Da Folha online
O CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte), responsável pela construção da usina de Belo Monte (PA), informou que enviou nesta quinta-feira (30) dez caminhões-pipa ao canteiro em Vitória do Xingu, depois que um grupo de índios ameaçou atear fogo em três veículos e nas instalações da obra.
No local estão cerca de 140 índios --há mulheres e crianças. Nos alojamentos estão ao menos 4.000 operários da usina. Segundo a empresa, os trabalhadores estão confinados depois que os índios fecharam as rotas de fuga com cinco ônibus.
Os índios invadiram o canteiro na segunda-feira (27). Ontem, eles não obedeceram um prazo dado pela Justiça para que deixassem a área da usina sob pena de multa diária de R$ 50 mil aos índios e à Funai (Fundação Nacional do Índio).
A empresa diz que os índios colocaram nas caçambas de dois caminhões folhas de bananeira, galhos secos e folhas de papel para atear fogo. Esses veículos estão posicionados no escritório central do canteiro. Os índios, segundo a empresa, também jogaram folhas de papel no entorno dos escritórios.
Agentes da Força Nacional de Segurança e Polícia Militar do Pará estão na área da usina. Eles só cumprirão a ação de reintegração por decisão judicial, o que não ocorreu até o momento.
DIÁLOGO
Por telefone, o índio Cândido Manduruku disse que espera uma resposta da Secretaria-Geral da Presidência da República até as 16h de hoje sobre a ida do ministro Gilberto Carvalho ao local para negociar as reivindicações do grupo.
Os índios reivindicam a suspensão de todos os estudos e construções de barragens no país que impactem terras indígenas e a regulamentação da consulta prévia a índios nesses casos.
"Nós queremos o diálogo. Se ele não vem aqui, a gente vai queimar tudo. Está tudo organizado, só falta acender o fogo. Nós não temos conflito com ninguém, mas se o governo não tem resposta, vai começar o conflito", afirmou Cândido Munduruku.
O governo federal enviou ontem a chefe do escritório da Secretaria-Geral da Presidência ao canteiro Belo Monte, em Vitória do Xingu, cerca de 50 km de Altamira. Cleide Souza disse que os índios pediram para ver uma carta escrita de Carvalho, mas quando o documento chegou se recusaram a recebê-lo.
"Fizemos proposta de o ministro Gilberto Carvalho recebê-los [grupo de 20 índios], na próxima quinta-feira [4], no Palácio do Planalto, e eles se recusaram a receber [a carta]", disse Souza.
E quem paga a conta????
ResponderExcluirNós, que pagamos tributos.