Não é brinquedo, não.
Essas chuvaradas, meus caros, não estão nem aí se o prefeito é novo ou antigo, se é huno ou não, se é tucano ou nem tanto.
Quando elas caem, saiam de baixo. Literalmente.
Até agora, assessores mais próximos do prefeito Zenaldo Coutinho sabiam que, como se diz, o pior do inverno ainda estava por vir.
Mas não esperavam que viesse nessa intensidade.
E veio.
Na última quarta-feira, desabou aquele aguaceiro tipicamente amazônico-belenense, que deixou a cidade no fundo e fincou seu marco de ter sido o maior que já caiu em Belém, nos últimos 15 anos, num lapso de tempo de apenas 24 horas.
E agora?
Agora, é assistir a essas cenas tristes, deploráveis, lamentáveis de gente pobre que perdeu o pouco que tinha.
São histórias de pessoas que passam a vida sonhando com uma geladeira, por exemplo.
E a geladeira se vai na enxurrada, se perde na lama, se acaba em meio do aguaceiro que transborda dos canais e invade as casas.
Os relatos, podem conferir, são os mesmos do ano passado e idênticos aos de 2011, 2010, 2009, 1950, 1949 e por aí vai, até retroagir a 1616, quando Belém foi fundada.
Qual seria a novidade mesmo?
A novidade seria os moradores dessas áreas atingidas cobrarem os prejuízos da administração municipal, seja qual for.
O Poder Público, certamente, poderá dizer que poderia ter sido pior.
Poderá alegar ainda que uma chuva que faz desabar 180 milímetros d'água num período de 24 horas torna impossível qualquer atitude preventiva contra eventos da natureza nessa magnitude.
Pois é.
Isso pode ser discutido em juízo.
Porque não há sentido, convenhamos, em pessoas que moram em área alagáveis perderem o pouco que tinham em meio a essas tempestades que, nesta época, são mais do que previsíveis.
Ou não?
Porque a ação vai demorar 30 anos. Simples.
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