O Tribunal Regional Eleitoral apreciará daqui a pouco, muito provavelmente, o recurso impetrado pelo prefeito Duciomar Costa (PTB), que pede a reforma da sentença que o cassou, juntamente com seu vice, Anivaldo Vale (PR), em dezembro do ano passado.
Anuncia-se que uma manifestação de estimadas 2 mil pessoas à porta do TRE.
Pois se isso realmente acontecer, a Corte terá às suas portas, debaixo de suas janelas, às suas vistas, ao seu alcance, elementos factuais que dariam ensejo a uma investigação.
A investigação, é evidente, não poderia e nem poderá ser de iniciativa do próprio TRE, eis que o Judiciário, como se diz, é inerte; só age quando provocado.
Mas o Ministério Público Eleitoral integra o Tribunal.
E poderá, se quiser, investigar essa manifestação.
Nada contra a liberdade de expressão.
Nada contra.
Nada contra a liberdade de opinião.
Nada contra.
Partidários e simpatizantes do prefeito pode fazer mobilizações, quantas queiram.
São livres para isso.
Como são livres para se manifestar os que são contrários a Sua Excelência.
Democracia é isso: é o encontro das divergências.
Do contrário, nunca será democracia.
Pois é.
Não é do legítimo direito de protestar que se trata.
Trata-se de apurar quem está financiando essa mobilização.
Ontem, o Diário do Pará, em matéria assinada pelo repórter Carlos Mendes, informa que “ônibus de graça, comida, bebida e R$ 20 para quem for defender o prefeito e pressionar os juízes estão sendo oferecidos abertamente em alguns bairros”.
Pronto.
Eis o ponto.
Eis o aspecto a ser investigado.
Respeitada, é claro, a liberdade de manifestação dos simpatizantes de Sua Excelência.
Vamos disseminar essa cobrança, meu caro. Vamos gritá-la, até que alguém se lembre de fazer alguma coisa.
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