quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

MPF investiga dono de jornais

O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo atendeu ao pedido da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e investiga o grupo português Ongoing, dono da empresa que publica os jornais Brasil Econômico, O Dia, Meia Hora e Marca, informa a Folha de S.Paulo desta quarta-feira (01/12). Segundo a ANJ, a empresa usa um artifício para violar a participação de 30% de capital estrangeiro no País, determinada pela Constituição, e controlar a linha editorial dos veículos de comunicação.
Além de ter participação em quatro jornais brasileiros, a empresa demonstra interesse em manter uma sociedade com a RedeTV, lançar um canal pago de conteúdo econômico e um jornal em Brasília.
Segundo a Folha, o grupo teria pago R$ 15 milhões ao Jornal Alô Brasília, por uma participação de 49%.
A empresa Ejesa, que edita os jornais do grupo no Brasil, possui 70,1% de seu capital em nome da brasileira Maria Alexandra de Almeida Vasconcellos, esposa do presidente do grupo Ongoing, Nuno Vasconcellos, que tem 29,9% da Eseja.A investigação do MPF pretende saber a origem dos recursos investidos nos jornais. Segundo a ANJ, o registro do capital em nome de Maria seria apenas um artifício para esconder que o controle estaria nas mãos da empresa portuguesa.

Política
Ainda, segundo o jornal, empresários, executivos e políticos brasileiros e portugueses sugeriram que a chegada do grupo Ongoing no Brasil foi estimulada por membros do PT, para criar uma rede de comunicação alinhada ao governo, que diminuísse o poder dos grandes grupos de mídia brasileiros.
De acordo com o veículo, o principal responsável pelas negociações entre o grupo e o governo é o ex-ministro e ex-deputado federal José Dirceu, colunista do "Brasil Econômico". A namorada de Dirceu, Evanise Santos, é diretora de marketing institucional da Ejesa.
O jornal também diz que a empresa portuguesa usa uma consultoria de Brasília para financiar seus projetos em diferentes áreas. O responsável pela consultoria, Júlio Silva, seria da confiança de José Dirceu.
Além de companhias de mídia, o Ongoing mantém empresas de infraestrutura e construção no País.

Defesa
Procurada pelo Comunique-se, a empresa contestou a queixa da ANJ e disse que a matéria da Folha apresenta falsidades.
“Trata-se de uma clara tentativa de condicionar o poder judicial a favor de uma queixa que não tem qualquer fundamento”, declarou o diretor de comunicação do Grupo Ongoing, Ricardo Santos Ferreira.
Ricardo ainda afirmou que a matéria da Folha não condiz com a verdade e que o caso já foi entregue aos advogados da empresa. “A matéria está repleta de falsidades e o caso está entregue a nossos advogados. Obviamente, o Grupo Ongoing cumpre integralmente a legislação”.

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