Nossos intimoratos democratas protestam, em liberdade, contra a cubana que defende Yoani Sánchez a liberdade |
Mas que coisa, hein, meus caros?
No país da democracia, no país da liberdade, no país em que a divergência deveria ser um sinal de inteligência, no país em que o confronto de ideias deveria ser a luz para consensos e não para unanimidades, execra-se quem sonha com a democracia, com a liberdade, com a divergência e com o confronto de ideias.
Esse país é o Brasil.
A execrada é Yoani Sánchez.
Yoani Sánchez, sabem vocês, é a blogueira e jornalista cubana que execra as ditaduras, que sonha com a liberdade, que anseia pela transparência, que não se intimida em denunciar a violação dos direitos humanos em Cuba, onde, acreditem, ainda há presos políticos por delitos de opinião (ceús!).
Yoani Sánchez, com edita o blog Generacion Y, está no Brasil.
Já ouviu chamarem-na de "mercenária", de "vendida", de "instrumento do imperialismo", "de representante dos interesses yanques" - essas baboseiras todas.
Abram-se, no entanto, passagem para as baboseiras.
Até para elas.
Abram-se alas para as os bordões d'antanho (huuu!), para os lugares-comuns pré-queda-muro-de-Berlim.
Até para eles.
A democracia acolhe, é claro, os protestos, as divergências, as insatisfações externadas pública e tonitruantemente (huuu! - outra vez).
Democracia sem contrastes não é democracia, né?
Pois é.
Uma coisa é a liberdade de protestar até contra quem, como Yoani Sánchez, luta pela liberdade e contra a ditadura.
Outra coisa é, no país da democracia, cercear o debate e impedir, mais ou menos à força - força bruta, vale dizer -, que eventos se realizem.
Ontem à noite, a blogueira estava em Feira de Santana (BA), para o lançamento do documentário Conexão Cuba-Honduras, razão primeira de sua vinda ao Brasil.
Houve protestos contra ela.
Até aí, nada demais.
E aí?
E aí que grupos de manifestantes impediram a exibição do documentário.
Mesmo assim, Yoani permanecia, até o final da noite de ontem, tentando conversar com os manifestantes.
Ela e o intrépido senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que a acompanhava e chegou a discutir com um manifestante.
Grande Suplicy!
Pelo menos ele para mostrar à blogueira cubana, sonhadora das liberdades, que no Brasil da democracia há gente tolerante.
Tão tolerante que até cultiva o dissenso.
Mas a maior lição foi mesmo a de Yoani.
Em vez de ser avessa a protestos, ela os acolhe com a naturalidade do maior dos democratas.
Yoani Sánchez já foi presa e torturada em Cuba simplesmente por denunciar violações execráveis dos direitos humanos. Ela sabe o que é viver sob um regime ditatorial.
Os manifestantes que bradam contra a blogueira e a execram só sabem o que é viver em liberdade. Que bacana, não é?
Esse é o país da democracia.
Esses não os nossos democratas.
Putz!
Leia mais sobre Yoani Sánchez no Espaço Aberto:
Belo post, é muito bom poder gritar em liberdade. Queria ver eles fazer isso na sua "ilha da liberdade"
ResponderExcluirEssa é "la democrácia" dos cumpanherus; ter de ajoelhar e babar para "los hermaños Castro" donos do "paraíso" da esquerda poético-rançosa.
ResponderExcluirVida longa à Yoani que, ao contrário desses pau-mandados cumpanherus, vive a realidade sofrida do povo cubano e nem por isso deixa de aceitar manifestações contrárias.
Para os cumpanherus, só vale a favor.
Deles.
Aos que protestaram e impediram a exibição do documentário, não tem problema, a democracia é tão boa que para isso todos os brasileiros poderão vê-lo (dcumentário) pelo YOUTUBE. Quanto mais radicais eles forem, mais a verdade e a liberdade de expressão prosperarão.Não quero um Brasil Cuba, não quero a ditadura, não quero um país que seja de um único dono, mesmo que alguns tentem se apoderar dele, maso povo pode tirar pelo voto, sem disparar um tiro, sem precisar vestir os fardões militares, como fazem aquele que chegam ao poder desta forma, ddizento que a idéia é revolucionária. Não fazemos revolução cm bala, mas com idéias, com democracia.
ResponderExcluirConheço "uns" que fizeram uma "revolução" sem tiro.
ResponderExcluirMas a custa de mensalão, escândalos, de "eu não sabia", de aparelhamento da petrobrás.
"Dormia, a pátria mãe tão distraída,
Sem perceber que era subtraída,
Em tenebrosas transações".
Mas tudo disquerda.