De Leopoldo Vieira, editor do Juventude em Pauta, sobre a postagem Pará: Estado pobre e banqueiro:
O que um pobre faria se, de repente, tivesse um banco?
Potencial para mudar de vida, 100%, mas tudo dependeria mais de quem escolhesse para geri-lo.
Todo debate tem política e ideologia, nenhuma técnica é neutra. Está ou é posta sempre a serviço de uma primeira e sempre expressa uma visão de mundo, no caso, a segunda.
Como não sou chegado ao academicismo, me sinto à vontade para dialogar com Leal e com Cidade.
Vamos aos argumentos chaves:
"O povo mesmo não é beneficiado pela existência desta instituição. Vários estados brasileiros, inclusive o mais rico deles, São Paulo, desfizeram de seus bancos públicos e usaram os recursos para investimentos significativos, em áreas prioritárias".
A Caixa Econômica contratou 660 mil casas populares no programa Minha Casa, Minha Vida em 2010, 450 mil em 2011 e este ano projeta 600 mil. Ela aumentou em 20% a oferta de crédito, triplicando o disponibilizado nesta área ano passado.
O que isso gera?
Além de moradia, emprego para quem as constrói, mais investimentos das empreiteiras contratadas, mais consumo, logo, mais produção, tudo em diversas áreas desde a FBCF até sapatos.
Isso fomentou o mercado de massas do Brasil, o que nos livrou da crise de 2008, porque produzimos e consumimos aqui o grosso do PIB. Isso nos permitirá ficar menos vulnerável à recessão européia (-0,5% by FMI), o pífio crescimento americano (1,8% by FMI) e a redução da China para 6%.
Para isso, essa política da CEF foi fundamental. Hoje, a meta do presidente Jorge Hereda é que o banco público conquiste o 3o lugar em concessão de crédito no país, superando o Bradesco. Afora as consequências que isso pode ter no quesito assédio moral dos empregados ou se isso seria desejável a um banco público, a Caixa hoje está em condições de disputar este espaço no mercado, para "puxar a economia". E porque está assim hoje quando no governo FHC foi cogitada sua venda?
Porque, ideologicamente e politicamente, o novo governo decidiu que este seria o novo papel do banco e o capitalizou. Um esforço orçamentário e fiscal no início, sim. Porém, com resultados extremamente compensatórios.
O que a venda da Caixa arrecadaria, considerando-se que a ética pública reinaria nesse trajeto, nem de longe cobriria o benefício que ela enquanto banco público traz hoje ao país. Ou alguém tem dúvida disso? Se tem, vamos ao debate com mais números mais à frente. Para começar basta projetar a Petrobrás, que tinha valor de mercado a oito anos atrás na faixa dos 8, 10 bilhões e hoje passa os 160. O que foi isso? pré-sal, possibilidade de colocar o Brasil na 5a posição de produção de petróleo? Sim, mas antes disso, decisão política e ideológica de capitalizar a empresa para investir.
Logo, se "O Banpará também não possui nenhuma influência significativa no fomento ao desenvolvimento do Estado", é porque a opção deste governo e dos seus pares de 1994 a 2006 foi outra.Mas, nunca é tarde para mudar o futuro.
Acredito portanto que, em vez de vender o Banpará, um novo Banpará deveria promover grandes investimentos "especialmente nas regiões que reivindicam o desmembramento territorial e político, para começar a corrigir distorções históricas". Imagine o boom parauara, se proporcionalmente, nosso banco se aproximasse da função que a CEF tem hoje no Brasil?
Isso, mais uma árdua guerra para ibndustrializar nosso minério e não apenas lucrar mais com royalties ou "verticalizar" ferro tornando chapa de aço, seria o verdadeiro "choque de capitalismo" no Pará, daquele "bom", que se estrutura sobre produção e consumo.
Ah, sobre o livro do Amaury, mais útil que discutir sua cientificidade ou se é um panfleto, seria abrir uma CPI no Congresso sobre ele, para a população, o MP e os parlamentares julgarem a relevância das provas catalogadas, não acham?
Por falar em CPI, o moço sabe quantas CPI os governos cumpanherus deixaram ser abertas?!
