Ufa!
Mas que alívio, gente!
Que alívio em saber que o país, felizmente, já está farto de corrupção.
Já não era sem tempo.
A Lei da Ficha Limpa já sinalizara isso.
Sua aprovação decorreu de projeto de iniciativa popular ao qual aderiram cerca de 1,3 milhão de pessoas.
E agora?
Agora, temos uma petição virtual.
Até ontem à noite, os signatários, acreditem, já eram mais de 1,5 milhão.
A petição é singela e, ao mesmo tempo, emblemática.
É singela porque, objetiva e simplesmente, pede o impeachment de ninguém menos que o presidente do Senado Federal, Sua Excelência o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
É emblemática porque, é claro, pode dar em nada, pode servir para coisa nenhuma, mas de qualquer forma já terá servido muito, porque demarcará os limites da tolerância do brasileiro diante de excelências que, mais do que biografia, têm ficha corrida.
Por que impedir Renan Calheiros?
Porque é um acinte aceitar que a terceira autoridade da República na linha sucessória tenha a biografia que ele tem.
Porque é um acinte aceitar que o presidente do Congresso esteja sendo denunciado ao Supremo por três crimes - estelionato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Porque é um acinte tolerar que se amesende na direção do Senado um personagem que anteriormente já se viu compelido a renunciar à presidência da Casa, em meio a denúncias gravíssimas.
Enfim, é hora de assinar a petição do impeachment de Renan.
CLIQUE AQUI PARA ASSINAR VOCÊ TAMBÉM.
E confira, abaixo, o teor do texto a ser enviado ao senadores:
Vamos conseguir 1.360.000* assinaturas (1% do eleitorado nacional), levar esta petição para o Congresso e exigir que os Senadores escutem a voz do povo que os elegeu.
Segundo nossa Constituição“, a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles”.
Infelizmente essa ferramenta popular foi criada apenas para propor leis e com requisitos tão complexos que quase ninguém consegue fazer uso dela. Mas se 1.360.000 se juntarem a nós, poderemos causar um rebuliço na mídia, desafiar as restrições desta Iniciativa popular e exigir a revogação do presidente do Senado, Renan Calheiros. Vamos usar o poder do povo agora para exigir um Senado limpo.
Caro Paulo
ResponderExcluirSou visitante assíduo do teu blog, e dele extraio uma grande gama de informações. Gosto de blogs porque eles permitem o contraditório, a discussão de diferentes pontos de vista, a discordância, etc, bem ao contrário do Facebook, que é uma rede onde quase todos têm sempre a mesma opinião e “curtem” qualquer frase bem lavrada de Chico Xavier ou do Tiririca.
Assim, utilizando-me da premissa democrática da maioria dos blogs – o teu incluído - é que me permito discordar de parte da postagem acima. Concordo em absoluto quanto ao descalabro de se eleger Renan Calheiros e Henrique Alves como presidentes das duas casas legislativas. Que isto fique bem claro. Acho que os dois já percorreram uma boa parte do nosso Código Penal. Não como legisladores, mas como usuários.
Bons tempos aqueles em que o Parlamento se ofendia com a foto de um deputado de casaca e cuecas(Barreto Pinto), que vaidoso e tolo deixou-se enganar pelo fotógrafo, que lhe garantiu que a foto seria da cintura para cima. Cassou-o.
Minha discordância vem pela forma escolhida pelo brasileiro para se manifestar, sempre no conforto de sua casa , e sempre pelas redes sociais. É o já famoso e epidêmico “clique-herói” , onde os brasileiros acham que traçam os destinos da humanidade. Sim, eu sei que as minhas quase 6 dezenas de anos me fazem quase um jurássico, que as antigas cartas foram substituídas pelos práticos e rápidos emails, que hoje aquela linda garotinha pode ganhar um lindo iPhone da mãe se 100 mil pessoas “curtirem” aquela foto no facebook(pode?), e por aí adiante.
Agora, acreditar que um simples clique mudará os destinos do nosso país é agir como as formigas daquele cenário cantado pelos moicanos canadenses, que, aboletadas em um tronco que descia o rio, se imaginavam estarem – elas – a dirigir o tronco.
Mas também sei que é um surto alucinatório acreditar que a vida é assim tão fácil e apolítica. Sem perceberem, as pessoas estão se tornando marionetes, apenas clicando “curtir” ou “compartilhar” pelos seus smartphones. Fazem um autêntico broadcast de suas vidas( ou da parte que lhes interessa propagar), achando que é uma boa forma de se comunicar com familiares e amigos, mas quem sabe algum dia descobrirão – ou não – que tais contatos superficiais e abertos ao mundo todo escondem a possível ausência de um relacionamento mais verdadeiro, e, principalmente, de carne e osso.
Será que as pessoas realmente sabem o que se passa com aquelas que lhe são queridas restringindo seu contato apenas ao Facebook ? Tenho minhas dúvidas e minhas certezas.
O abaixo-assinado , como você bem esclareceu, não terá nenhum poder para modificar a situação desses dois senhores. Ainda que o Ficha-Limpa me desdiga em parte, o que vale mesmo é a presença física, o protesto “ ao vivo”. Puxem aí na internet e vejam quantos foram lá para a frente do Congresso protestar contra a posse dos dois. Não mais do que 100 corajosos indignados.
Fico com inveja ao ver milhões(não milhares) de gregos protestando contra o corte de suas aposentadorias. Fico com inveja de ver milhões de franceses protestando em Paris( a favor e contra) o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Fico com inveja dos milhares de espanhóis que saíram às ruas ontem protestando pelas mudanças no sistema de saúde. E aqui? Quantos saem às ruas para protestar, para mostrar sua indignação?
Encerrando, acho que o brasileiro precisa é sair dessa mansidão bovina que se eterniza, desse avestruzamento coletivo e começar a realmente participar – em carne e osso – das mudanças que se fazem necessárias em nosso país. Fica uma pergunta : quem foi que votou em Renan e Henrique? Claro que os deputados e senadores. E quem votou neles? Claro que os eleitores. Assim, melhor seria não votar nesses parlamentares na próxima eleição. É quase igual a um “curtir” do Facebook. Basta “não curtir” lá na solidão daquela urninha eletrônica. Não leva mais do que 5 segundinhos, e só precisa fazer isso uma vez a cada quatro anos. Fácil, fácil.
Kenneth Fleming