas para o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), em tramitação no Senado, é um exemplo disso.
O Pará é escandalosamente, imoralmente, despudoradamente vilipendiado.
O projeto determina que as transações que tenham origem nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Espírito Santo tenham alíquota do imposto de 7%.
Mas se houve uma areazinha de livre comércio no pedaço, as alíquotas serão de 12%
O Pará não tem nenhuma.
Exploda-se, portanto, o Pará.
Exploda-se!
É preciso que a bancada paraense, independentemente de preferências partidárias e eventuais divergências, se deixe instilar do espírito cabano e faça alguma coisa para impedir essa palhaçada.
Aliás, o projeto dificilmente vai passar.
O próprio governo federal é contra.
Por solidariedade ao Pará?
Não acreditem nisso os paraenses. Nem de longe.
O governo federal é contra porque o Sul-Sudeste, meus caros, vai perder também.
E muito.
Grandes Estados como São Paulo, Minas e Rio levam um senhor tranco, se esse projeto disparatado passar.
Olhem o infográfico lá em cima.
Foi pinçado pelo Espaço Aberto do site da Folha Online.
Ali está, em resumo resumidíssimo, o alcance e a divisão das perdas.
Aí vocês vão compreender melhor como reformas tributárias também podem juntar, no mesmo barco do disparate, Estados que a União sempre tratou como almoxarifado, caso do Pará, e outros que sempre se sentiram no direito de ser auferir as maiores benesses, por se considerarem aquilo a quem chamam de locomotiva nacional.
Locomotiva nacional?
É brincadeira.
Seria até brincadeira se não fosse trágico o Pará ser escanteado mais uma vez, num arremedo de reforma tributária que nada reforma.
Apenas bagunça.
E desequilibra ainda mais.
Esse Amazonas é uma piada. Tem incentivos da Zonas Franca (IPI e II), tem incentivos da SUDAM (Finame) e do BASA (FNO) e ainda querem receber 12% do ICMS.
ResponderExcluirEngraçado que ainda vamos mandar pra lá a energia de Tucurui, invés de levar para a Ilha do Marajó.
Esses políticos daqui são um bando de trouxas e os de lá só espertalhões.
O mapa diz uma coisa e as legendas outra. O Pará está na legenda perdendo e no mapa ganhando e perdendo. Manaus está no mapa perdendo e na legenda perdendo e ganhando.
ResponderExcluirÉ proporcional à "influência e empenho" dos nossos medíocres políticos.
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