sexta-feira, 19 de agosto de 2011

“Sim!” a quê, cara pálida?


JOÃO CARLOS BEMERGUY CAMERINI

O Oeste do Pará experimenta um “aparente” consenso acerca da criação do novel Estado do Tapajós. Correntes político-partidárias as mais diversas brandem a bandeira da separação e se reúnem em torno de uma única e singela palavra: “sim!”. Mas sim a quê? Penso que é o que deve ser desde já questionado.
Talvez seja estratégico para os políticos - não, certamente, para a população - conservar, pelo menos por enquanto, essa questão marginalizada e postergar o seu enfrentamento. É que o seu desvelamento implicaria alto risco de o debate descarrilhar, por um motivo claro e inerente a uma democracia como a brasileira, que vive em eterna crise de representatividade: é muito fácil e rápido aos políticos chegarem a um consenso quanto ao que é bom para eles próprios, como o aumento de seus salários da noite para o dia, ou a criação de um novo ente federativo repleto de cargos políticos vagos, além de outros tantos “toma lá dá cá”. Mas não é tão simples a esses mesmos partidos concordarem quanto ao que é bom para o povo. Aliás, como cidadão, minha tendência é desconfiar de um discurso tão uniforme quanto monossilábico (pois tudo se reduz ao “sim!”) originado de grupos que, na prática, divergem diametralmente em suas concepções do que seja o desenvolvimento regional.
Ocorre que esse silêncio estratégico possui o efeito adverso de abrir margem para as críticas cotidianamente ouvidas, aqui e alhures, de que o grande acordo em torno do “sim!” serviria para mascarar pretensões neocoronelistas de transformar essa região em um curral econômico e eleitoral de um ou outro grupo político.
E quando menciono um curral, digo-o literalmente. Não há dúvidas de que existem aqueles que desejariam ver Santarém transformada numa espécie de “Sinop Amazônica”, bondosa com o agronegócio, mas cruel com as populações nativas e camadas excluídas dessas bolhas de progresso insustentável, extremamente frágeis a qualquer oscilação do mercado de commodities, além de traduzir um sistema econômico altamente mecanizado e gerador de empregos parcos e de má qualidade. Precisam esses grupos entender que campos de monocultivo podem parecer belos para seus padrões estéticos e desejáveis à sua ambição por acúmulo financeiro, mas eles ofendem o espírito amazônico.
De outro lado, estão aqueles que nem mesmo têm um projeto próprio e se limitam a rezar a cartilha do atual Governo Federal populista e nacionalista, que em sua ideologia industrial deseja reduzir a Amazônia a mero insumo de mineradoras transnacionais e expulsar dessa terra comunidades centenárias para dar lugar às empreiteiras que financiam suas campanhas. Para essas elites políticas locais, importa mais se conservar no poder do que empreender uma corajosa luta em prol da construção de alternativas econômicas e sociais independentes. Esse dito governo popular, na prática é autoritário e reatualiza projetos da Ditadura Militar como Belo Monte e a extração intensiva de minério, sem falar que agora planeja crivar a bacia do nosso amado Rio Tapajós com mais de uma dezena de grandes barragens, que não servirão, como nunca serviram, nem para iluminar a várzea do Baixo Amazonas, historicamente carente de eletricidade, nem tampouco para conter as tarifas abusivas impostas ao consumidor mais necessitado.
Portanto, já é hora que colocar as cartas na mesa e esboçar, de modo democrático, um plano de desenvolvimento capaz de dar credibilidade a essa demanda histórica da população oeste paraense, e conferir ao cidadão local a oportunidade de saber com o que, exatamente, irá concordar no plebiscito que se avizinha.
Seria bom esclarecerem, por exemplo, para não ficarmos apenas nas críticas:
O que farão para viabilizar o turismo, além de promover, na época do Çairé, transporte para uma massa local que muitas vezes destrói e desorganiza o potencial turístico da cidade? Essa é uma alternativa econômica inexplorada, que distribui renda e faz girar como nenhuma outra a economia local, do comércio urbano ao artesanato nativo, do setor de entretenimento ao de alimentos, da hotelaria ao agenciamento de pacotes turísticos. Tudo isso disponibilizado a um público com disposição a pagar e sem pressão excessiva sobre os ciclos ecológicos e recursos naturais.
O que farão para que a descida da soja de Blairo Maggi pela BR-163 não traga consigo a desterritorialização das comunidades locais, o êxodo rural e a desfiguração total da geografia e da paisagem oeste paraense? Definitivamente, o caminho não parecer ser o corte dos investimentos na agricultura familiar e o atual abandono dos assentamentos existentes, que não dispõem de incentivo e infraestrutura mínima para a produção.
Como garantir o uso sustentável de nossas florestas, se a lei que prevê a preferência à concessão de florestas públicas para manejo comunitário madeireiro e não-madeireiro não sai do papel, e todas as concessões acabam beneficiando grandes empresas, que são as únicas capazes de satisfazer as intermináveis exigências burocráticas do Governo? Se o aproveitamento múltiplo e racional da floresta em pé não for priorizado, continuaremos entregues à exploração ilegal de madeira que prolifera diante da ausência do Estado, algumas vezes utilizando mão-de-obra semiescrava.
Enfim, qual a proposta desse movimento pelo Estado do Tapajós de modelo energético adaptado a uma Amazônia não-urbana, cortada por grandes e lendários rios, sem agredir e impedir a vida das comunidades ribeirinhas? Não se pode mais continuar com essa lógica ambientalmente injusta que distribui desigualmente os ônus e os bônus do crescimento econômico. Não se pode mais repetir o discurso de que os impactos serão suportados apenas por poucos índios ou caboclos e beneficiarão milhões de “brasileiros”, pois de meia dúzia em meia dúzia já são mais de um milhão de pessoas expulsas por barragens no Brasil.
Assim, aos fautores do novo Estado, se querem superar as críticas e fortalecer esse processo de luta pela autonomia e pelo desenvolvimento a partir das necessidades endógenas do Oeste do Pará, é melhor levarem a sério essas e outras questões, agora que foi dada a largada desse movimento em direção à emancipação de nossa gente e de nossa terra. A sociedade civil está assistindo.

