DEUSDEDITH BRASIL
O CFOABdecretou a intervenção na Secional do Pará. Não tive acesso ao processo. O Estatuto prevê a intervenção nos Conselhos Secionais, onde e quando constatar grave violação da lei que rege o Conselho de Classe e seu regulamento geral.
Antes de julgar a intervenção, cuja motivação ainda desconheço, o Conselho decidiu realizar o julgamento em sigilo. Esta decisão desagradou a maioria dos presentes. E o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Nacional, o conselheiro Jayme Asfora, defendeu a transparência, além de indicar a necessidade de a sociedade acompanhar o processo integralmente, mesmo porque, enfatizou, não se trata de um processo disciplinar.
Desligados todos os “fios” da transparência, e expulsos os jornalistas, começou o julgamento secreto.
O julgamento em sigilo pôs o Conselho Federal numa saia justa, porque tal decisão indica um paradoxo, se não preferir um desrespeito à coerência. Como registrou o Juiz Federal Rui Costa Gonçalves “a OAB tem condenado reiteradamente a realização de sessões secretas. Já impugnou com êxito, perante o Conselho Nacional de Justiça, atos com esse vício, classificando-os como inconstitucionais, imorais e antidemocráticos.”
A OAB, na companhia da CNBB, não se deve esquecer, defendeu abertura dos arquivos da época da ditadura.E Marcus Vinícius Furtado Coelho, Secretário Geral da Ordem dos Advogados Nacional, na ocasião, ratificou a necessidade da divulgação à sociedade de todos os fatos ocorridos durante o regime militar. É de conhecimento de todos que a OAB tem lutado para acabar com as votações secretas no Legislativo. E foi por isso mesmo que o presidente do Conselho Federal, na Folha de São Paulo, de 22 de outubro último, revisitou “uma verdade universal: outorga-se à sociedade o direito de acompanhar e conhecer os ritos da Justiça, a quem não se admite, nem de longe, a ideia de subterfúgios.” Por que será então que o Conselho Federal, por maioria, decidiu por um julgamento secreto? Não tenho a resposta. Há uma sombra de suspeita, sobretudo, depois da “Nota Pública” do advogado Jarbas Vasconcelos, o qual, sem qualquer dúvida, em respeito à transparência e à coerência, já começou indicar o nome daqueles que se aproveitaram da Corporação dos advogados. Deve continuar. E denunciar os demais nominalmente, principalmente os que usaram e abusaram dos cartões corporativos, dos carros, das franquias telefônicas e, também, os que fizeram “uso indevido de dinheiro da Seccional”.
O princípio constitucional da publicidade foi gravemente ferido. E sangra. A divergência entre grupos políticos da corporação veio em boa hora. A denúncia de uso indevido de recursos da categoria dos advogados deve ser investigada pelo CFOAB.
Em tudo isso vejo, e defendo, que não se pode impedir a sociedade de presenciar qualquer julgamento, seja do Poder Judiciário, seja de um Conselho de Classe da categoria dos advogados. Convém lembrar que a Ordem dos Advogados do Brasil, além de prestar serviço público, tem como finalidade “defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da Justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas.”E, tenho certeza, que a Ordem não cumpre a sua finalidade ao defender externamente votação aberta, pública e transparente, mas, internamente, sem que lhe fosse solicitado pelos acusados, adotar, em absoluta incoerência e total paradoxo, um julgamento secreto para apreciar um pedido de intervenção. Será que a sociedade e os advogados não têm direito de conhecer o teor dos debates? Teria risco de uma denúncia séria que envolveria o próprio Conselho Federal? Não. Então, qual a motivação do julgamento secreto, se o próprio presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem Nacional anotou que não se tratava de processo disciplinar.
Finalmente, para refrescar a memória dos que defendem o sigilo dos julgamentos, lembro, na linha de Karl Marx, que a função da imprensa é ser o cão de guarda público, o denunciador incansável dos dirigentes, olho onipresente, a boca onipresente do espírito do povo que guarda com ciúme a sua liberdade.
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Artigo publicado na página 2, caderno Atualidades, de O LIBERAL desta quarta-feira.
Como advogado, o Dr. deusdedith Brasil sabe que não deveria falar de qualquer processo sem conhecer os autos. Se conhecesse esse ao qual se refere constataria que a Sessão Foi secreta por insistência da advogada de defesa do Secretario Geral ora afastado, dr. Alberto campos, feita pela irmã dele, Dra. Maria Stela campos. Apesar da absoluta maioria do Conselho Federal opinar pela abertura da sessão, essa advogada e seu constituinte não aceitaram que fosse aberta. Isso esta nos autos tão claro como um dia de verão. E mesmo sendo secreta, da sessão participaram mais de 40 advogados vindos de Belém, sendo que a maioria esmagadora era ligada ao presidente afastado, dr. Jarbas e ao dr. Alberto campos. Portanto, o dr. Deusdedith deveria estudar o processo antes de tirar conclusões inverdadeiras, ou evitando ter suas idéias emprenhadas por falsas alegações.
