 |
| Rita Lee, em Aracaju, em foto de Marcus Preto/Folhapress: ela pode fazer tudo, mas assumindo as consequências |
Ídolos, por serem ídolos, não podem pensar que estão previamente absolvidos de tudo o que fazem.
Até porque são ídolos, deveriam observar um pouco mais a moderação.
Até porque são ídolos, deveriam se lembrar de que não são inimputáveis.
Até porque são ídolos, deveriam se lembrar de que não estão acima do bem e do mel.
Rita Lee, no último sábado, participou de evento histórico.
Era o último show de sua carreira.
Por isso, inscreveu-se na história da MPB como um evento histórico.
Mas também deprimente.
Lá pelas tantas, ela começou a acusar os policiais de agredirem membros de seu fá-clube.
"Vocês são legais, vão lá fumar um baseadinho", disse-lhes.
Depois, não satisfeita, chamou os PMs de "cavalo", "cachorro"e "filho da p...".
Foi levada a uma delegacia de polícia, depois do show, e enquadrada nos crimes de "desacato e apologia ao crime ou ao criminoso (art. 287 do Código Penal)".
Bem-feito.
Olhem o que disse o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), que estava no show: "A polícia não tinha feito nenhum tipo de ação que justificasse [a atitude da cantora]".
Então é assim: Rita Lee pensa que pode fazer e dizer qualquer coisa apenas porque é Rita Lee?
Ela tem o respeito e admiração de muitos de nós.
Mas entre isso e agir como agiu vai uma grande distância.
A polícia estava sendo truculenta? Então há meios de para responsabilizar a polícia por isso.
E a polícia não pode ser afastada de evento público. Estava ali para garantir a segurança do público, inclusive de Rita Lee.
Se, por algum motivo, houvesse um tumulto qualquer durante o show e Rita Lee ficasse sob ameaça de ser agredida, ela seria protegida por quem?
Pelos integrantes de sua banda?
Pelos seus seguranças?
Seria protegido pela polícia, of course.
Rita Lee, podem crer, não pode fazer e dizer o que bem entende apenas porque é Rita Lee.
Aliás, até pode, mas arrostando as consequências de fazê-lo. Por que não?
SIGA O ESPAÇO ABERTO NO TWITTER
Seu espaço, eu concordo que NINGUÉM está acima da lei no país, mas fale sério, o que os políticos deixam de fazer por nós, pelo povo, a dinheirama que sai pelos ralos para os bolsos dessa gente sem escrúlo e que deveria ir para a saúde, educação e cultura, sem falar nos escândalos de toga, comparado com o que ela fez é só uma rabujice. Eu, particularmente, acho que Rita deve ser "absolvida". Se algumas coisas irregular ela andou aprontando durante os seus 67 anos, só fizeram mal a ela mesma. E se começarmos a sempre chamar a Lei Maior para qualquer caso (como deveria ser), esse pais não teria analfabetos, saúde péssima e viveriamos no paraiso. Perdoe Rita, ela não é uma ameaça ao povo do nosso país.
ResponderExcluirVc acha mesmo que o Governador do Estado diria algo diferente? Se o fizesse, como chefe da Polícia Militar, estaria assumindo a responsabilidade. Há uma enorme diferença entre ofender uma pessoa, com o intuito de atingir a honra, e ofender a ação da polícia, qualificando o agente estatal de cavalo, em razão de sua truculência. A professora Heloísa Helena também estava lá, e testemunhou que a cantora, em todas as situações, reagiu à ação policial. Rita tomou partido de seu público, sentiu a necessidade de ser coerente com sua história de rebeldia e transgressão, onde não se admite pacificamente "baculejos" policiais injustificados. Deus seja louvado por ainda haver gente como ela, que junta suas armas - o microfone, a palavra, a coragem, o destemor, a rebeldia, em defesa daqueles que estavam ali para apreciar sua arte. Por fim, Deus nos livre de termos que ser protegidos por uma polícia dessas, que forma um cordão à frente do palco, com famílias inteiras presentes, idosos e crianças inclusive, para significar a mensagem de ameaça ostensiva e autoritária da polícia. Eu heim mano!
ResponderExcluirTome vergonha na sua cara! Ficar incentivando as pessoas a serem desonestas não e correto.
ResponderExcluirMas por que mesmo que a PM estava baculejando o público da Rita Lee? Esta PM faz isso nos shows do Roberto Carlos? Ou do Pe. Fábio de melo?
ResponderExcluirCláudio Teixeira
É uma pergunta extremamente pertinente Cláudio. Pq a PM presume o consumo de drogas ilícitas em um show de rock gratuito, feito para o povo, em espaço público e não o presume no show do Roberto Carlos. Se aproxima a data do show do Rei no Hangar. Cresci aqui em Belém ouvindo "estórias" sobre o consumo de drogas entre a nata da sociedade paraense. Será que essas "estórias" formarão uma presunção na nossa PM para q ela "baculeje" os fãs do Rei nas dependências do Hangar? É possível que já tenhamos a resposta.
ResponderExcluirEssa é a imagem da legalidade: a Rita não pode protestar, até com palavras fortes, mas a polícia pode bater à vontade, porque ela é a LEI, não é> Com essa mentalidade é que o mundo anda às avessas.
ResponderExcluir