quinta-feira, 12 de julho de 2012

Agenda de servidores não pode confundir tático e estratégico

No blog Juventude em Pauta!, de Leopoldo Vieira:

Claro que a reivindicação salarial dos servidores públicos é justa e legítima. Mas, ao ser usada como questionamento ao ReUni, como foi pelos jornais de ontem, é preciso ter muito cuidado.
O conceito de "país em desenvolvimento" não é vazio e traz consigo a idéia de que estamos "em desenvolvimento" nas diversas dimensões da vida brasileira: nos serviços públicos, renda, qualidade dos empregos, participação social, combate à corrupção, promoção de direitos humanos, entre outras. Muito se avançou, mas nosso estágio de desenvolvimento ainda está em processo e deficiências são naturais.
Não podemos desconsiderar o avanço, para o capital social e econômico da nação, que foi saltar, de 2003 a 2011, de 638 mil para 1 mi de matrículas no ensino superior, um passo de 60%. Em infra-estrutura correspondente, foram investidos 8,4 bi. É verdade que a correspondência de professores e funcionários para as IES cresceram não proporcionalmente aos 60% de acréscimo de matrículas, mas em 47%: de 88 mil para 130 mil. Porém, até 2014, está autorizada a contratação de mais 77 mil. Um avanço maior do que na quase última década.
Ao colocar sua pauta sobre o ReUni sem considerar essa dado e estes conceitos, os servidores podem fazer coro à agenda da direita, muito bem expressa no artigo "Em busca do planejamento perdido", de Raul Velloso, no Estadão de ontem. Sem ler o PPA 2012-2015, ele fala que falta ao país "macroeconômicas básicas, diagnóstico dos principais problemas e delineamento de caminhos para chegar lá" e, abordando a questão da poupança interna anistiando a falta de investimentos privados, sugere como panaceia ao desenvolvimento suspender o calculo de reajuste do salário mínimo, o gasto com servidores - contratações e remunerações - e "os demais parâmetros em vigor na área de assistência social".
Aqui, toda a questão é: sindicalismo como venda mais vantajosa da força de trabalho ou cooperação estratégica com um governo laboral para um modelo de desenvolvimento puxado e referenciado pelo mundo e pelos valores do trabalho?

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