Em três dias, quatro pessoas já morreram nos dois pronto-socorros de Belém, o do Guamá e o da 14 de Março.
Ontem de manhã, foi um homem de 60 anos.
Sebastião Francisco do Nascimento.
Ele passou mal. Sentiu uma dor no peito. Estava infartando.
Um taxista pediu a dois seguranças que abrissem os portões da urgência e emergência do PSM da 14 de Março.
Eles mantiveram a porteira cerrada.
Lá de dentro, uma funcionário avisou que não havia médicos, que estão parados desde a última terça-feira, reclamando o pagamento de alguns milhões que Duciomar Costa - o huno, o pior prefeito que Belém já teve em toda a sua História - deve à cooperativa deles.
O pobre homem, que nada tem a ver com isso, morreu.
Morreu na porta do PSM.
Na porta do pronto-socorro, uma vida se perdeu sem pronto-atendimento, sem ser socorro, sem nada.
Morreu de infarto.
Isso é um crime.
É homicídio culposo. No mínimo.
Mas quem paga por isso?
O prefeito, que faz uma administração ruinosa?
O prefeito, que há mais de cinco anos transformou a Saúde Pública num caos, retrato de sua administração?
Os médicos, que se ausentaram de seus postos de trabalhos porque não recebem o que lhes é devido?
Os demais profissionais de saúde, que alegam não ter material para atender à enorme demanda que busca os hospitais públicos?
Ninguém paga.
Se alguém paga por esse crime, ninguém sabe, ninguém viu e ninguém vê.
E as pessoas vão morrendo em meio a esses caos que é a Saúde Pública na era Duciomar Costa.
Putz!
É bom lembrar que os PSMs e Unidades ficaram sem os médicos da Amazoncoop porque estes estavam sem receber desde agosto E que o contrato terminava em 22 de novembro e não fora renovado.Aí fica claro que culpados são a arquiteta secretária de saúde e o distinto prefeito de Belém.Só espero que não queiram culpar os médicos ,como é moda no PARÁ.
ResponderExcluirBemerguy, são tantas as mortes por omissão no PSM que o erro do título ficou até emblemático. Homem "morrem". É isso mesmo. Só quem não morre são os doutores duciomar da vida, que "matam" todo dia a nossa saúde.
ResponderExcluirUm absurdo; uma vida, muitas vidas, um sistema capenga e a administração questionável de um prefeito omisso.
ResponderExcluirEstou longe daí, prezado blogueiro, mas sinto muito pela nossa gente que depende do atendimento médico público para buscar socorro diante dos seus males.
Na contabilidade das ações do gestor municipal não estão apenas números, mas a sombra daqueles que foram alvos da inoperância e do descaso. Como pode uma criatura dormir com tanta impunidade? Quem consolará a família do pobre homem enfartado? O que dizer diante dessa situação desoladora?
Lamentável que vidas sejam perdidas à porta de um Pronto Socorro.
ResponderExcluirProcurar culpado(s) é um exercício natural e necessário. No caso, Duciomar é o primeiro da lista por tudo o que se conhecemos sobre a desatenção a que submeteu a saúde, em Belém, desde o primeiro mandato.
Que bom seria se Duciomar e sua Secretária de Saúde, arquiteta com especialização em gestão pública, com passagens irretocáveis na Semma e na Codem (uma versão paraense, talvez de um Serra que, mesmo sendo Economista, foi, e ninguém nega, um dos melhores Ministros da Saúde que o País já viu). Afinal, a pouco mais de 375m dias do final do seu mandato, Belém voltaria a ser o paraíso, em matéria de saúde, o que, a bem da verdade, nunca o foi, e no governo do Dudu, apenas piorou (em muito, com certeza).
Há, logo, quem clama para que não sejam os médicos da Amazoncoop o culpados pelas mortes de cidadãos por falta de atendimento médico , sem se dar conta de que, no episódio da paralisação, uma Cooperativa de Trabalho abandonou a sua função legal para atuar como Cartel. Alegar que não promoveu movimento paredista e que apenas deixou de encaminhar os seus cooperados ao trabalho em face do fim do contrato é conversa fiada. Nesse contexto, algumas questões devem ser observadas: PRIMEIRO, se não recebiam pelos serviços prestados, há mais de quatro ou cinco meses, o caminho não seria usar o risco de morte dos pacientes em potencial para cobrar, coma de fato correu, indiferente ao próprio reconhecimento da essencialidade dos seus serviços. Os caminhos jurídicos para fazer valer um contrato bilateral não foram percorridos. Tal não tendo ocorrido, tampouco deixando de manter contingente mínimo de 30% em serviço (como nos casos greve) e também não tendo a Amazoncoop denunciado o justo interesse de rescindir o contrato “por falta de pagamento” (na forma de praxe ou de cláusula contratual vigente), laborou a Cooperativa em derivar da gestão municipal para os seus cooperados a efetiva omissão de socorro à população demandante dos serviços do saúde patrocinado pelo poder público.
O caso da Amazoncoop é apenas um a ilustrar o caos na saúde pública. A ele, juntam-se, ainda casos como o dos ortopedistas pediátricos que atendem o SUS e muitos outros, não só em Belém, mas na maioria das capitas, Brasil afora, numa articulada campanha em busca de uma sonhada PRIVATIZAÇÃO DO SUS por interesses que, de fechada, seria resolver os problemas da gestão pública na saúde e que, de verdade, é o fortalecimento do sentimento mercantilista do empresariado médico-hospitalar.