--------------------------------------------------------------------------------
JOÃO CARLOS BEMERGUY CAMERINI é advogado, mestre em direito socioambiental. Assessor jurídico da Terra de Direitos Organização de Direitos Humanos.

27 comentários:

  1. A EMANCIPAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS, NOSSA LUTA TEM UMA LONGA HISTÓRIA DE 200 ANOS.

    Comentário: Tibério Alloggio.

    A criação do Estado do Tapajós sempre foi um ponto central da pauta de reorganização territorial e administrativa da imensidade amazônica.
    Fruto da revolta de sua ocupação predatória, e com a “ausência do Estado” na região amazônica, a idéia do Estado do Tapajós é um projeto antigo, que tem percorrido toda a história da nossa região amazônica.
    Uma região riquíssima e de tamanho continental, que abriga numerosos povos indígenas, comunidades tradicionais,
    Com a pobreza e a falta de desenvolvimento persistindo para a maioria da população.
    Por isso, a presença do Estado, ainda que seja como agente regulador, torna-se imprescindível. Ainda mais no Pará, que mesmo detentor da maior economia da Amazônia, é o Estado com os piores índices de desmatamento e de desenvolvimento humano da região norte. Mais uma vez, comprovando a “ingovernabilidade” do seu enorme território, o que torna imprescindível a necessidade de sua redivisão territorial, com a criação de duas novas unidades federativas (Tapajós e Carajás).
    O TAPAJÓS QUE QUEREMOS
    No Tapajós, o movimento de emancipação nasceu e cresceu sob três grandes pressupostos básicos:
    O isolamento geográfico; O abandono político; e as vantagens econômicas da emancipação, elementos esses, que sempre fizeram parte da retórica emancipacionista de diferentes gerações.
    Se a “ausência do Estado” foi o motor do anseio popular para um novo Estado, precisamos agora do combustível que fortaleça a perspectiva de sua criação, acrescentando mais elementos ao nosso projeto político.
    Em primeiro lugar reafirmando a Identidade Comum de nossa população com seu território, que hoje representa um conjunto de 27 municípios, unidos pelo mesmo perfil, social, econômico e ambiental. Uma identidade social e cultural construída historicamente, que solidifica e unifica a região.
    Em segundo lugar, prezando para a Sustentabilidade Socioambiental da grande região oeste do Pará, uma das últimas fronteiras verdes, com uma significativa população nativa, mestiça e oriunda dos processos de colonização da região.
    Uma sustentabilidade associada aos valores humanos, capaz de trilhar um novo modelo de desenvolvimento; ambientalmente sustentável no uso dos recursos naturais, na preservação da biodiversidade; socialmente justo na distribuição das riquezas e na redução da pobreza e das desigualdades sociais; que preserve valores, tradições, e as práticas culturais regionais.
    Um novo Estado, que deverá se basear nos princípios da democracia e da participação, acima dos interesses oligárquicos e de grupos políticos que historicamente vem dominando a política e o poder no Pará.
    Um estado descentralizado, que não reproduza os vícios que tomaram o Pará e sua capital Belém, o centro monopolizador dos recursos públicos. Um Estado que deverá ser a negação de todos os malefícios e práticas políticas que historicamente foram os percalços para que o Tapajós não se desenvolvesse e o povo não fosse feliz.
    Queremos um Estado do povo para o povo, representativo de toda a população do Oeste do Pará, nas suas diversas formas de organização cultural e composição demográfica. Um Estado presente, atuante, indutor de políticas que promovam a justiça e a equidade, em oposição a ausência do Estado na região.
    Um projeto de Estado com dimensões menores, com a responsabilidade de formar novas lideranças para administrá-lo, sem o qual não superaremos o jogo de dominação que persiste nas regiões do Brasil e da Amazônia em particular.
    Enfim, temos o desafio de lutar pelo Estado do Tapajós sedimentado em valores modernos de democracia e sustentabilidade social, ambiental, econômica e cultural, que prisma pela “sustentabilidade” e não por um “crescimento” a qualquer custo. Um projeto de reorganização territorial que sempre esteve no imaginário de toda a população do Oeste do Pará.

