Eliana Calmon: advogados do Pará querem trazê-la a Belém para debater a questão da sobrevivência do CNJ |
Se tudo der certo, e conforme as condições ideais de temperatura e pressão, a ministra Eliana Calmon deverá aportar aqui por Belém em janeiro próximo, para participar de um amplo debate, que teria a presença dos representantes de entidadades que diretamente propugnam pela preservação plena da autonomia do CNJ como órgão de controle do Poder Judiciário.
Eliana Calmon, como se sabe, não tem papas na língua. Admita-se que possa, em algumas ocasiões, exceder-se em suas críticas e nos juízos que formula. Mas não se diga que a ministra não esteja à altura das funções que desempenha.
Reconheça-se, nesse sentido, o seu enorme e público esforço de vencer barreiras corporativas capazes de toldar a precípua função do CNJ, de agir como instância de contenção contra eventuais infrações ético-disciplinares de magistrados.
Veja-se agora, por exemplo.
Na semana passada, tão logo a ministra reagiu contra as informações de que teria determinado a quebra do sigilo de mais de 200 mil juízes e seus familiares, três associações de magistrados ingressaram com representação contra ela no próprio CNJ, pedindo que os atos da corregedora sejam investigados.
As associações representantes externaram os anseios de todos os magistrados brasileiros?
Há divergências.
Manifesto em apoio à ministra
No último sábado, a Folha de S.Paulo informou que um grupo de juízes federais começou a coletar assinaturas para um manifesto público condenando as críticas feitas pela Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) à atuação da corregedora.
A ideia surgiu em uma lista de discussão de magistrados federais na internet e foi proposta pelo juiz federal Rogério Polezze, de São Paulo.
"A agressividade das notas públicas da Ajufe não retrata o sentimento da magistatura federal", diz o manifesto, que já reúne 43 assinaturas. "Em princípio os juízes federais não são contrários às investigações promovidas pela corregedora. Se eventual abuso investigatório ocorrer, é questão a ser analisada concretamente", acrescentam os signatário, para os quais não é razoável "impedir a atuação de controle da corregedoria".
Um dos que apoiam a ministra é o juiz federal Sergio Moro (PR), especializado em casos de lavagem de dinheiro. "Não estou de acordo com as ações propostas no STF nem com as desastradas declarações e notas na imprensa", disse Moro: "É duro como associado fazer parte dos ataques contra a ministra", afirma Moro, em declarações à Folha.
O juiz federal Odilon de Oliveira, de Campo Grande (MS) - que anda permanentemente com escolta, depois das ameaças de morte que passou a sofrer, em decorrência de sua atuação contra o crime organizado -, também aderiu ao manifesto, dizendo que "entregar" a ministra era um "absurdo".
"A atitude da Ajufe em represália à ministra é inaceitável", acrescentou o juiz Eduardo Cubas, de Goiás. O juiz Roberto Wanderley Nogueira, de Pernambuco, criticou as manifestações das entidades. E disse que "a ministra não merece ser censurada, e tanto menos execrada pelos seus iguais, pois seu único pecado foi ser implacável contra a corrupção".
Acho que o poster poderia/deveria identificar se esses juízes que estão apoiando a corregedora são da oposicão da Ajufe, pois haverá eleicão na entidade.
ResponderExcluirIndependente do que queira ou não eventual "oposição da Ajufe", a pupulação quer ver juízes pilantras é na cadeia, que é lugar de quem comete crimes pela venda de sentenças.
ResponderExcluirViva a Ministra Eliana Calmom!
Viva o CNJ!
E a OAB PA retoma seu rumo de vigilante da sociedade nas instituições da Administração da Justiça. Parabéns aos bravos Conselheiros que estão resgatando a OAB e recolocando-a na ocupação do seu histórico papel.
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