terça-feira, 16 de outubro de 2012

Broche do manto é feito por ourives do Polo Joalheiro

Do blog São José Liberto

Inspirada em detalhes da arquitetura da Basílica Santuário de Nazaré, a joia (na foto) que fecha o manto da imagem peregrina do Círio de Nazaré foi criada pelas mãos habilidosas do ourives e restaurador Luiz Nilo Alves da Silva, profissional vinculado ao Polo Joalheiro do Pará. Além do broche, Luiz Nilo também produziu a joia que será colocada na parte posterior do manto da Santa.
Neste ano, o design do manto, um dos principais símbolos da festa, foi criado pelo estilista Carlos Amilcar, que também o confeccionou. Mantido em segredo absoluto durante o processo de criação e confecção, o manto foi mostrado pela primeira vez ao público na solenidade de apresentação, realizada na Basílica Santuário, nesta quinta-feira (11), às 18 horas.
Luiz Nilo faz parte do Programa de Desenvolvimento do Setor de Gemas, Joias e Metais Preciosos do Pará, financiado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e gerenciado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), OS gestora do Espaço São José Liberto.
A criação de mantos exclusivos para a imagem peregrina é uma da tradição da festa nazarena. Católico, o ourives Luiz Nilo revela que, durante todo o processo de criação da joia, a emoção o envolveu de tal forma, que chegou a chorar várias vezes.
O convite para o trabalho, conta o ourives, surgiu por intermédio do estilista Carlos Amilcar. “Quem me indicou para o Carlos foi o Antônio José de Souza, que trabalha com mantos e bordados, e para quem eu já tinha feito algumas peças. Ele faz parte da equipe do Carlos Amilcar”, informa. 
O broche foi criado a partir de uma fotografia que retrata o detalhe de uma escultura em alto relevo, localizada em uma coluna do lado direito da entrada da Basílica de Nazaré. “No primeiro contato, ele (Amilcar) me pediu um protótipo. Ele queria que eu criasse a peça em prata, mas eu disse que entregaria uma peça única, sem protótipo”, relata Luiz Nilo, esclarecendo que é dessa forma que confecciona suas peças artesanais exclusivas.

REFINAMENTO
Para reproduzir em forma de joia a imagem selecionada pelo estilista, foram utilizados ouro branco e amarelo (18 k), além de madrepérola, granada, diamante e turmalina rosa. A granada forma, ao centro, o Sagrado Coração de Jesus, sendo ladeada por ramos de rosas e de lírios cravejados de diamantes e turmalinas. Rosas e lírios também estão presentes no manto. Todo o processo de produção do broche durou um mês, sendo necessária uma semana só para criar a peça que compõe a costa do manto, a qual reproduz o símbolo mariano: “Na verdade, demorou um pouco para se conseguir achar a madrepérola ideal, que não tem aqui na região, e precisamos importar”, conta o ourives, que realizou todo o trabalho sozinho. A madrepérola compõe o fundo do broche.
O símbolo mariano (monograma de Maria, com a combinação das letras M e A, símbolo da instituição Marista), segundo ele, foi pesquisado na internet, com alguma adaptação no desenho da parte superior, onde estão dispostas algumas estrelas. A peça é de prata com cristais Swarovski e alguns detalhes banhados em ouro amarelo 18 k. 
Luiz Nilo também esculpiu as peças, técnica até então nunca utilizada por ele. Para esculpir cada ramo do broche, por exemplo, o ourives conta que, depois de recortada no formato correto, a peça em ouro é colocada em goma laca, uma pequena estrutura que dá suporte para este tipo de trabalho. A mesma técnica foi utilizada na criação do símbolo mariano.

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