    ResponderExcluir
  2. SOMENTE COM A EMANCIPAÇÃO É QUE VAMOS CRESCER

    A divisão “administrativa” do Estado é uma necessidade política – administrativa.
    Os EUA tem 50 estados e um distrito (Columbia) para uma população aproximadamente 50% maior e um território um pouco maior (por causa do Alaska) que o brasileiro.

    O Canadá tem 10 províncias, 3 territórios, 30 milhões de habitantes e um território maior que o brasileiro. Obs. lembrar que a população canadense esta toda concentrada no sul do país.

    A divisão política – administrativa é baseada no tamanho do território, na distribuição populacional e na economia. A população e a economia brasileira estão crescendo, a divisão é uma necessidade.

    Separatismo é a tendência dos habitantes de um território ou região a separar-se do Estado de que fazem parte para constituir Estado independente.

    O Brasil é uma republica federativa e a divisão de um estado não muda essa realidade.

    ResponderExcluir
  3. TAPAJÓS SERÁ UM GRANDE ESTADO

    A região tem potencial para produzir riquezas. Olhe para frente!
    Não é demais lembrar que mesmo que no primeiro momento a Federação toda tenha que arcar com custos com o novo estado, tal situação não será privilégio do Tapajós. Quem é que banca as UPPs no Rio, a cosntrução de estádio e cidade olímpica? A alça viária em São Paulo, o aeroporto de Belém? E os projetos do Vale do Jequitinhonha em Minas?
    Caro estudioso do IPEA pelo País afora existem projetos sustentados pelo goveno federal. Sempre foi assim e sempre será. Entretanto, me parece que para o senhor, a federação gastar com São Paulo, Rio, Belém, pode. O que não pode é gastar com uma região abandonada há muito tempo?
    Afinal, não me parece que a almejada criação do Tapajós busque apenas fazer chegar recursos a essa região. É muito mais que isso. É cuidar de seu destino e explorar as potencialidades todas que a região tem, mas que desde sempre é desprezada pelos govenantes da capital que me parecem vivem no mundo do “NÃO VAI DAR CERTO”.

