sexta-feira, 11 de março de 2011

Quem com preconceito fere...

Mas isso é que é, hein?
Quem com preconceito fere com preconceito será feito.
Amazonino Tá Explicado Mendes que o diga.
Há pouco mais de duas semanas, Tá Explicado, prefeito de Manaus, a capital do Amazonas, exibiu-se nacionalmente com demonstrações de preconceito explícito contra um paraense.
Por isso, está sob a ameaça de um processo de impeachment e também é alvo de uma representação formulada pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA).
Pois é.
Eis que agora vem um baterista da banda Restart.
O nome do distinto é Thomas.
Ele disse assim.
Durante um bate-papo com a banda promovido pelo programa "Video show", em março do ano passado (clique aqui para assistir), perguntaram sobre quais lugares ele gostaria de tocar.
E Thomas, em resposta pra Tá Explicado nenhum botar defeito.
- Queria tocar no Amazonas. Imagina, tocar no meio do mato, não sei nem como é o público de lá. Não sei nem se tem gente civilizada, civilização.
Putz!
Que coisa horrorosa!
Mas olhem, nessa história de preconceito, todos temos que olhar para nossos, digamos, sensos morais.
Há alguns dias, o Blog do Jeso divulgou um comentário do bancário e santareno residente em Belém Osilênio Moura.
Ele é descendente de cearenses.
Os cearenses, para quem não sabe aqui por Belém, deram uma notável, para não dizer decisiva contribuição para o desenvolvimento de Santarém, impulsionando sobretudo o ramo do comércio.
A colônica cearense no município sempre foi fortíssima.
Em Santarém, tinha até - ainda tem? - o Clube Atlético Cearense, um dos melhores da cidade.
E não esqueçam que Mojuí dos Campos, o mais novo município do Pará, é reduto formado praticamente por quase 100% de cearenses e seus descendentes.
Pois é.
Mas os cearenses, não há como negar, foram e ainda são alvo de muitos preconceitos.
O mínimo que os, digamos, nativos os chamavam era de arigó.
Pois vejam o que diz o bancário Osilênio, em depoimento ao Blog do Jeso:

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“Felizmente aqui em Belém não se verifica qualquer tipo de preconceito com relação ao fato de ser arigó ou manauara. Sou cearense e também sofri na pele esse preconceito indigno da colônia santarena em relação aos cearenses. Já saí pra porrada com muita gente por ser chamado de arigó.
Estou em Belém desde 1976 e aqui não se sabe nem o que é arigó. Esse é um termo pejorativo com intenção de ofender que infelizmente ocorre em terras tapajônicas e não adianta querer dizer que isso não existe. Lembro até que tinha um amigo cearense que se ofendia quando eu o chamava de conterrâneo. Veja em que ponto nós chegamos!
Felizmente os arigós são mais respeitados em Belém do que em nossa querida Santarém. Aqui em Belém não se sabe nem o que é arigó. Os santarenos não têm idéia dos prejuízos que esse preconceito traz à autoestima dos cearenses. Aprendemos quando estudamos ética que “uma palavra dita com intenção de humilhar é capaz de matar sem que se sujem as mãos”.
É bom que pensemos nisso! Sugiro até que se inicie uma campanha em Santarém para que se acabe de uma vez por toda com esse preconceito odioso que infelizmente ainda reina na querida Pérola do Tapajós. Estou disposto a dar minha colaboração.

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