O secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará, Jorge Medeiros, disse ao Espaço Aberto que confirma inteiramente a versão apresentada pelo vice-presidente da entidade, Evaldo Pinto, sobre as advertências para que não assinasse procuração pública transferindo à advogada Luciana Fares plenos poderes para cuidar da transferência de imóvel da Subseção de Altamira para o advogado Robério D’Oliveira.
Medeiros foi um dos subscritores da procuração. Além dele, o documento, lavrado no Cartório Diniz, tem a assinatura de outros quatro integrantes da diretoria executiva da entidade: Jarbas Vasconcelos (presidente), Evaldo Pinto (vice, cuja assinatura, como se constataria depois, foi falsificada), Alberto Campos (secretário-geral), Jorge Medeiros (secretário-geral adjunto) e Albano Martins (tesoureiro).
O secretário adjunto da OAB disse ao Espaço Aberto que estranhou o fato de a procuração ficar pronta ainda na quarta-feira (29 de junho) à noite, pouquíssimos minutos depois de se encerrar a parte da reunião do Conselho que deliberou sobre a venda do imóvel.
“Nós ainda estávamos na reunião do Conselho, discutindo outros assuntos da pauta, quando a dra. Cynthia me apareceu no plenário com a procuração em mãos, pedindo que eu a assinasse. Eu estranhei aquela rapidez toda. Mas assinei por dois motivos: primeiro, vi as assinaturas do Jarbas, do Alberto e do Albano; e segundo, assinei porque a boa fé se presume, e não a má-fé. Eu jamais imaginei que isso tudo teria esses desdobramentos, inclusive com a falsificação da assinatura do vice-presidente da OAB, o dr. Evaldo Pinto”, disse Jorge Medeiros.
Ele fez questão de ressaltar que, ao lhe ser apresentada a procuração, verificou logo o nome do outorgado. “Se ali constasse o nome do dr. Robério, eu não assinaria o documento. Mas como tinha outro nome, eu assinei. Só depois é que eu procurei saber, junto à própria dr. Cynthia, e tomei conhecimento de que a advogada Luciana cuidaria da transferência do imóvel para o Robério D’Oliveira”, disse Jorge Medeiros.
Por tudo isso, e por desconfiar que os procedimentos adotados a partir dali poderiam ferir princípios éticos e legais, Jorge Medeiros resolveu ligar para o vice da OAB, Evaldo Pinto, que não participara da reunião, por se encontrar em Castanhal.
“Eu liguei para o Evaldo ainda na quarta-feira à noite, logo depois da reunião do Conselho. Liguei duas vezes. Ele não atendeu. Passei mensagem pelo celular, pedindo que ele ligasse pra mim. Quando ele ligou, eu o alertei para não assinar o documento de jeito nenhum, porque eu precisava me informar, junto ao Conselho Federal, sobre alguns detalhamentos legais relativos à operação. Na quinta-feira (30 de junho), de manhã, voltei a ligar para o dr. Evaldo e reforcei para que ele não assinasse nada até conversarmos posteriormente em Belém. E ele me disse que não assinaria, como acredito realmente que não assinou”, disse Medeiros ao blog.
Surpresa e exasperação
Ele confessa que ficou surpreso – e ao mesmo exasperado – quando soube na mesma quinta-feira, pela assessora Jurídica da Presidência, Cynthia Portilho, que a procuração já fora remetida, com outros documentos, à advogada Luciana Fares.
“Eu não entendi nada, quando a dra. Cynthia me disse aquilo, até porque eu acabara de receber do Evaldo a garantia de que ele não assinara procuração alguma. E realmente não assinou, porque não veio a Belém nem na quarta, nem na quinta. Disse isso à dra. Cynthia e ela ficou sem me dar uma resposta convincente. Na quinta e na sexta-feira, o dia inteiro, tentei junto à OAB que me fornecesse uma cópia da procuração. Não consegui. Foi preciso acionar a corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), para ordenar ao cartório que nos fornecesse a cópia da procuração e do cartão de autógrafos. Aí é que fomos comprovar a falsificação”, disse Jorge Medeiros.
Acho que está na hora de quebrar o sigilo telefônico de todos os autores das afirmações para confirmar suas versões, pois na altura do campeonato não dá para confiar em ninguém, já que parece que cada um que se eximir de qualquer responsabilidade e lascar com a assessora jurídica da OAB-PA, Sra.Cinthia. É mais conveniente, digamos assim...Além disso a Comissão da Mulher da entidade pelo jeito não vai mover uma palha em favor dela...
ResponderExcluirPrezado Paulo,
ResponderExcluirAqui estava eu calado! As duas últimas vezes que me manifestei publicamente sobre a OAB foram em carta de renuncia à Vice Presidência e em declaração de apoio ao Sérgio – mas não dá, meu sangue borbulha de tristeza, frustração e raiva!
Em verdadeiro Teatro do Absurdo transformaram a nossa querida e outrora tão respeitada OAB/PA. E mais uma vez discute-se o sexo dos anjos.
Não sou “O Astro” de Janete Clair, mas o óbvio é fácil de adivinhar – ou de ver:
• Conselheiro eleito comprando imóvel da Ordem por interposta pessoa – não pode, é imoral!
• Qualquer um que conheça minimamente o Evaldo sabe que ele nunca assinaria isso – primeiro porque ele é SÉRIO; segundo porque a Sub-Seção não queria a venda; terceiro porque ele sequer precisava assinar.
• Alguém mandou a Cynthia assinar pelo Evaldo – não foi ele, foi alguém que “manda mais” do que ele; foi alguém que exige, exige, exige tudo e exigiu que todos os Diretores assinassem a tal procuração, tentando legitimar uma SAFADEZA!
• Quando o Conselho “autorizou” a “operação”, pelo que sei, o cheque de trezentos E UM mil reais, já estava até depositado.
As “apurações” podem até ser necessárias quanto aos aspectos criminais do “angu”, mas quanto aos políticos e morais não deveriam ser – se tivessem vergonha na cara, os responsáveis renunciariam!
Mais ainda: todos aqueles que compactuaram com a tática de que os fins justificam os meios, que concordaram em deixar usar a Instituição para satisfazer caprichos de poucos, precisam urgentemente acordar – o poder é efêmero, a história severa com os omissos!
Não resisto ao EU AVISEI, ESTOU AVISANDO HÁ ANOS!
Fui taxado de imaturo e pueril – justificativa “política” para minha renuncia. Agora digo: BEM FEITO PARA VOCÊS E LASTIMÁVEL PARA A ORDEM!
Me vem a cabeça a imagem de Santo Ivo, que espero ainda esteja no Plenário, saída da sala da casa do meu avô, e imagino o Santo cantando em nome da Ordem:
Chora, não vou ligar
Chegou a hora
Vai me pagar
Pode chorar, pode chorar (mas chora!)
É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê
Eu vou festejar, vou festejar
O teu sofrer, o teu penar
Você pagou com traição
A quem sempre lhe deu a mão
Não sei se orgulho é bom ou é ruim, mas esse eu tenho: à Ordem sempre servimos, dela nunca nos servimos!
Eduardo – Duda – Klautau.
Quer dizer que DUDA está avisando há anos!Por quantas mandatos ele passou? Agora complicou... Vai ter que explicar umas coisas...Esse negócio de cheque...
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