Senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA): Nossas goiabas caem apenas nos quintais de nossos vizinhos |
A historinha de Flexa, emblemática e pertinente com o caso presente, remonta à infância do senador.
Tem a ver com goiaba.
Com quintais.
Com vizinhos.
Goiaba, vizinhos e quintais nos trazem à mente cenas d'antanho, cenas de antigamente, mas que valem a pena relembrar menos por saudosismo, e mais para mostrar como as rodas da história nem sempre devem rodar à nossa revelia.
Abaixo, a história que Flexa contou na reunião e que ele próprio, depois, relatou em seu perfil no Facebook.
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O Pará foi abençoado com tantas riquezas naturais. Todos nós sabemos muito bem disso. E ontem, em uma reunião, ao apresentar números da baixa alíquota da CFEM e das perdas que temos com a Lei Kandir - defendendo, portanto, maior justiça na exploração mineral -, acabei lembrando de uma breve história que meu pai contava. E queria, brevemente, compartilhar com vocês.
No quintal de nossa casa tinha um pé de goiaba. Meu pai cuidava, regava, tinha maior carinho com aquela goiabeira. Era linda e todo mundo que nos visitava, ia até o quintal só para admirar e elogiar aquela goiabeira vistosa, de encher os olhos. Diziam que éramos abençoados por ter uma bela goiabeira como aquela bem ali, no quintal de nossa própria casa. E todos nós esperávamos que ela começasse a dar frutos, para desfrutar ainda mais daquela goiabeira que realmente era uma bênção.
Queríamos, inclusive, vez ou outra, colher goiabas e fazer doces para dar aos amigos e vizinhos, como prova de gratidão por reconhecerem tanto nossa goiabeira.
Pois bem. A goiabeira cresceu e começou a dar frutos. Mas, justamente o galho que dava goiabas foi todo para o outro lado do muro, para o lado do vizinho. A gente tinha o pé de goiaba no nosso quintal, todo mundo via isso e nos elogiava pela bela árvore... Mas, vejam só! Todas as goiabas caíam apenas no lado do nosso vizinho.
Bom, a gente jamais iria cortar a árvore. O vizinho então, reconhecendo nosso esforço e que o pé de goiaba estava no nosso quintal, pelo menos uma vez por semana ia até nossa casa e nos dava um cesto cheinho de goiaba. Sem a gente ter que pedir nada.
Essa história não lembra o nosso Estado? Com o Pará, os vizinhos ficam com nossa goiaba. Mas, não reconhecem nosso esforço e que essa riqueza pertence também ao povo do Pará. Ao invés de reconhecer e oferecer compensação justa pela exploração, o Pará é penalizado por suas riquezas. E temos de fazer um esforço enorme para conseguir uma mínima compensação que seja por tudo aquilo que nos é tirado.
Queremos mudar isso. Estamos trabalhando para isso. Sei que juntos, todos nós, podemos fazer com que nossa goiabeira dê também excelentes frutos ao povo do Pará - os verdadeiros e legítimos donos dessa goiabeira.
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