sexta-feira, 15 de outubro de 2010

No palco, personagens mais próximos dos candidatos

Então é assim.
Pelo que se viu e pelo que se comentou, o debate da Band (na foto), no domingo, foi um ringue em que a petista Dilma, então da paz e do amor, deixou o adversário tucano no chão.
Campanhas eleitorais produzem, vocês sabem, ficções.
Campanhas eleitorais, sabem vocês mais ainda, são um campo fértil para mentiras e dissimulações.
O que se viu no primeiro turno?
Viu-se dona Dilma que não era ela mesma.
Viu-se José Serra que mais ou menos era ele mesmo. Mais ou menos.
Dilma, a gerentona, a mandona, a pouca afeita a sorrisos e rapapés, foi orientada a viver arreganhando os dentes pra todo mundo.

Era a Dilminha paz e amor.
Ela não é assim.
Todos sabem que não é.
Mas foi produzida para sê-lo, até porque estava disparadamente na frente nas pesquisas.
Serra, que todos pensavam fosse o candidato que encarnaria a oposição, mostrou-se mais lulista do que Dilma, mostrou-se mais lulista do que Lula.
Mesmo assim, Serra insistia em se dizer de oposição a Dilma. Como não chegou a dizer claramente se é ou não é, acabou em segundo lugar e passou para o segundo turno não por causa dos votos que obteve, mas porque Marina Silva (PV) deu aquela forcinha, digamos, providencial.
E agora?
Agora, parece, os candidatos estão no palco para novas encenações.
Campanhas eleitorais sem encenações, também vocês sabem, não são campanhas eleitorais.
Mas as encenações, espera-se, vão mostrar contendores na condição de personagens que se revelarão mais próximos do que os candidatos verdadeiramente são.
Dilma, ao que tudo indica, vai mostrar-se mais Dilma.
E Serra, de outro lado, vai revelar um pouco mais do viés do candidato de oposição.
Nada, portanto, será servido morno neste segundo turno.
Será quente ou frio.
Será frio ou quente.
O eleitor que escolha.
O eleitor que escolha o petisco que melhor lhe apetecer.
Descontadas, é claro, as baixarias.
Que serão muitas.
De um lado e de outro.
Podem esperar.

Um comentário:

  1. Concordo com o Poster.
    De fato, o Serra está mais assustado que cachorro em tiroteio. Perdeu o senso da razão e agora "pede votos" para a Dilma. Exatamente quando no seu programa eleitoral, esbanjou elogios às mulheres (eta, marqueteiros porreta!). Disse que são mais equilibradas, mais competentes e coisa e tal. Subliminarmente, reconheceu que Dilma é a mais indicada para a Presidência da República.
    Pior, selou a sua sina de reencarnar Ademar de Barros e Brisola, nos seus obstinados desejos de se tornarem Presidente da República. Ou esta pensando em se apresentar de sainha e avental na campanha de 2014 ?...

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