ResponderExcluir"o advogado Jarbas Vasconcelos, o qual, sem qualquer dúvida, em respeito à transparência e à coerência, já começou indicar o nome daqueles que se aproveitaram da Corporação dos advogados. Deve continuar. E denunciar os demais nominalmente, principalmente os que usaram e abusaram dos cartões corporativos, dos carros, das franquias telefônicas e, também, os que fizeram “uso indevido de dinheiro da Seccional”.
ResponderExcluirSó agora, cara-pálida ??!??
Quando acuado pelo flagrante da "venda" e concretizada a INTERVENÇÃO é que o Presidente Jarbas resolveu "RESPEITAR A TRANSPARÊNCIA E A COERÊNCIA" ??!!??
E se não tivesse acontecido nada disso ??!!
O tão falado "USO INDEVIDO DE DINHEIRO DA SECCIONAL" não viria nunca à tona ??!!
Venha com outra tese, Dr. Deusdeth....
Essa defesa do Presidente afastado está furadíssima. Uma criança talvez até acredite nessa oportuna "TRANSPARÊNCIA" do Presidente Jarbas
ao advogado Deusdedith Brasil e seus "cumpanheirus" para reflexão:
ResponderExcluir"Quem caminha descalço não deve semear espinhos."
(G. Hebert)
"Aquele que fundamenta seu argumento no escândalo e na briga mostra que sua razão é fraca."
(Michel de Montaigne)
"As pessoas geralmente brigam porque não conseguem argumentar."
(G. K. Chesterton)
"Não existe maior loucura no mundo do que um homem entrar no desespero. "
( Miguel de Cervantes )
ROUBOU-SE OS VOTOS DOS ADVOGADOS E ADVOGADAS PARAENSES
ResponderExcluirA eleição de Jarbas Vasconcelos foi limpa e justa para presidir a OAB-PA PARA O TRIÊNIO ATÉ 2012.Na verdade, perante a intervenção ilegal, injusta, desproporcional e inconstitucional ROUBOU-SE OS VOTOS DOS ADVOGADOS E ADVOGADAS que escolheram Jarbas para o TRIÊNIO.Vislumbro, inclusive, AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANO COLETIVO E DIFUSO abarcando, inclusive, além da compensação financeira, compensação quanto ao tempo em que se está usurpando a legitimidade política e jurídica de Jarbas eleito em face da intervenção. A democracia tem que ser real e não artificial.
Ah... Quer dizer que o tão criticado "sigilo" da sessão da OAB Federal foi pedido pelos próprios acusados ???
ResponderExcluirPra não dar publicidade aos podres que seriam lidos - com certeza.
E agora todo mundo critica o "sigilo" da sessão...
São muito cínicos, esses caras...
"Por que será então que o Conselho Federal, por maioria, decidiu por um julgamento secreto? Não tenho a resposta"
A seguir, o advogado Deusdeth sugere que o sigilo foi pedido para encobrir as denúncias que Jarbas faria na NOTA PÚBLICA:
"Não tenho a resposta. Há uma sombra de suspeita, sobretudo, depois da “Nota Pública” do advogado Jarbas Vasconcelos"
Vamos dar ao advogado Deusdeth Brasil o benefício da dúvida, da inocência, da ingenuidade e da ignorância de que o sigilo havia sido PEDIDO PELO PRÓPRIO ACUSADO.
Pronto.
Agora Sua Excelência tem a resposta: o sigilo da sessão FOI PEDIDO DO PRÓPRIO ACUSADO ALBERTO CAMPOS.
E agora ?
Vai escrever outro artigo ?
Vai retirar a "SOMBRA DE SUSPEITA" LANÇADA NO ARTIGO ?
Espero sinceramente que logo o Jarbas reverta esse golpe na Justiça, pois administrativamente é óbvio os inteesses políticos para afastar essa administração que tanto fez e trabalhou por nós advogados. Com relação ao terreno, qualquer leigo sabe que não houve irregularidade nenhuma, não existe lei que regule a venda de imóveis, foi o Otacílio que avaliou o bem, a venda não foi concretizada pois o comprador desistiu ao saber da falsificação, então tudo é fruto da política, e essa intervenção é realmente uma ditadura vergonhosa!
ResponderExcluirArgumentando que não tivesse havido nenhuma irregularidade na documentação que embasou a venda do terreno, o fato do VALOR do bem não ter sido mantido de acordo com a avaliação feita, não seria motivo para o desfazimento do negócio? E preste atenção que foi considerável a redução do preço! É o caso de se dizer "o tiro saiu pela culatra". Avante com a intervenção, atualmente um mal necessário não só pela malfadada
ResponderExcluirtentativa da tel venda como por todas as outras notícias que somente agora temos conhecimeto do que acontecia dentro daquele antes respeitável Casarão.
E o advogado do Jarbas, o poderoso Sergio Bermudes?? Também se manifestou pela sessão fechada.
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