    ResponderExcluir
  4. O ESTADO DO TAPAJÓS TEM TUDO PARA DAR CERTO

    Projetos que estão locados para essa região como: Construção de hidrelétricas, BR-163, Hidrovia Teles Pires e Tapajós, grandes mineradoras se alojando na região, ampliação do porto de exportação sabendo que o porto de Santarém (DOCAS) esta entre os 10 portos maiores do país em exportação, ampliação do aeroporto, e outros tantos da iniciativa do Governo como privado,será que tudo isso é envão, grandes empresa querem se instalar na região mais devido a política desse governo do Pará em não incentivar as grandes empresas elas tomam rumu diferente, com esses novos estado TAPAJÓS e CARAJAS isso pode ser viável sempre ha esperança. Será que esse IPEA poderia me informar quem vai pagar as despesas com a COPA 2014 e Olimpíadas de 2016???, sendo dessa forma não se pode criar nada mais nesse país, nem sonhar Qual o País que não deve??, Qual o Estado que não deve??, Qual o Município que não deve?? vocês que são inteligentes e sábio (IPEA) poderiam me informar quais são se todos praticamente quem sustenta somos NÓS. esse argumento fajuta do IPEA que até agora nunca acerto nada não influenciara na vontade e oportunidade de um povo sofrido na tomada de decisão é por isso que digo queremos mudança não separação pois somos brasileiros e nortista DIGO SIM AO ESTADO DO TAPAJÓS sem medo de DIVIDA mais com a certeza da vitória que vai dá tudo certo é o povo que quer e a vontade de DEUS será feita, nem IPEA, nem Zenaldinho de nem alguns paraense, não tem quem segure mais essa corrente TAPAJÓS JÁ para mudar esse pedaço do NORTE para melhor novo e diferente TAPAJÓS SIM.

    ResponderExcluir
  5. EMANCIPAÇÃO SERÁ O MAIOR INVESTIMENTO NA AMAZÔNIA.


    No dia 11 de dezembro o Brasil verá, pela primeira vez, o povo se manifestando num plebiscito sobre a reorganização territorial e criação de novos Estados. Todos os demais Estados criados após a Independência foram resultado de decisões autoritárias. O Tocantins seria a exceção, mas neste caso quem se manifestou foi o Congresso constituinte e não o povo.

    Mato Grosso foi dividido por uma canetada do general-presidente Figueiredo. Amapá, Acre, Rondônia e Roraima foram decisões do ditador Getúlio Vargas que os fez Territórios Federais depois transformados em Estados pelos constituintes de 1988. Muito antes, dom Pedro II criou Paraná e Amazonas. A própria capital federal, Brasília, cujo território foi retirado de Goiás, foi decisão solitária de Juscelino Kubistchek, projeto que enterrou o país na onda inflacionária que até hoje nos atemoriza.

    O plebiscito pelo Tapajós e Carajás é, portanto, uma experiência sócio-política inédita e por isso o Brasil deveria prestar mais atenção, ao invés de as elites nacionais, especialmente a "grande" imprensa, ficarem desdenhando e externando o seu conhecido preconceito a respeito de tudo que se faz e tenta fazer na Amazônia. Seu preconceito só não se manifesta em relação ao saque dos recursos naturais daqui para lá.

    Os que se opõem usam os mesmos surrados argumentos do passado, de que uma nova unidade autônoma sairia muito caro. Caro ao país é o projetado "trem-bala" Rio-S.Paulo, bilhões que poderiam ser empregados na construção de rodovias e ferrovias decentes por todo o país. Caro aos milhões de amazônidas são os mega-projetos de gigantescas hidrelétricas e de mineração que carregam as riquezas da região para fora, muito pouco ou nada deixando aos brasileiros da Amazônia, tão brasileiros quanto os demais. Caro, caríssimo ao Brasil é a percepção de governos tanto ditatoriais como democráticos que continuam a encarar a região como colônia do Brasil e do grande capital, nacional e estrangeiro.

    ResponderExcluir
  6. O ESTADO DO TAPAJÓS JÁ EXISTE , EU QUERO A EMANCIPAÇÃO.

    Como pode uma cidade de 350 anos ainda ter o baixo desenvolvimento que tem? Falta de atenção dos governos estaduais.
    A falta de respeito é tão gande que somos tratados como uma esposa cansada de apanhar e que pede separação: O governo vem aqui com “flores e presentes” fingindo nos valorizar para nos fazer voltar atrás em nossa decisão de emancipar o Estado do Tapajós.
    Somos Mocorongos por nascer em nossa querida Santarém e não por sermos ignorantes. Não é um ato de generosidade que faz de um ávaro um generoso. O estado do Pará teve centenas de anos para nos valorizar. Nós nos valorizamos e somos mais do que “interior”. Já somos Tapajonenses em nossos corações. O Estado do Tapajós já existe. Só precisamos que isso seja oficialmente reconhecido.
    Queremos o direito de nos desenvolvermos, de caminharmos com nossas próprias pernas.
    E sinceramente, se a emancipação fosse para benefício de nossa elite, o que não é, prefiro beneficiar a elite daqui do que a de Belém. Pelo menos a daqui eu vou poder fiscalizar e cobrar. Aquela que fica a mais de 800 km é mais difícil.
    Além do mais, a não emancipação beneficia a elite de lá. A assembléia legislativa do Pará tem poucos representantes do oeste do Pará. Com a emancipação teremos 100% de representantes da região: Garantia de legislação voltada exclusivamente aos nossos interesses. E ainda, duvido que tenhamos tanta gente assim em nossa elite que dê conta de todos os cargos públicos, quem vai governar este estado serão representantes do povo, com certeza. Quem defende esse pensamento de interesses elitizados por trás da emancipação, não sabe do que está falando. Seu discurso é medíocre e não deve ser levado em conta.
    A emancipação será a solução para nossos problemas com certeza. Não a curto prazo, mas será. Talvez, solução até para o Pará. Quem sabe seremos uma opção de crescimento para os belenensens cansados da violência e desemprego da capital?

