Mas que coisa.
Que coisa horrível.
Tragédias são mais impactantes quanto mais forem previsíveis e, portanto, evitáveis.
A tragédia que matou mais de 230 pessoas numa boate em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, era previsível.
Era, portanto, evitável.
Era previsível porque a casa não tinha saídas de emergência.
Porque estava superlotada.
Porque estava com o alvará vencido.
Porque, num ambiente tomado por material inflamável, não foram adotadas mínimas cautelas para impedir de certos produtos, como o sinalizador que, segundo se diz, desencadeou o incêndio.
A tragédia não ocorreria, pelo menos nas dimensões em que se consumou, ser houvesse saídas de emergência.
Se a casa estivesse com a lotação regular.
Se o alvará, válido e atual, fosse a expressão legal de que a casa estava funcionando de acordo com mínimas normas de segurança.
Se, se, se...
Tanto se.
Mas temos aí mais de 230 pessoas mortas.
Mas de 140 feridas.
Temos dezenas, centenas de famílias devastadas pela dor.
E um país inteiro debatendo o que deveria ter sido feito e não foi.
Tomara que, depois das discussões, tudo o que deva ser feito seja mesmo feito.
Tomara.
Para que tudo não termine assim, em notas quase impessoais.
Imagina em Belém!
ResponderExcluirComo se não bastassem tantas irregularidades não reparadas por quem deveria fazê-lo, como Polícia, Bombeiros,etc,os jovens ainda encontraram no caminho da fuga daquele inferno alguns "seguranças malas" que impediam a saída,pela única porta, sob a alegação de que deveriam primeiro pagar suas contas... Meu Deus, quanta insensibilidade em nome do vil metal, que move essa gente perdulária e sem princípios humanitários ! Os pais desses jovens, que agora sofrem os efeitos dessa tragédia anunciada, com certeza ajudariam até a pagar os prejuízos, caso pudessem ainda contar com o aconchego de seus filhos vivos.
ResponderExcluirPor que isso aconteceu? Meu Deus...
ResponderExcluirÀs Famílias, Parentes e Amigos enlutados, que a Paz do Senhor esteja convosco e os conforte.
Depois das tragédias, naturalmente e é plenamente compreensível, os comentários listando as óbvias causas de sempre. Tantos e até eu, um velho aposentado, aqui, escrevendo trágicas obviedades:
- Essas tragédias em boates são os resultados da corrupção, da ganância de empresários inescrupulosos, verdadeiros bandidos exploradores do “lazer” noturno. Onde tem inescrupulosos e bandidos acontece a corrupção, seja pela não fiscalização ou policiamento preventivo, e até a liberação e indevido alvará de funcionamento, tudo à troco de propinas diárias, semanais ou mensais.
- Outros crimes: além da precariedade das instalações elétricas, a prática de pirotecnia em recintos fechados e, absurdo!, com revestimentos de paredes e teto com material inflamável, além da inexistência de portas para saídas de emergência.
- Um pequeno foco de incêndio tem início, não há recursos e pessoal preparado para o eficaz combate, nem “plano de fuga” (o que os proprietários menos querem…)
- Os proprietários gananciosos e não querendo sofrer prejuízos com a saída do público sem pagar as consumações, não pensam duas vezes e dão ordens para seus capangas (indevidamente chamados de “Segurança”) para impedir a saída!
- Inescrupulosos e criminosos da “vida noturna existem porque a estupidez dos ávidos por diversão e prazer também existe. Há os ingênuos e verdadeiros inocentes, muitos porque sugestionados por aqueles que, mesmo tendo consciência dos riscos existentes naquelas precárias instalações, da mesma forma que encarar uma “roleta russa”, “não estão nem aí” e, até que um dia acontece a tragédia, em consequência, muitos “não estão mais aqui”.
Em ambientes calamitosos desses, o diabo pula, deita e rola comemorando o feito, enquanto os familiares e amigos choram, se desesperam e fazem preces por milagres, que a pessoa querida apareça porque conseguiu escapar da tragédia.
A tragédia não tem pátria, não pode ser vista com indiferença e logo esquecida. Atinge a todos e provoca a mesma indagação e resignação, “Por que isso aconteceu? Meu Deus…”. A lição a ser apreendida é para todos os cidadãos do mundo.
Até quando não aprenderemos com as tragédias, mas sempre as esqueceremos passados alguns dias ou semanas?
Desculpem-me pela maneira que desabafei a minha indignação,
Jeca, O Anarquista
Não ter saídas de emergência (e por consequência sinalizadores da saída), implica em dolo eventual.
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