Então é isso.
Gancho no Wladimir.
Wladimir, no caso, é Wladimir Costa, deputado federal (PMDB) mais votado na eleição de outubro passado e notabilizado como a quintessência da coerência.
Quintessência da coerência é uma rima.
E uma rima não é uma solução, já se Drummond.
Para Wladimir Costa, não é mesmo.
Não é solução para evitar que o Ministério Publico pretenda enganchá-lo para que ele responda por um crime.
E não é crime contra a honra, não.
Wladimir, vocês sabem, é donos de rádios aí pelo interior.
Como tem a língua solta, acredita que pode soltar a pua, baixar o sarrafo, baixar a ripa sob o manto das imunidades parlamentares, que se esgotam, como se sabe, na tribuna do Legislativa, onde o parlamentar pode falar o que quiser.
Fora da tribuna, no entanto, se a Excelência emitir opiniões e falar o que não deve, então fatalmente estará exposto a pagar judicialmente pelo que falou.
Por isso é que o deputado coleciona processos contra a honra.
O mais recente deles, conforme o blog já mostrou, pode ter como autores uma desembargadora aposentada e um juiz do TRE, que já o interpelaram perante o Supremo Tribuna Federal.
Pois eis que Wladimir Costa protagoniza agora uma, digamos, variação criminosa.
Ele sai um pouco da seara dos crimes contra a honra e ingressa numa outra.
A do crime eleitoral.
O Ministério Público Eleitoral, por meio dos André Sampaio Viana e Bruno Soares Valente, ajuizou representação contra Sua Excelência, acusando-o de oferecer gratuitamente cursos de informática em troca de votos.
Segundo a ação, o deputado peemedebista teria agido com apoio do irmão, Wlaudecir Antônio da Costa Rabelo, e de um funcionário de uma rádio em Itupiranga, no sudeste paraense.
Alunos do curso de informática confirmaram ao MPE que propaganda feita por carro de som no município informava que o deputado era o proprietário da rádio Jovem FM, onde o curso era oferecido.
Caso a representação seja julgada procedente, o deputado poderá ser impedido de tomar posse no próximo dia 17 de dezembro ou ter o mandato cassado.
Segundo os dois procuradores, o coordenador da rádio e da campanha do candidato, Murilo Santos Ferreira, afirmou que o curso era promovido pela própria sociedade W. A. C. Rabelo e Cia Ltda., permissionária da rádio. O curso, oferecido gratuitamente a estudantes com mais de 15 anos de idade, começou em 12 de setembro, com previsão de término em 12 de dezembro.
E Sua Excelência, o que é que diz de tudo isso?
"Isso é perseguição. Todo o Pará sabe que tenho quatro carretas-escola que percorrem o ano inteiro todo o Estado tirando pessoas das drogas, da marginalidade e oferecendo a elas dignidade e qualificação profissional. É o preço que pago por ser um campeão de votos", disse o deputado, ouvido pela Agência Estado.
É mesmo?
Então pronto!
Wladimir pode até dispensar advogado.
Ele mesmo, ao contestar a representação, pode escrever assim em sua sua defesa: "Isso é perseguição. É o preço que pago por ser um campeão de votos".
Pronto.
Basta isso para que sejam produzidas as provas capazes de absolver o parlamentar, não é?
Wladimir, o campeão - de votos e de coerência - precisa mesmo convencer urgentemente seus mais de 230 mil eleitores de que é inocente.
E precisa se convencer de que popularidade não absolve ninguém.
Popularidade não dá imunidade a ninguém para cometer condutas que a legislação - em qualquer esfera - não chancela.
Popularidade, enfim, não permite a ninguém investir-se de poderes inspiradores de condutas que transbordam da legalidade.
Se o deputado modificar um pouco o seu conceito de popularidade, poderá perfeitamente continuar ajudando segmentos carentes da população.
Mas poderá fazê-lo dentro da lei.
Estritamente dentro da lei.
Se fizer isso, poderá dignificar não apenas o exercício do mandato parlamentar que lhe delegaram, mas efetivamente contribuir para minimizar as exclusões sociais que marginalizam tanta gente.
O Deputado é réu confesso, vejam sua declaração "Todo o Pará sabe que tenho quatro carretas-escola que percorrem o ano inteiro todo o Estado tirando pessoas das drogas, da marginalidade e oferecendo a elas dignidade e qualificação profissional". Ora, se o Governo Federal, Estadual e Municipal são obrigados a paralisar transferências de recursos, licitações e tantos outros no período eleitoral, tudo para que prevaleça a igualdade entre os candidatos. Aí vem o bonitão e diz que percorre o Estado ano inteiro, com sua carretas de compra de votos. Se existe a lei, é para ser cumprida por todos.
ResponderExcluirÉ querer brincar com a nossa inteligência.
Vai pra casa Wlad, esse mandato não te pertence mais.
João Paxiúba
Eu achava incrível os carros de som em Itupiranga fazerem a divulgação da presença da "carreta do Wlad" que dava gratuitamente cursos de informática. Lembro bem que numa visita dele à uma vila de Itupiranga, estava à exposição a carreta com computadores, carros de som ao redor e a divulgação da inauguração da rádio Jovem FM, com abrarangência em mais de 18 municípios. Achava incrível também como ele fazia aquela divulgação sem ser chamado atenção por quem quer que seja, nem justiça eleitoral, nem MPE, nada. Enfim, foi eleito e agora vamos ver no que vai dar, pois um simples mortal fazendo bem menos já teria sido escurraçado por quem de direito.
ResponderExcluirNão vai dar em nada, alguém duvida?
ResponderExcluirEsse MP nos interiores estão é deitados em berço explendido!!!
ResponderExcluirDurante as eleições em um municipio o MP flagrou um veículo de um certo candidato eleito, e teve a incompetencia ou indecencia mesmo, de relatar no BO , que no veiculo continha dinheiro e material gráfico de um candidato, mas não citou o nome do candidato kkkkkkkkkkkk