    ResponderExcluir
  7. Sou do Pará que remanescerá menor e melhor.

    Nasci e moro por estas bandas (região próxima a Belém). Sou plenamente favorável ao redesenho geográfico.

    Não tenho dúvidas que os três novos estados ganharão com isso.

    Se a população do Tapajós e Carajás tiver ampliada, ao menos, a possibilidade de participar, pressionar, vaiar, espernear, criticar seus representantes, mais de perto fisicamente, olho no olho, já me contento com a mudança.

    De Santarém ao Palácio dos Despachos são longos 5 dias de barco. Do aeroporto do Carajás à Assembleia Legislativa vai mais de uma hora de avião. Esse meio de transporte pelo preço, aquele pela demora, afastam a população de baixa renda de qualquer participação nos rumos do estado.

    Alguém perderá com a reorganização?
    Sim, os grandes estados, que terão repasses da União diminuídos.

    Não é atoa que a Folha e outros jornais de grande circulação estão antecipando campanha contra a divisão.

    Apontem qualquer liderança política ou empresarial dos estados do sudeste que seja favorável ao rearranjo!

    Nem mesmo sob uma arma na cabeça, Sérgio Cabral e Geraldo Alkmim apoiam a reorganização político territorial do Pará.

    Haverá, de imediato, ampliação montante de recursos públicos, na hipótese de divisão, por diminuição ( redistribuição no repasse da União para os estados) da cota dos demais estados ( sul, sudeste e nordeste).

    Isso é distribuição de renda!

    Isso é diminuição de diferenças (intra e inter)regionais!

    Não é isso, afinal, que todos queremos???

    Ou seja, os valores públicos per capta dos moradores dos três novos estados, unidos, aumentará no dia seguinte, comparativamente ao Pará, como é hoje.

    Embora haja risco remoto de diminuição da renda pública per capta do Pará remanescente, não posso ser perverso, egoísta no meu voto. Sou humanista e não vou dizer: “se eu não ganho, ninguém ganha!”

    ResponderExcluir
  8. O Pará remanescente só tem a ganhar.

    Comentário: Lucio Pereira.

    Sou nascido em Belém e moro na capital. Conheço Santarém e morei alguns anos em Marabá. Antes disso, era contra a divisão e hoje sou favorável, apenas por questõs práticas. Sei que o paroara em geral (região nordeste do Estado) não está nem aí pro resto do Estado. Aliás, o discurso antidivisão é Cabanos, Querem Retalhar, Pará Grande e Forte e outras bobagens mais. Pois bem. Quando conheci as regiões vi, além do abandono, o desinteresse. Então pensei, se não dividir, vai melhorar? Não, continua tudo do mesmo jeito. Se dividir,vai melhorar? Não sei, mas é possível. Veja: qual a chance de o Pará ou o Brasil injetar recursos naquelas regiões? Nenhuma, a não ser aqueles que normalmente são transferidos. Qual a chance de o Brasil investir la com a divisão? Todas, aliás, será obrigado a fazê-lo. Essa é a oportunidade histórica. Aí que entra o aspecto prático. Essas regiões poderão se desenvolver e aqui no Pará dividido, perderemos altos índices de violência no campo, trabalho escravo, desmatamentos, queimadas, notícias ruins na mídia, conflitos agrários, pistolagem etc. Além disso, mesmo perdendo recursos, não precisaremos manter a máquina estadual desses locais e muito menos fazer novos investimentos. E o governo poderá dar mais atencão para uma populacão menor e para um Estado geograficamente pequeno. Sem contar a chance de mandarmos um monte de políticos corruptos para aquelas regiões. Se vai dar certo? Não sei, só o tempo diria. Fora isso, é manter o status quo. Outro aspecto é o econômico, sobre a viabilidade. Eiste alguma região viável que queira se separar em algum Estado? Não, justamente porque já tem estabilidade. Somente regiões inviáveis podem desejar a separacão, para tentar melhorias. Apesar da pobreza e da corupcão, Estados como Roraima, Acre e Tocantins estão muito melhor que antes, na condição de territórios esquecidos pelo poder público. Mas apesar da opinião pragmática, acho que a divisão não passa, mas vou defender a criação do Estado do Tapajós.