ResponderExcluirE olha que a enxurrada de colarinhos brancos ministeriais demitidas é grande, imensa.
Tudo igual, mcço.
Seja tucano ou cumpanheru.
Mas...disquerda pode "apropriar recursos não contabilizados", né?!
Rapaz...não faço essa conta, mas não me recordo de grandes tentativas. Sei que as mais "graves" foram abertas e trabalharam. Lembra da "CPI do Fim do Mundo"? Não recordo de nenhuma assim nos anos FHC (e tenha certeza que lembro bem desses anos inglórios).
ResponderExcluirNa mesma semana, sobre a reportagem “Compras sem licitação crescem sob Dilma e atingem quase R$ 14 bilhões”, publicada na edição de 18 de janeiro de 2012 do jornal o Estado de S. Paulo, o Ministério do Planejamento esclareceu que "Ao contrário do que afirma a matéria não houve aumento de 8% nas compras sem licitação no Governo Federal, mas sim uma redução de 10%, na comparação entre os anos de 2011 e 2010 (...)Em 2010, as compras governamentais que não utilizaram licitação totalizaram R$ 24,7 bilhões (...)E em 2011, o volume de recursos nessa modalidade caiu para R$ 22,3 bi".
E para encerrá-la com chave-de-ouro, O Globo noticiou na reportagem "Após escândalos em ministérios, Dilma cobra 'monitoramento on-line'", que "a presidente Dilma Rousseff determinou ontem aos seus ministros, na primeira reunião ministerial do ano, que os programas de governo tenham monitoramento on-line e, preferencialmente, em tempo real" e que "O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas, apresentou o sistema de monitoramento adotado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), modelo que inspirou a determinação de Dilma".
Fazemos a verdadeira reforma administrativa que o país precisa, que nada tem a ver com privatização e demissão de servidores.
Nem te conto que passou a existir, no âmbito do Ministério do Planejamento, mas com repercussão em toda a estrutura do Governo Federal, a Secretaria de Gestão Pública, que será responsável por avaliar, reestruturar e inovar o conteúdo que dá nome à nova pasta.
Ela cuidará da administração de pessoal também.
À frente, Ana Lucia Amorim de Brito, unificando as antigas secretarias de gestão e recursos humanos.
Não estará em questão enxugamento da máquina, redução de pessoal de carreira, de carreiras de estado, da folha de DAS e muito menos privatizações. Mas sim monitorar convênios, licitações, pregões, etc, criando a gestão eficiente do tamanho que o Poder Público precisa para promover o desenvolvimento do país.
Mais um exemplo do que é efetivamente um choque de gestão...choque de gestão para inclusão social.
agora sim..um contraponto com argumentos, classe e elegância.
ResponderExcluirEsse Cidade é bem da séquito jenial do Puty pra ser raso e desfundamentado desse jeito.
Deve de se achar o economista
Choque de gestão foi também o realizado pela Diretoria petista nomeada pela governadora Ana Júlia para o Banpará, e que tirou o banco dos pífios resultados das administrações tucanas passadas. Saindo de um processo de sucateamento e de 4 milhões de lucro líquido em 2006, para 26 milhões de lucro já em 2007, e 70 milhões no último ano da administração do PT, com revitalização das agências e parque tecnológico, abertura de novas unidades, expansão do crédito e do microcrédito, fazendo voltar o banco a atuar com pessoa jurídica e com que seus funcionários voltassem a ter orgulho de pertencer aos quadros da instituição. Refletesse a recuperação do Banpará no volume de dividendos a ser repassado ao atual governo do estado, já alardeado internamente pela atual direção tucana do banco, considerando um lucro líquido em 2011 de mais de 120 milhões. Falta agora atuar mais especificamente, por exemplo, financiando os processos de verticalização mineral, projetos de desenvolvimento sustentável, pequenos e médios empreendedores na área de turismo, agronegócios, etc. Fazendo com que o Banpará ocupe seu papel de indutor das políticas estratégicas a serem traçadas pela administração estadual nas mais diversas áreas, com o objetivo precípuo de colocar o Pará em seu devido lugar no cenário federativo brasileiro.É possível desde que haja vontade política!
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