terça-feira, 19 de junho de 2012
Jornalistas criticam a oficialização da aliança PT-Maluf
Do Comunique-se
O anúncio da aliança entre o PT e Paulo Maluf (PP), em apoio à pré-candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, foi confirmado com espanto pela imprensa nesta segunda-feira, 18. Os adversários históricos selaram a união depois que o engenheiro Osvaldo Garcia, aliado de Maluf, foi nomeado Secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades.
Para Ricardo Galhardo, do IG, ainda que Maluf tenha sido alvo de denúncias de corrupção e representante da direita paulistana na época da Ditadura Militar, o PT está de olho no 1 minuto e 35 segundos do PP que dará a Haddad vantagem de um minuto sobre Serra no horário eleitoral da TV.
A decisão causou indignação em políticos e foi comentada no Twitter. O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) criticou a aliança e questionou o fato de integrantes do PT serem responsáveis por comentários negativos ao que chamam de Partido da Imprensa Golpista (PIG), termo criado por Fernando Ferro (PT-PE). “Pergunta: que moral tem uma pessoa pra falar em ‘PIG’ quando seu partido está de braço dado com Maluf, Collor, Sarney, Crivella e Malafaia?", escreveu o parlamentar socialista.
Em evento, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) ironizou a aliança de se partido com o seu – agora – ex-rival e deu a entender que seria menos ruim a legenda ser apoiada pelo prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab. “Achei que seria pesadelo com Kassab, imagine agora com o Maluf”, disse, segundo publicou o Estadão. Ela não tem participado da pré-campanha de Haddad e não poupa críticas as alianças de seu partido. No início do ano, a política brigou para ser a candidato do PT à prefeitura.
Segundo Igor Paulin, colunista do site da Época, se Maluf resolvesse apoiar Serra (PSDB), caso o tucano ganhasse as eleições, Maluf receberia em troca cargos no governo estadual, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB), e na prefeitura. Ao fechar com Lula, no entanto, o deputado ganhou de imediato um cargo no Ministério das Cidades, avalia o analista político do veículo da Editora Globo.
O trio formado por Haddad, Erundina e Maluf foi criticado pelo jornalista Edson Aran, diretor de redação da Playboy. Em seu perfil no Twitter, ele demonstrou que não gosta do trabalho público realizado por nenhum dos três. “Haddad com Erundina junta a pior prefeita que a cidade já teve com o pior ministro da educação. Ah! E ainda tem o Maluf junto”, publicou. “Erundina comparou a eleição em São Paulo com a ‘luta de classes’. Né não. Com Maluf do lado, tá mais pra ‘luta de desclassificados’”, completou Aran.
PT + Maluf - Erundina?Antes do PT e o PP selarem oficialmente o acordo em São Paulo, a pré-candidata a vice da chapa de Haddad, deputada federal Luiza Erundina (PSB) confessou ao em entrevista ao Estadão que será “desconfortável” dividir um palanque com Maluf. Os dois já se enfrentaram nas eleições municipais de 1988, quando a então petista se tornou a primeira prefeita da maior cidade do País.
Em entrevista ao site da revista Veja na tarde desta segunda-feira, poucas horas depois da confirmação da aliança, Erundina afirmou que não aceita se unir a Maluf e vai rever sua decisão de compor chapa com Haddad. “É constrangedor ver Lula e Haddad na casa de Maluf celebrando essa aliança. No momento que instalamos a Comissão da Verdade para desvendar crimes da ditadura, o PT se alia a um dos tentáculos da ditatura militar”. A deputada questiona se vale a pena se aliar a “forças nefastas da política brasileira” em troca de “um minuto a mais” no tempo de televisão.
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