O deputado Edmilson Rodrigues, único representante do PSOL na Assembleia Legislativa do Estado, ainda não está plenamente convencido do que chama de "capacidade de resistência" dos peemedebistas, que na semana passada formalizaram com a bancada do PT um bloco que lançará Martinho Carmona (PMDB) para disputar a presidência da Casa com o tucano José Megale.
"Eu preciso avaliar melhor se os deputados que têm cargos no governo, que têm secretarias e participação em outros órgãos no Estado poderão resistir, por exemplo, a retaliações do governo", diz o parlamentar psolista.
Nos próximos dias, provavelmente até amanhã, quarta-feira, ele deverá conversar com companheiros de seu próprio partido para definir qual o melhor posicionamento a adotar: se lançar-se candidato à presidência do Legislativo estadual, se abster-se - como aconteceu na eleição para a Mesa atual, presidida por Manoel Pioneiro - ou se apoiar o bloco encabeçado por Martinho Carmona ou mesmo, numa remota hipótese, o de Megale.
O deputado está convicto, no entanto, de que o PSDB, capitaneado pelo governador Simão Jatene, dá seguimento à construção do que Edmilson chama de projeto hegemônico no Pará, que incluiria manter a direção da Assembleia sob o domínio tucano.
"É claro que o Jatene conversa mais. É claro que ele não adota a mesma postura rancorosa que o [ex-governador] Almir Gabriel. Mas é assim, sendo simpático e sorrindo, que o Jatene vai passando o rolo compressor. Eu não tenho dúvidas quanto a isso", descreve o deputado do PSOL.
Ele lembra, por exemplo, que nestes dois anos de governo do PSDB, a Assembleia Legislativa foi transformada num braço, uma extensão do Executivo, retraindo-se em suas competências e deixando de exercer plenamente prerrogativas que a confirmariam como um Poder independente do Executivo.
"Nesses últimos dois anos, a Assembleia limitou-se apenas a aprovar projetos do Poder Executivo, enquanto as proposições de iniciativa dos parlamentares foram todas vetadas pelo governador", diz Edmilson. Ele acrescenta que uma emenda de sua autoria, ao projeto que instituiu a taxa mineral, acabou vetada por Jatene. "Se a minha emenda fosse mantida, o Pará não sofreria uma perda de milhões, diz Edmilson.
Ele se refere a um acordo celebrado em outubro passado, pelo qual qual o Estado aceitou que o preço da tonelada do minério de ferro fosse reduzido de de R$ 6,90 para R$ 2,30. Em troca, a Vale desistiu de pugnar na Justiça contra a instituição da taxa. Com isso isso, o Pará abriu mão de cerca de R$ 500 milhões de reais por ano.
Com o acordo, a arrecadação sobre a exploração do minério vai render aos cofres estaduais cerca de R$ 440 milhões. Uma das vantagens, afirma a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), é que com esse dinheiro o Estado vai agilizar ações em favor do Estado. Além disso, este ano, a Vale vai pagar o retroativo de R$ 484 milhões do que era depositado em juízo de forma direta para os cofres públicos.
Edmilson não tem compromisso com a oposição a Jatene, mal disfarça sua simpatia pelo atual Governador, tem dívidas de campanha e aí ...
ResponderExcluir“Na hora de odiar, ou de matar, ou de morrer, ou simplesmente de pensar os homens se aglomeram. (…) A opinião unânime está a um milímetro do erro, do equívoco, da iniqüidade. (…) Toda unanimidade é burra.
ResponderExcluirQuem pensa com a unanimidade não precisa pensar.”