    ResponderExcluir
  9. Sou empresário daqui de Belém e tenho muito interesse na divisão do Estado. Pois só vou investir e ampliar meus negócios em Santarém e Marabá se virarem capitais. Não vou perder nada com meus negócios aqui em Belém se acontecer a divisão, e sei que nas futuras capitais vou ganhar muito mais e promover trabalho, renda e desenvolvimento pra região. Todos vão ganhar com divisão.

    ResponderExcluir
  10. A LUTA DO ESTADO DO TAPAJÓS É LEGÍTIMA

    Me preocupa, também, o rumo do debate.
    Sou do Pará que remanescerá menor e melhor.
    Nasci e moro por estas bandas. Sou plenamente favorável ao redesenho geográfico.
    Não tenho dúvidas que os três novos estados ganharão com isso.
    Se a população do Tapajós e Carajás tiver ampliada, ao menos, a possibilidade de participar, pressionar, vaiar, espernear, criticar seus representantes, mais de perto fisicamente, olho no olho, já me contento com a mudança.
    De Santarém ao Palácio dos Despachos são longos 5 dias de barco. Do aeroporto do Carajás à Assembleia Legislativa vai mais de uma hora de avião. Esse meio de transporte pelo preço, aquele pela demora, afastam a população de baixa renda de qualquer participação nos rumos do estado.
    Alguém perderá com a reorganização?
    Sim, os grandes estados, que terão repasses da União diminuídos.
    Não é atoa que a Folha e outros jornais de grande circulação estão antecipando campanha contra a divisão.
    Apontem qualquer liderança política ou empresarial dos estados do sudeste que seja favorável ao rearranjo!
    Nem mesmo sob uma arma na cabeça, Sérgio Cabral e Geraldo Alkmim apoiam a reorganização político territorial do Pará.
    Haverá, de imediato, ampliação montante de recursos públicos, na hipótese de divisão, por diminuição ( redistribuição no repasse da União para os estados) da cota dos demais estados ( sul, sudeste e nordeste).
    Isso é distribuição de renda!
    Isso é diminuição de diferenças (intra e inter)regionais!
    Não é isso, afinal, que todos queremos???
    Ou seja, os valores públicos per capta dos moradores dos três novos estados, unidos, aumentará no dia seguinte, comparativamente ao Pará, como é hoje.
    Embora haja risco remoto de diminuição da renda pública per capta do Pará remanescente, não posso ser perverso, egoísta no meu voto. Sou humanista e não vou dizer: “se eu não ganho, ninguém ganha!”

    ResponderExcluir
  11. Eis aí um artigo bem escrito e que revela, além disso, a absoluta falta de propostas (e razões) para a criação do Estado do Tapajós.

    Cá entre nós, a campanha na televisão ainda nem começou, mas os debates travados nos blogs já evidenciam a falta de argumentos consistentes dos separatistas.

    ResponderExcluir
  12. Discutir não vai resolver. Os favoráveis e os contrários, cada um, temo seu ponto de vista. Ganha a maioria -n o caso, dos eleiotores. E a maioria está na região metropolitana. A qustão é numérica mesmo, orque argumentos, ambos tos têm. A vantagem dos contrários é numérica. A divisão não passa por esse simples motivo. Mas fico imaginando um cenário pós-plebisicto: os contrários à divisão felizes da vida pela belíssima vitória de Pirro (manuencão do status quo e da indiferenca histórica de nós, paroaras) e os favoráveis, derrotados e sem qualquer perspectiva de, pelo menos, ter suas necessidades básicas atendidas e infelizes pela inércia perpétua de nós da capital. Sem chance, amigo, além de não passar, não adianta discutir. Vocês, como diz o Zagallo, vão ter que nos engolir, nós aqui da capital (embora eu vote sim à divisão).

    ResponderExcluir
  13. Ao anônimo das 15:37,


    Marabá é hoje um autêntico canteiro de obras com a construção de viadutos, estádio de futebol, shopping center, etc. E Parauapebas é uma das cidades que mais arrecada no Estado.

