O Ministério Público já entrou na parada e também vai apurar o angu na OAB.
O procurador da República Bruno Alexandre Gütschow, que atua em Altamira, ficou de redigir no início da noite de ontem um ofício a ser encaminhado à Polícia Federal, requisitando a instauração de inquérito para apurar todas as circunstâncias e eventos referentes à venda, por autorização do Conselho Secconal da OAB do Pará, de imóvel da Subseção de Altamira para o advogado Robério D'Oliveira.
Gütschow tomou a iniciativa de requisitar o inquérito depois de se inteirar, pelo Espaço Aberto, do teor de nota emitida no início da noite da última segunda-feira, pela Presidência da Ordem, revelando que sua assessora, a advogada Cynthia Portilho, confessou ter falsificado a assinatura do vice-presidente da OAB, Evaldo Pinto, numa procuração que transferia à também advogado Luciana Fares plenos poderes para cuidar da transferência do imóvel.
O procurador da República, ao ler a matéria que o blog publicou, deparou-se com o crime de falsificação de documento público, previsto no artigo 297 do Código Penal Brasileiros. Esse tipo de ilícito, que prevê pena de dois a seis anos de prisão, é chamado de crime de ação pública incondicionada, ou seja, o Ministério Público, ao tomar conhecimento dele, tem por obrigação agir para a apuração dos fatos e para a eventual propositura da ação penal, caso confirmada a transgressão legal.
Tão logo terminou de ler a postagem, e considerando a confissão contida em nota oficial da própria OAB, o procurador da República ficou de redigir o ofício para encaminhá-lo, na manhã desta quarta-feira, à Delegacia da Polícia Federal, em Altamira, para instaurar a investigação policial.
Várias frentes de investigação
A abertura de inquérito por requisição do Ministério Público Federal em Altamira é mais a somar-se a outras investigações já estão estão em curso, desde que veio a público a questão da venda do imóvel. A operação se mostrou tão polêmica que levou o próprio advogado Robério D'Oliveira a pedir o desfaziamento do negócio, pleito que será apreciado por uma comissão especialmente designada pelo presidente da Ordem, Jarbas Vasconcelos.
Além do inquérito, o Conselho Federal da OAB já designou a abertura de sindicância, designando para atuar como membros da comissão a corregedora nacional e secretária-geral adjunta do Conselho Federal da entidade, Márcia Machado Melaré (que será a presidente), bem como os conselheiros Francisco Anis Faiad (do Mato Grosso) e José Alberto Simonetti (do Amazonas). Eles deverão chegar a Belém nos próximos dias para começar os trabalhos.
Internamente, a OAB local também abriu uma sindicância que vai apurar especificamente a falsificação da assinatura do vice Evaldo Pinto. Integram a comissão o presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB, Aluísio Meira, que a preside, o juiz do mesmo Tribunal Edilson Araújo dos Santos, e o presidente da Comissão de Ética da entidade, Sebastião Barros do Rego Baptista.
A Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado, por sua vez, também mandou abrir sindicância para apurar as responsabilidades do Cartório Diniz na falsificação da assinatura do vice-presidente Evaldo Pinto. O cartório liberou um cartão de autógrafos, muito embora o vice, segundo ele mesmo disse ao Espaço Aberto, jamais tenha registrado suas firmas (assinaturas) nesse cartório, e sim no Kós Miranda.
Não será, portanto, por falta de investigação que todo esse angu na OAB deixará de ser completamente apurado.
Já não era sem tempo!
ResponderExcluirConcordo. Esse imbroglio ficou resumido a falsificacao da assinatura. A advogada e o dr. Evaldo confirmam a existencia da pratica, resta saber se houve autorizacao no caso de altamira e quais as implicacoes penais.
ResponderExcluirGostaria de conhecer a associação que briga pelos concursados. sou mais uma que passou em concurso e até hoje não fui nomeada.já vai fazer quatro anos. Como eu faço pra fazer contato com eles?
ResponderExcluirAnonimo das 09:45, Pelo que li nas entrevistas do dr. Evaldo, ele nega peremptoriamente a existência dessa prática pois apenas o uso de assinatura escaneada em processos internos está autorizado e desde que solicitado previamente. Foi isso que eu li.
ResponderExcluirPelo andar da carruagem, tem gente que vai precisar entrar em programa de proteção às testemunhas...hum hum
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