sexta-feira, 4 de maio de 2012

Eleição? Mas que eleição? Cadê a sujeira?




Franceses são mesmo, digamos assim, meio contidos.
Há outras qualificações menos nobres, mas esqueçam.
Aqui pela terra do marido de Carla Bruni, que está encostando no adversário depois do debate da última quarta-feira, as ruas não transpiram eleições.
A gente sente falta daquele carro-som.
Sente falta dos militantes com bottons berrando pelas ruas.
Sente falta, oram vejam, de ruas emporcalhadas, cheias de pixações e de propagandas em postes e paredes.
E olhem que, no fundo do fundão, o nível de interesse pela disputa eleitoral de domingo é grande, muito grande. E tanto é assim que o nível de comparecimento às urnas, no primeiro turno, foi de 80%, algo surpreendente num país como a França, onde o voto não é obrigatório.
Mesmo assim, repita-se, as ruas não expressem esse nível de interesse, em decorrência da, digamos assim, introspecção ou da frieza dos franceses.
Olhem aí as fotos acima.
Foram feitas na última terça-feira pelo poster, quando flanava aí pelas ruas.
A primeira foto, lá do alto, foi feita bem pertinho da Ópera. Mostra um panfleto do comunista Jean-Luc Mélenchon pregado, perdido, esquecido, quase escondido num desses obstáculos que protegem pedestres nas calçadas.
A segunda foto, de cima para baixo, foi feita na Rue de la Banque, próximo ao Palais Royal, um dos monumentos mais visitados - porque mais resplandecentes - da cidade. Mostra não propaganda eleitoral de candidatos a presidente, mas de um concorrente às eleições parlamentares, que ocorrerão em junho, depois das eleições presidenciais.
A terceira, feita na região do Porte de Saint-Denis, no 10th arrondissement, exibe também propaganda de Mélenchon, que não está mais na disputa.
E a foto acima foi feita bem pertinho do Canal de Saint-Martin, com um detalhe que não pode passar despercebido: para evitar que a parede fique suja, a estrutura de ferro foi feita apenas para propagandas - inclusive, é claro, a eleitoral. Mas só há dois cartazes lá, um de Hollande, outro de Sarkozy.
Hehehe.
Mas que falta fazem paredes e postes emporcalhados.
Quem falta faz um carro-som.
Que falta trios elétricos.
Que falta faz uma barulheira.
Que falta faz o emporcalhamento de uma cidade em época eleitoral.
Sem brincadeira.

3 comentários:

  1. Anônimo4/5/12 07:23

    Amigo, por favor, não deixe de postar fotos de lugares comuns de Paris. Estou matando saudades desta linda cidade. Morei um ano em Levallois (Ligne 3), mas vivia em Paris a trabalho, estudando, visitando amigos, passeando, circulando.
    Bonne vacances.
    Emilio.

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  2. Isso me faz lembrar de uma história que li há algum tempo. Era mais ou menos assim: um brasileiro estava de apssagem pela Suíça e saiu pra dar uma volta no dia da eleição. Achou estranho a pouca movimentação nas ruas, não havia filas nem aglomerações, nada de barulho etc.
    Perguntou ao homem que o acompanhava onde ficavam os locais de votação. O suíço então apontou-lhe uma urna no meio do quarteirão. E mostrou que as pessoas vinham, depositavam as cédulas na urna e iam embora. Nada de boca-de-urna nem distribuição de santinhos etc. O brasileiro então perguntou: "mas não tem risco de alguém, p. ex., colocar mais de uma cédula na urna"? E o suíço, depois de pensar por um instante, respondeu: "tem... mas quem pensaria em fazer uma coisa dessas"?

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  3. Por unanimidade o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aprovou o relatório do conselheiro LUIZ MOREIRA GOMES JÚNIOR, julgando parcialmente procedente a representação feita pelo Major e Professor Walber Wolgrand Menezes Marques contra membros do Ministério Público do Estado do Pará.


    O augusto Conselho editou o Acórdão publicado no D.O.U de 23 de março de 2012, Seção 1, página 80, com o qual determinou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR, por inércia ou excesso de prazo, contra os seguintes membros do Parquet paraense:
    - GERALDO DE MENDONÇA ROCHA
    - FRANCISCO BARBOSA DE OLIVEIRA
    - MARIA DAS GRAÇAS CORREA CUNHA
    - MARCELO BATISTA GONÇALVES
    - PEDRO PEREIRA DA SILVA
    De quebra, ainda determinou a instauração de Procedimentos de Controles Administrativos para apuração dos requerimentos submetidos diretamente ao CNMP. Em outras palavras, para apurar aquilo que o MP marajoara não apurou.
    Uma vergonha para quem se diz Fiscal da Lei!
    Leiam aqui, na íntegra, o relatório do CNMP:
    http://aplicativos.cnmp.gov.br/consultaProcessual/consultaProcesso.seam;jsessionid=415F9A9B4A3282EB7B1D6F82762C6DFF
    Acrescente o nº do processo: 1148/2010-41
    e o nome do interessado: WALBER WOLGRAND

    leiam e vejam como o MP do Pará tratou as denúncias protocolizadas por um cidadão comum.

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