    Então, esse argumento de que a capital tem tudo e o interior nada possui é frágil, não se sustenta. Carências também existem - e muitas! - na capital e região metropolitana.

    O que avulta no debate, até aqui e como bem mostrou o artigo, é que faltam justificativas sérias para a separação (aliás, existem argumentos consistentes para não separar).

    Voto Não.

    ResponderExcluir
  14. DEPUTADOS DO AMAZONAS DEFENDEM A EMANCIPAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS.

    Pelo Tapajós – Deputado amazonense em Santarém
    Sinésio Campos (PT) lidera movimento pelo Estado do Tapajós em Manaus

    O deputado estadual e líder de Governo do Amazonas na Assembléia Legislativa, Sinésio Campos (PT), é hoje um dos grandes militantes no movimento Pró-Tapajós em Manaus. Nascido na região do Lago Grande (Santarém), o Deputado vai estar em Santarém na segunda-feira (22/08), que concederá uma entrevista coletiva à imprensa local, abordando temas referentes à mobilização que vem ocorrendo em Manaus.

    Recente levantamento do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE/AM) indica que pelo menos 80 mil dos mais de 300 mil paraenses residentes em Manaus, ainda mantêm os títulos nas regiões de origem, o que representa um grande número de eleitores para o plebiscito de 11 de dezembro. O levantamento se baseia nas informações de pessoas que votaram em trânsito nas últimas eleições no Estado. O município de Manaus tem sido por décadas, o refúgio de milhares de cidadãos paraenses.

    Por conta disso, a ansiedade de participar do processo eleitoral do plebiscito, a ser realizado no dia 11 de dezembro no Pará, é enorme. Já foi criado naquela cidade, no início do mês, um Comitê Pró-Estado do Tapajós (Compet), para ser um espaço democrático que está servindo de base para esclarecer dúvidas dos paraenses que residem no Amazonas.

    Após diversas reuniões realizadas, foi constatado de que a Zona Leste de Manaus concentra o maior número de pessoas vindas do Oeste paraense e estrategicamente é nessa área que o Compet/AM está atuando, com a realização de palestras num local reservado para esse fim com capacidade para comportar 100 pessoas sentadas. Além disso, liderança do Compet fazem quase que diariamente panfletagem nas escolas e feiras da região. A previsão é que sejam criados pelo menos mais três comitês em outras zonas do Município.

    ResponderExcluir
  15. A política é realmente engraçada e sua lógica amigo/inimigo é desalentadora. O sujeito que lê uma crítica fica tão desesperado com a possibilidade de "perder o poder" que não consegue nem perceber o que tá sendo dito. Então esclareço: sou santareno, sou FAVORÁVEL à criação do Estado. Estou criticando o modo como isso está sendo feito e os grupos políticos que estão conduzindo esse processo, sem debate com a população, aliás, como quase tudo nessa região.
    Só estou dizendo que esse debate não se limita a "sim" ou "não", mas que deve ir além.

    João Carlos

    ResponderExcluir
  16. A política e sua lógica amigo/inimigo são realmente engraçadas. Se você está do meu lado, diga amém a tudo. Se houver qualquer crítica, o medo de "perder o poder" fala tão alto que não se consegue nem prestar atenção ao que se diz. Então, esclareço: sou santareno, sou FAVORÁVEL à criação do Estado do Tapajós. Ao invés de explicar o sentido do que quis dizer, vou apenas colar o que disse além (o Paulo Cidmil, no Blog do Jornal O Estado do Tapajós, que entendeu (graças a Deus) o artigo. A sua mensagem é simples: "SABATINA NOS POlÍTICOS".
    "O SIM virou uma cortina de fumaça atrás da qual a quase totalidade dos políticos esquiva-se de perguntas como as que você faz e procuram surfar no otimismo geral empunhando a bandeira da rendeção para nossa região.
    A imprensa e a sociedade civil precisam sabatiná-los para saber por exemplo qual o plano estratégico de desenvolvimento dos Partidos e Movimento Pró Tapajós.
    Logo após plebiscito virá eleição para governador, senado e câmaras. Esse processo plebiscitário, do jeito que esta sendo posto, acaba por criar mitos, dos quais muito tenhamos que lamentar no futuro"

    ResponderExcluir
  17. Li alguns blogs do Oeste do Pará que falam em "golpe" com relação à decisão do TSE segundo a qual todos votam. E falam em "golpe"!!!

