sexta-feira, 24 de junho de 2011

Governo itinerante anima os tucanos

Ninguém, no governo do Estado, é ingênuo a ponto de acreditar que a transferência da administração Jatene para Santarém, onde se instalou durante três dias desta semana, conseguiu por si mesma a façanha de afastar os sentimentos separatistas que dominam toda a região oeste do Pará.
Mas a avaliação geral é de que os ganhos foram positivos.
Aliás, foram muito positivos.
E tanto é assim que Jatene começou a acalentar um projeto de transferir, com mais frequencia, o governo para a Pérola do Tapajós.
Independentemente, todavia, da frequencia com que o governo vier a se instalar em Santarém e em outras cidades consideradas polos de desenvolvimento do Estado - como é o caso do Marabá, cotada como a capital de um pretenso Estado de Carajás -, ficou evidente, inclusive e sobretudo para os estrategistas políticos tucanos, que é possível a administração adotar estilos de gestão que a aproximem mais de regiões que se sentem historicamente desprezadas por um centralismo que, se ainda não foi de todo superado, já demonstrou que é lesivo para os propósitos de tornar o Estado íntegro, uno e imune a retalhamentos.
Esse foi o sentimento que ficou entre os principais nomes do governo Jatene.
Mas, repita-se, ninguém é ingênuo: o sentimento separatista continua aí mesmo.
Fervente.

4 comentários:

  1. Que tal transferir definitivamente?

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  2. Wsse carinho com Santarém é só até o plebiscito, depois acaba. É só mais uma jogada política para impedir a divisão do estado do Pará.Em política vale tudo , até tapinha nas costas do eleitor , se o povo cair nessa, Santarém leva mais 350 anos para se tornar capital do Tapajós.

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  3. A estratégia de Jatene tem lógica, mas não tem substância para impedir o sentimento do povo de que isso não passa de teatro. Pois, a verdade é que o atual governador, deputados e senadores, com a divisão do Estado, vão perder o curral eleitoral que mantém há anos só com discursos e pouca benefício para a população do Pará em geral.

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  4. Maninho do meu coração!
    Fui testemunha ocular dessa história, fincando as raízes marapanienses no sagrado solo santareno por alguns dias, a trabalho.
    As opiniões abalizadas, aquelas que efetivamente entram para a História e não se dissolvem na penúria dos argumentos anônimos, foram de fato positivas, sem perder a medida do compasso entre o gesto e as supostas intenções.
    Creio que o que mais agradou o governador foi o carinho com que foi recebido, o respeito à sua agenda, a civilidade santarena, um povo que nunca foi de esconder as mãos (a bênção, Jeso!), mas também não fica cavoucando piçarra somente para sujar as unhas.
    A visita foi muito bem sucedida; a itinerância bem entendida por quem deve entender; as ações foram compartilhadas pelas autoridades constituídas, aí incluída a prefeita do PT; as realizações são férteis e sedimentam o discurso do governador em relação ao Pacto, ou não teria ele dado seguimento a obras suspensas por Ana Júlia, nem investido recursos em Belterra e jamais garantido ajuda à administração carimbada pelo petismo.
    Ficou claro também que o governo em Santarém é uma ação política estratégica, até os olhos do Hermeto enxergam isso muito bem. No é um aríete mambembe em posição de combate ao separatismo. É tolinho quem pensa assim.
    A aspiração de tornar-se Estado é tão legítima naquela região, que não há qualquer sinal de animosidade, em Santarém, em relação ao povo do Pará. Tanto é que este marapaniense foi tratado à base de matrinchã, acari e pasta de pirarucu defumado (ah, como se come bem no Tapajós!).
    Vou lhe contar, Maninho, e que a Santa Dona Mena, imperatriz eterna de Borboletinha do Mar, não nos ouça.
    Nesta quarta ida a Santarém, tive vontade de ficar. E olha que nem cruzei com minha amiga Nakombi e ainda dei mole e fui assaltado.
    O Celivaldo e a Abgail que o digam.


    a) Paulo Silber

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