Do jornalista Carlos Mendes, por e-mail, para o Espaço Aberto:
Olha quem apareceu aqui em casa neste final de semana. Ele mesmo, como sempre infalível. Lépido e fagueiro, ostentando sua honrosa cara de pau. O meu, o seu, o nosso, IPTU. A secretária de Finanças, Suely Azevedo, a mesma que aparece na folha do Tribunal de Justiça em seu último mês como secretária de Administração e Finanças, recebendo R$ 131 mil líquidos, deve estar feliz.
Não por ter recebido tanta grana, mas por conseguir mandar o IPTU - que ela própria não pagou - para os lares de quase 400 mil moradores desta maltratada Santa Maria de Belém do Grão Pará.
Junto com o carnê de dona Suely veio uma mensagem do prefeito Zenaldo Coutinho, mostrando a importância do pagamento IPTU para que os recursos dele advindos produzam obras e serviços pela cidade.
Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas, realmente, eu gostaria de dizer à secretária de Finanças que, ao contrário dela, eu pagarei o meu IPTU e certamente muita gente o fará.
Primeiro, porque somos cidadãos de bem. Eu disse bem, e não bens. Segundo, porque a prática da desobediência civil de não pagar o IPTU não teria nenhuma eficácia. Seríamos processados pela Procuradoria Fiscal e a justiça seria rápida no gatilho.
Quem dá o péssimo exemplo de não traduzir em serviços públicos o produto dos impostos que pagamos não somos nós. São os governantes. Além disso, não acreditamos em heróis isolados ou porraloucas de plantão que irão nos salvar das garras de gestores incompetentes.
O que é preciso dizer é que, se vamos pagar, devemos nos mobilizar, ir para as ruas, cobrar as obras e serviços que não vemos há décadas em Belém.
Cada centavo pago à prefeitura deve corresponder à nossa avidez de cobrança para que possamos ter uma cidade de todos e para todos.
Vamos pagar, sim. Mas, secretária Suely, pague também o seu IPTU. Seja a primeira a dar o exemplo que está devendo a todos os cidadãos desta cidade. Os que pagam e os que não pagam IPTU. Os que pagam para que continuem pagando. Os que não pagam, para que se sintam motivados a pagar.
Zenaldo, estamos de olho.
Acho que depois de receber R$ 141.000,00 em salário, no mês de dezembro do Tribunal de Justiça do Estado a Secretária de Finanças do município não vai ter muita dificuldade de pagar o IPTU...
ResponderExcluir131.000,00 de que? O teto constitucional é de 28.000,00!!!!!
ResponderExcluirMais um belo trabalho investigativo do competente colega jornalista Carlos Mendes. O que mais surpreende, no caso dos marajás do Judiciário e dos Tribunais de Contas, é que o Ministério Público, pelo visto, não tinha conhecimento dessas "adiposidades" salariais que extrapolam em muito o teto constitucional. Por acaso, a função dos fiscais da Lei não seria fiscalizar o cumprimento das leis, em nome da sociedade? E agora ? Uma vez descobertos, não seria o caso de se aplicar a Lei na redução desses super-salários ? Perguntar não ofende.
ResponderExcluirQue ministério público nada. Tem de denunciar ao Conselho Nacional de Justiça, que certamente mandará o TJ apurar.
ResponderExcluir