    Quer dizer que querem se separar sem ouvir a maioria dos paraenses?

    Que bonitinhos!!!

    ResponderExcluir
  18. Rapaz, sou doido pra que levem logo esse tal de Tapajós e se divirtam com a própria miséria.

    Agora entregar a Serra dos carajás e Tucurui é dose e coisa pra otário.

    Ou seja, criem o Tapajás mas não Carajás.

    ResponderExcluir
  19. Se querem dividir um estado, então a população deste estado é diretamente interessada.
    Ë muita estultice não perceber isso!

    ResponderExcluir
  20. Fico feliz com o debate das idéias trazido pelos blogs. Este blog tem sido pródigo. Morador de Belém, tenho defendido junto à minha família a defesa do Sim (77) para os que vivem no Oeste do estado. Mas para Carajás Não. As realidades são completamente diferentes. Falo porque conheço 105 municípios dos 144 existentes ainda no Pará. Por falar no assunto, o Governo atual perdeu uma grande oportunidade de fazer uma campanha subliminar na última semana que antecedeu ao único feriado do Pará, que preconizava a sua adesão à Independência. Perdeu o bonde da história.

    ResponderExcluir
  21. O problema todo para nós que não somos políticos ou funcionários públicos é que a criação dos estados efetivamente beneficia somente esses dois grupos da sociedade, pois funcionários público com oportunidades de virarem funcionários de alto eslalão pela criação de novos tribunais, como exemplo, acessor de juiz virar acessor de desembargador, acessor de prefeito virar acessor de governador,e do ponto de vista político a expansão considerável dos cargos políticos,mais duas assembléias estaduais, mais senadores, e tudo com sua vasta máquina de cabides de emprego, tudo tudo na conta do Estado, ou melhor dizendo dos Estados, POR ISSO NÃO À DIVISÃO.

    ResponderExcluir
  22. Anônimo das 21:00, pior é ver empresário pequeno virar empresário grande, servindo-se do cofre público. Ou você acha que essa movimentação para criar mais dois cofres públicos não tem o apoio do empresariado?
    Não ponha a culpa em quem não tem, até porque o ingresso no serviço público é por meio de concurso.

    ResponderExcluir
  23. Eu digo SIM para o Estado do Tapajós, os políticos passam e não podemos generalizar que todos políticos são corruptos. Quem prega o NÃO deveria se preocupar com os políticos da Alepa. Agora , nós do Estado do Tapajós , temos o direito de ter nosso próprio estado e ter o livre arbítrio de quem nos serve para nós representar. Por sorte elegemos na última eleição políticos que estão defendendo nossa causa, uma causa do povo do Estado do Tapajós. Portanto, não generalize que todos políticos são corruptos. EU VOTO SIM AO NOSSO QUERIDO ESTADO DO TAPAJÓS, NÃO QUEREMOS MAIS FAZER PARTE DO ESTADO DO PARÁ. EMANCIPAÇÃO JÁ.

    ResponderExcluir
  24. Entendo o desespero dos separatistas - é que pensavam que votariam sozinhos. Só que a lei e o TSE dizem o contrário.

    Depois, criar um Estado com 1,4 de habitantes e com todas as terras federalizadas é também uma estultície. Voto Não.

    ResponderExcluir
  25. Voto sim para Tapajós, porque será uma despesa a menos para o Estado do Pará.

    Voto não a Carajás, porque não vou entregar de bandeja a Serra de Carajás e a Hidrelétrica de Tucurui.

    ResponderExcluir
  26. O ESTADO DO TAPAJÓS NÃO É PARÁ.

    Quando queremos emancipar do Pará , não é somente por causa do desgoverno estadual e sim também porque o próprio paraense do Pará é diferente do paraense do Estado do Tapajós…
    A história do Pará é diferente da história do Tapajós…
    E por último porque a nossa permanência agregada ao Pará foi imposta por séculos…... mais já está acabando, apenas 4 meses para o SIM....
    Voto 77.

    ResponderExcluir
  27. Qualquer pessoa em sã consciência sabe que o Estado do Pará precisa ser dividido ao meio para ser melhor administrado. Se o Estado do Tapajós tem muitas terras federalizada, é um problema nosso, o Estado do Tapajós é nosso. por isso peço ao belenense que nós deixe em paz e nos permita a emancipação. Não seja egoísta e nos deixem viver em paz no nosso estado o Tapajós.

    ResponderExcluir