segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Acaba a farra do troca-troca de logomarca. Alvíssaras!

Então é assim.
Vai acabar essa farra de troca-troca de logomarca a cada governo.
O secretário de Comunicação do governo do Estado, Ney Messias, informa em seu Twitter que o governador Simão enviará à Assembleia Legislativa um decreto proibindo que futuros governadores alterem a marca do governo do Estado.
"O Governador @sjatenePA decidiu que o Governo não terá logomarca, e sim uma marca que será a bandeira do Pará", informa o secretário. Ainda por toda esta semana, um manual de aplicação da marca será encaminhado a todos os órgãos públicos.
A medida é salutar.
Das mais salutares.
E já tardava.
O princípio - constitucional, vale dizer - da impessoalidade na administração é primacial.
É primordial.
Mas assim como é que primacial e primordial, ta princípio é ignorado por meios enviesados, digamos assim.
A Constituição de 88 proibiu terminantemente, com base no princípio da impessoalidade, que governantes citem seus nomes em placas de obras e em logomarcas.
Assim, acabou aquele negócio de "Governo Fulano de Tal", "Governo Sicrano de Tal".
Ótimo.
Mas começou outro negócio, tipo assim: "Governo de Pasárgada. Trabalhando por Você". Ou então: "Governo de Pasárgada. Tudo pelo Social".
E aí?
E aí que essa mensagem, dissimuladamente, subliminarmente, não se vinculava a uma pessoa, mas ao governo de uma pessoa, no caso o gestor.
E haja pintar carro.
E haja mandar trocar os impressos (aos milhares).
E haja modificar todo o material publicitário do novo governo em relação ao anterior.
E haja, enfim, trocar uma baboseira por outra.
Tudo isso a um custo de milhares, de milhões de reais.
A troco de quê?
De nada.
Ou, se vocês quiserem, a troco de promoção política não diretamente do governante, mas do governo dele.
O Pará dá um exemplo.
Tomara seja seguido por todo mundo.
Inclusive pelo governo federal.

10 comentários:

  1. Grande idéia! Já não era sem tempo dar um basta à carnavalização da logomarca do Estado (que já tem brasão d'armas e uma bandeira, por sinal, muito bonita). A logomarca do governo anterior, meu Deus do céu, parecia um estandarte de escola de samba, repararam?

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  2. Me desculpe se eu estiver errado, mas, o uso da bandeira como logomarca já é em si uma opção, pois, mesmo sendo um dos símbulos do estado, ainda assim, a bandeira sempre foi usada como logo dos governos tucanos, ainda que estilizada.

    Não seria então mais "impessoal" estabelecer o uso do Brasão? este sim poderia, de fato, refletir maior isenção.

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  3. PB,não tem como não ser assim. Além de ilegal, é uma pouca vergonha essas personalizações. Tem o alto custo para mudar com a mudança de governo, sem falar na propaganda gratúita e sem escrúpulo.

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  4. Lembro que isso foi dito na camapanha do jatene. Ponto pra ele.

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  5. A Bandeira paraense foi bastante usada pelo governo petista a partir de junho de 2010. É só ver as obras entregues ao longo destes meses. A bandeirinha foi bastante massificada. Vejam ao longo da Avenida Dalcídio Jurandir. Observem nos prédios entreguem no´s últimos dias de Ana. Acho justo massificar o símbolo maior do Pará. Quanto a papelada dos 70 órgãos estaduais, o mais correto seria o brasão (belo por sinal).

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  6. Cássio de Andrade1/3/11 13:10

    Paulo, é preciso diferenciar Estado e governo. O Brasão D'Armas, Hino do Pará e a própria Bandeira, são símbolos do Estado do Pará, por isso impessoais. Os governos são núcleos dirigentes do Estado e por isso, podem sim ter logomarcas promocionais, explicitando seus projetos e programas, sem é claro afetar as diretrizes institucionais do Estado, definidas nas Cartas Magnas. Tanto é que, no governo Jatene, a parte vermelha bandeira foi substituída pela Estrela Azul, para se contrapor à tradicional cor vermelha do PT. Veja, Jatene usou um dos elementos da Bandeira de menor referência (a cor azul é infinitamente inexpressiva em relação à cor vermelha) para ser sua marca e ninguém reclamou à época. O próprio helicoptero era chamado de "Estrela Azul". Almir Gabriel fez pior, adotando a cor amarela como símbolo de seu governo, principalmente durante a eleição municipal de 2004 e de governo em 2002 e 2006, para se ajustar à cor amarela, tradicionalmente associada à direita em Belém desde 1996 (há trabalhos acadêmicos sobre essa questão das cores nas disputas políticas em Belém). Durante o governo de Ana Júlia, houve um concurso e a logomarca vencedora foi uma espécie de velame com as bandeiras do Pará, muito bonita particularmente. Não há nada de ilegal em se adotar logomarcas e slogans de governo, desde que estes não passem a compor os documentos oficiais do Governo do Estado e, nisso você tem razão, a moldurar os carros oficiais. Se for transformada em lei a proibição de logomarcas, tudo bem, mas ilegal, até o momento, nunca foi. É até bom que Jatene reveja mesmo isso que ele (ou o secretário de comunicação) aduzam como "marcas pessoais da gestão", pois os governos tucanos foram os que mais investiram em logomarcas e slogans ("É Pará Isso!", "O Pará, a obra-prima da Amazônia", etc.). Recorde que Jatene inaugurou o novo prédio da Escola de Governo em 2006 e deu seu próprio nome à EGPA, numa verdadeira afronta à lei que não permite esse tipo de homenagem, e que, em boa hora, a gestão posterior, retirou a placa, dando-lhe o nome certo: "Escola de Governo D. Macedo Costa".

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  7. Anônimo1/3/11 13:28

    Porque não o Brasão e a bandeira?

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  8. Anônimo1/3/11 14:03

    Paulo, Salvador há muitos anos já proibira o troca troca do símbolo, Jatene acerta mais uma.

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  9. Anônimo1/3/11 17:10

    A ideia é ótima. Era uma farra mesmo. Quem trabalha nos órgãos públicos é testemunha do desperdício e do desespero dos gestores para retirar as logomarcas proibidas pela legislação eleitoral. Todo final de governo era essa correria para tirar adesivos de carros (imaginem o tamanho da frota da PM, da Sagri, da Seduc?!) e placas de fachadas de prédios. Mas comentário de Vicente Cidade é muito pertinente. Tá na cara que o brasão é muito mais adequado. Brasão é pra isso mesmo. Bandeira é pra tremular.

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