A Vale vai dobrar a produção de minério de ferro no Pará, que seria o mesmo em dizer que o Estado ganhará um novo Projeto Carajás. Em reunião com a diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), a mineradora apresentou o Projeto Ferro Carajás S11D, que já é o maior do mundo. Em 2015, na fase de operação, o S11D em um incremento de 14% no PIB paraense, sendo que também contribuirá com mais de US$ 5 bilhões ao ano para a expansão do superávit na balança comercial brasileira.
“O Pará, com este projeto, ratifica sua importância para a economia nacional. Aqui está o crescimento, vamos, com certeza, liderar este processo rumo ao desenvolvimento. Para isto, estamos nos preparando, qualificando nossos profissionais e as empresas locais, a fim de receber os grandes investimentos e internalizá-los”, ressaltou o presidente da FIEPA, José Conrado Santos.
O projeto contempla a implantação de mina e usina, em Canaã dos Carajás, para a produção de minério de ferro, que deverá atingir uma produção máxima de 90 milhões. A fase de operação da mina/usina começa em 2013, porém o pico de sua produtividade será atingido apenas em 2016 e, segundo informações da Vale, a tonelada do minério de ferro será comercializada a um preço médio de US$ 50, dando mais fôlego as exportações e a economia paraense. Para se ter uma idéia, o repasse da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) ao município de Canaã vai saltar de US$ 20 milhões, em 2010, para US$ 120 milhões, em 2012.
Além da implantação da mina e da usina, o projeto prevê a construção de ramal ferroviário (110 km de extensão), o qual deverá interligar a região do sudeste do estado à Estrada de Ferro Carajás. Esta, por sua vez, será duplicada e ganhará mais 604 km de linhas férreas, aumentando assim a capacidade de transporte da EFC para 100 milhões de toneladas, a partir de 2014.
O investimento do projeto para a infraestrutura logística da região de Carajás será de US$ 6,5 bilhões e resultará em melhoria das condições de competitividade global não somente do sudeste paraense, como também da própria economia nacional, o que coloca o projeto em sintonia com os objetivos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.
Segundo o gerente geral de suprimentos do Projeto S11D, Túlio Arantes, já no próximo mês, a Vale instala, no município de Canaã dos Carajás, o canteiro de pré-montagem para ganhar tempo enquanto espera a liberação da licença do Ibama. “O canteiro de pré-montagem será instalado na região no próximo mês. A expectativa é que 60% da mão-de-obra que vai trabalhar nesse canteiro sejam da região. Para isso, estamos em parceria com entidades públicas e privadas no sentido de formar, num curto período de tempo, os trabalhadores do estado”, afirmou.
Em termos de impactos socioeconômicos, o Projeto Ferro Carajás estimulará na criação de 127 mil empregos, por ano, na economia brasileira. Desses, 43.625 ficarão no Pará, 5.201 no Maranhão e 78.235 serão diluídos no restante do Brasil.
Além dos novos postos de trabalho na região, o projeto deverá criar um novo campo de oportunidades de negócios para micro e pequenos empresários do Pará e do Maranhão, estimulado pelas compras locais resultantes dos efeitos multiplicadores do S11D. Estima-se em mais de 200 o número total dessas novas oportunidades.
Outro destaque do S11D, ressaltou o gerente da Vale, é com relação a utilização de novas tecnologias que dão ao projeto o perfil sustentável. “O beneficiamento do minério de ferro será a seco, sem a utilização de água, o que implica dizer que uma grande quantidade deste recurso natural será economizado no processo produtivo. Além disso, estamos misturando biodiesel e diesel para reduzir a quantidade de combustíveis fósseis nas nossas locomotivas, reduzindo a emissão dos gases poluentes”, explicou.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Em que vai beneficiar a população local? E as consequências disso para a população futura?
ResponderExcluirNão tem porque alguém se deslumbrar com isso. O Pará é a maior província mineral do mundo e, assim, é natural que venha ter o maior projeto do mundo. O que chamaria a atenção é justamente se isso não ocorresse.
ResponderExcluirA notícia proveniente da competente assessoria de imprensa da Vale foi noticiada em toda imprensa na semana passada. O que se esperava desse blog era que fizesse algum tipo de questionamento, qualquer que fosse. Aliás a blogsfera supõe-se mais livre do que os veículos tradicionais, ricamente irrigados pela verba publicitária da empresa. Da forma como foi feita a mera transcrição do release, tem-se a impressão de que é isso e pronto. Aguardei para ver se o blog, cujo poster priva do meu respeito e amizade, faria algum comentário, antes de enviar o meu. Nada se falou de que, por exemplo, Carajás e adjacências, já vem há muito tempo produzindo muita riqueza para os acionistas da Vale e pouca contrapartida para a população paraense. Em Minas, Aécio construiu uma cidade administrativa inteiramente projetada por Niemeyer só com verbas dos royalties dos minérios. Aqui, mendiga-se casas populares desde muito tempo e elas nunca vieram. Afirma-se (com razão)que o projeto gera emprego e renda e esquece-se de que bem estar é muito mais que isso. As cidades do Pará envolvidas nos projetos E as outras por tabela) incham com as pessoas que vieram em busca de oportunidades e veem sua já precária infraestrutura ser sobrecarregada, sem recursos para resolver.
ResponderExcluirDa riqueza da borracha herdamos teatros, praças, portos, avenidas, mercados, cultura refinamento. Do ciclo mineral ainda estamos a esperar o que virá.
Enfim, nada contra divulgar o release mas esperava o comentário, o questionamento. A continuar assim o Pará caminha para a unanimidade em torno dos benefícios gigantescos que se afirma no release sem enxergar que sempre existirá o outro lado e que se calarmos ninguém falará por nós.